Quase a perdi (Parte 2)

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Chegamos ao parque, todos desceram do ônibus parecendo crianças que nunca foram a um parque antes.

Os professores passaram informações básicas sobre horário de volta e local de encontro e nos soltaram no parque.

Ficamos todos juntos, curtindo os brinquedos e aproveitando o dia, mas as meninas e Cris queriam ir em outros (gostos diferentes), então as deixamos ir e nos encontraríamos mais tarde, antes do anoitecer para ver a passagem assustadora daquela noite.

Aproveitamos muito durante o dia, fomos em praticamente todos os brinquedos dali.

Não demorou muito e damos de cara com as meninas.

Fomos em direção ao palco do parque e ainda não tinha começado a abertura da tão esperada "noite do terror", mais uma vez fomos cada qual para um lado.

Aproveitando aquele fim de noite, aquela noite maravilhosa e refrescante, lembro que já passava das 20hs e fomos encontrar algumas amigas para depois ir ao palco.

Enquanto víamos o show de abertura, eu e Rafa vimos Cristina e suas amigas a nossa frente e logo pensamos "vamos lá pegamos as duas e damos uma fugida dessa multidão".

Fomos até elas e as chamamos, mas para nossa surpresa e uma futura tristeza elas não toparam.

Ficamos um pouco chateadas mas ao mesmo tempo com raiva, eu preferi não fazer nada enquanto ela só dizia "Se ela não quer, tem quem queira, vou pegar todo mundo que me parar" e assim ela o fez.

Pareceu engraçado no começo mas depois logo foi batendo o arrependimento nela e a vontade de ficar ao lado de Amanda (amiga de Cristina) foi aumentando, ela parou e fomos dar umas voltas.

Ouvimos barulhos, gritos e fomos em direção ao palco, pois, estava prestes a começar a festinha assombrosa.

Algumas de nossas amigas estavam a nossa frente enquanto Rafa se afastava (não me lembro o motivo), uma outra garota estava comigo, Thais uma amiga maravilhosa que tínhamos em comum.

Não demorou muito um garoto que nunca vimos na vida nos parou olhou pra mim e disse:

— Olá! tudo bem? Posso te conhecer?

Eu na maior inocência disse que sim, achando que ele queria conversar quando na verdade o interesse dele era outro.

Ele me puxou e me beijou, eu não tive reação, pois, isso nunca me acinteceu. O empurrei na mesma hora e disse para não fazer mais isso, porque eu não era hétero e estava acompanhada.

Olhei para Thais que me olhava com um olhar assustador, vi que ela na verdade não me olhava mas olhava para algo atrás de mim.

Respirei fundo e perguntei se Cristina estava atrás de mim e ela disse que sim.

Não sabia o que fazer depois dessa cena, ela não queria falar comigo por nada nesse mundo, tentei de tudo.

Onde ela ia eu ia atrás para explicar o que havia acontecido, o que ela não entendia é que foi totalmente incomum aquele beijo e muito inocente, pois, eu não tinha esse costume de sair e beijar pessoas.

A hora de ir embora se aproximava e ela ainda não queria falar comigo, foi então que consegui chamar a atenção dela e tentei explicar tudo.

Ela como mulher e muito chateada não acreditou em nada do que havia dito mesmo tendo como provar que era tudo verdade.

Tudo que ela me disse aquela noite foi "se comigo por perto você beijou ele, imagina quantas bocas você não beijou durante o dia" e saiu andando.

Como ela estava me ignorando o resto da noite, eu fiquei com a cara fechada até chegarmos, na hora de se despedir não dei tchau para ninguém só vim embora.

Tentei ligar pra ela, mandava mensagens e ela não me retornava.

No dia seguinte, era um sábado, tentei mais uma vez falar com ela e explicar tudo de novo, mas ela não queria graça comigo nem pintada de ouro.

Depois de muitas mensagens enviadas a ela, ela me respondeu mas pedindo um tempo para ela repensar em algumas coisas e se despediu.

A falta que sentia daquela garota era incomum, ela passava por mim durante o dia e não me cumprimentava, falava com todas a minha volta e se vinha falar comigo era só um "Oi".

Procurei falar com ela pessoalmente, perguntei se ela me amava e ela disse que sim então pedi pra ela acreditar em mim, mas ela não conseguia.

Já havia passado um mês e eu já estava começando a aceitar o fato de perde-lá para sempre por uma história que não foi compreendida de forma correta.

Eu não a culpo, afinal, o erro de fato foi meu, mas eu queria que ela compreendesse ou ao menos viesse conversar comigo.

Thais aquela que estava ao meu lado quando tudo aconteceu, tentava me confortar, dizendo que logo ela entenderia e que se ela gostasse de mim, ela iria voltar e se não voltasse significava que era tudo uma pequena diversão.

Um amor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora