O tempo foi passando e eu sentia que nosso namoro estava mudando, não nos víamos com tanta frequência e nosso tempo livre foi diminuindo aos poucos.
No final de 2015 para o começo de 2016 já estava cansada da minha rotina, e já não havia paciência para estar no lugar em que eu trabalhava.
Nesse tempo, já tínhamos terminado pelo menos duas vezes e todas as duas foi por que eu acabava dormindo durante nossas conversas, mas era por ter apenas 3/4hs de sono, loucura da vida adulta chegando.
Ou talvez eu realmente estivesse errada por isso, vai de cada um.
Bom deixei claro a ela que sairia do emprego e que tentaria arrumar uma outra coisa, eu tinha planos e sabia que estando ali, não os realizaria tão cedo.
Ela havia entendido, mas depois de uns meses eu sentia que nada do que tinha vivido parecia real.
Tudo se acabava ali como se tivesse sido um sonho.
Estava exausta psicologicamente, fisicamente e emocionalmente.
Não estava sendo fácil, eu sempre a chamava para sair, e como sempre ela dizia:
— Hoje não dá, vamos remarcar para um outro dia.
Quantas vezes não ouvi isso, e eu dizia para ela então marcar e eu iria.
Não me importava o dia e muito menos a hora, nunca tive tempo ruim para isso.
Só posso dizer que, nessa brincadeira de esperar ela marcar para outro dia, ficamos um ano sem nos ver, isso porque ela mora a pelo menos 10 minutos de minha casa.
Até me oferecia para ir até lá, mas por incrível que pareça ela sempre tinha uma desculpa e eu como sempre deixava passar.
Chegou um tempo em que eu decidi não correr mais atrás e que se ela realmente quisesse continuar comigo ou tentar de fato levar nosso relacionamento a sério, ela saberia onde e quando me encontrar.
Foi então que mais uma vez nosso namoro caiu na rotina, foi ficando um clima chato entre nós duas e tudo era motivo para brigas.
Ninguém fazia mais questão de se encontrar, por mais que a saudade estivesse ali batendo igual louca, ninguém se esforçava para ver um sorriso no rosto da outra e eu que sempre quis o melhor para nós, já estava pensando em desistir de tudo e tentar uma outra coisa, talvez até ficar sozinha.
Os meses passaram e já estávamos a finalizar mais um ano.
Acabou que uma brincadeira que eu fiz, virou realidade na mesma hora, estava conversando com Cristina e mandei para ela:
— Olha, está um clima chato entre nós e eu já não sei o que fazer para melhorar ele. Tentei de tudo e mesmo assim parece que não é o suficiente para você. Quero pedir um tempo, um tempo indeterminado.
E então ela me respondeu:
— Você tem certeza disso? Quer mesmo o tempo?Respondi:
— Tu sabe que estou brincando, por mais louco que pareça eu não me vejo sem você.Horas depois ela me mandou:
— Talvez você tenha razão, acho melhor dar um tempo mesmo. Assim ninguém precisa cobrar ninguém e quando for a hora a gente volta.Fiquei mal, não vou mentir, mas jurei a mim mesma que não ia insistir para ficarmos juntas.
Respeitei sua decisão e disse que tudo bem.
Não mandei mais nada aquele dia e ela sabia que isso teria me afetado.
Me lembro que há um ano atrás, diria que até um pouco mais, alguns amigos estavam marcando de ir viajar para Belo Horizonte, no final de 2016 para o casório de amigos nossos em comum.
Acabou que o casório não saiu, mas para a mesma data iríamos até lá, para comemorar o aniversário da pequena Maria, entre várias conversas, finalmente decidimos viajar no mês de novembro de 2016.
Viajamos no dia 11 pela manhã e chegamos ao nosso destino à noite, passamos uma semana fora de casa e olha, foi uma semana maravilhosa!
Rimos, nos conhecemos pessoalmente, bebemos, tocamos todo tipo de música no violão e ali deixamos registrado como "ENCONTRO LA FAMÍLIA 013".
Um encontro entre amigos que passaram a criar um enorme laço de amizade após a morte do Chorão.
Por fim, quando estávamos voltando para nossas residências, foi duro se despedir, mas uma hora tinha que acontecer e assim todos nós nos despedimos.
Em São Paulo só morava eu e Paula, uma amiga que se tornou uma grande irmã.
No meio da viagem, estava conversando com Cristina e eu sabia que estava tendo um clima meio chato entre nós e perguntei a ela:
— Cris, você pediu um tempo ou você terminou tudo que há entre nós?
Um silêncio enorme se fez entre nós, e no mesmo instante falei a Paula:
— Acho que meu namoro acabou definitivamente.
Ela me olhou fixamente nos olhos e me abraçou dizendo que, tudo se ajeitaria e que não podia tomar nenhum tipo de decisão sem pensar.
Respirei e aguardei a resposta de Cristina.
Após algumas horas, ela mandou:
— Sabia que me perguntaria isso, mas acho que é melhor terminar de uma vez. Não quero te machucar, mais do que já estou e sabemos que não está legal, não como antes.
Mostrei a mensagem para minha amiga e tirei minha aliança no mesmo momento.
Respirei fundo e disse a ela:
— Tudo bem, assim como antes, irei respeitar sua opinião, mesmo não sendo o que eu quero.

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Um amor proibido
RomanceRomance entre duas garotas que não se conheciam e que por algum motivo desconhecido o destino acabou unindo elas durante o ano letivo. Ambas em salas diferentes completando seu ensino médio. Época em que uma delas era hétero e que com o tempo passar...