Fomos andar logo depois. Já devia ser umas nove e meia da noite. Poucos adolescentes ainda perambulavam na praça.
-Vai á escola amanhã? -me perguntou.
-Sim. Não gosto de faltar as aulas e vai ter uma prova de Artes. -finalisei sentando em um banco velho.
-Sinto falta da escola. -ela sorriu olhando os tênis. Deveria estar se recordando de algo bom que acontecera.
Eu não sabia muito a seu respeito, menos ainda teria a coragem de perguntar a ela. Nos conheciamos a pouco tempo para trocarmos algumas intimidades.
-Obrigada mais uma vez pelo convite e pelo açaí. -sorri.
-Que isso. Se ainda tiver algo que não experimentou é so me dizer. -piscou. -Mas um dia ainda te faço mudar de ideia.
-É. Quem sabe. -sorrimos. -Até esse dia chegar eu fico com meus milks shakes.
Ela me abraçou tão rápido que mal tive tempo de piscar. Seu perfume era doce. Uma mistura de rosas do campo com framboesa. Cheiro que eu poderia ficar um dia todo sentindo e não enjoaria.
-Desculpe. Não resisti. -ela se afastou sem graça.
-Eu precisava deste abraço. -tentei quebrar o clima tenso.
-Quer companhia até sua casa? -dei de ombros.
Fomos conversando coisas aleatórias. Nos conhecendo um pouco mais. Olhei uma última vez para a praça - não sei se isso foi bom ou ruim - em um banco meio distante, avistei uma silhueta familiar. Parei bruscamente.
-O que foi? Você está passando mal? -Hele segurou meu braço preocupada.
-Não sei, foi uma sensação estranha só isso. -respondi ainda olhando para trás. -Pensei ter visto alguém famíliar.
-Foi apenas impressão sua. -me puxou de leve.
-Tenho certeza que não. -atravessei a rua de volta para a praça com Helena me seguindo.
A pessoa sentada no banco chamou muito a minha atenção, não iria embora sem ver seu rosto. Ao me aproximar, cauteloso, notei que o mesmo falava no celular.
-...sim, eles acabaram de ir embora. Aquela garota... -senti uma mão.
Quando estava a poucos metros de ver a pessoa, Helena me puxou com tamanha força que cai sentado no chão.
-Está maluca Hele? -continuei no chão.
-Não. -fechou o cenho. -O que você ia fazer?
-Ver quem era aquele homem. Por que me impediu?
-Eu não gosto daquele homem. E-e você deve ter só o confundido com outro. -gaguejou.
-Por que não gosta dele, se nem sabe quem ele é?
-Sei muito bem quem ele é Eddygar. -me levantei.
-Pois eu não. E vou descobrir agora. -caminhei, mas fui bloqueado por ela.
-Você não vai!
Oras, quem ela pensava que era para me impedir de alguma coisa? Nem intimidades nós tinhamos.
-Escute Helena, não te conheço, nem sei por que quis se tornar minha amiga. Mas se tem uma coisa que você ainda não sabe ao meu respeito, é que não vai me impedir de alguma coisa. Sempre fui livre para fazer o queria e não vai ser você a mudar isso. -passei por ela em chamas.
-Depois não diga que não te avisei. -foi embora na direção oposta.
Ela disse, mas eu já estava longe o suficiente para não ligar. Avancei rumo ao homem. Suava frio. Procurei coragem e então toquei de leve seu ombro direito.
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Qual Caminho Seguir?
RandomEddygar sofre com o bullying desde os 10 anos, por causa de seus pais Márcio e Fernando. Diferente do que muitos imaginam, QUAL CAMINHO SEGUIR conta seu jeito de pensar. O garoto de apenas 16 anos não tem amigos, muito inteligente e passar por muita...