DREW CAMPBELL recebeu a mensagem quando estava pronto para sair com Robbie, Derek, Chris e Jillian. Já estava dentro do carro quando seu celular vibrou. Quando abriu a mensagem seu bom humor que já não existia foi de vez para o espaço. Viu a foto que o desgraçado tinha tirado com o rosto inexpressivo para não alarmar os amigos no banco de trás. A foto mostrava ele pressionando Natalie contra a parede do prédio, os lábios colados aos dela. A seguir uma outra mensagem brilhou na tela.
Será que seus amigos Derek e Kyle já sabem disso? Acho que não vão gostar muito!
Enviou uma série de pragas mentais para o bastardo que assassinara seus amigos, mas manteve o rosto inexpressivo. Não tinha contado nada a nenhum de seus amigos. Nem mesmo a Robbie para quem geralmente contava tudo, não se sentira confortável para contar.
- Quem é? - perguntou Jill inclinando-se por entre os dois bancos da frente para tentar ver a tela de seu celular. Drew o guardou instintivamente de volta ao bolso da calça jeans.
- Meu pai - mentiu ele de modo descarado. A mentira tinha passado a ser uma coisa bem recorrente em seu dia a dia. - Ele quer se encontrar comigo, mas não estou muito a fim de brigar com ele de novo - aquilo não era uma mentira total na verdade. Seu pai realmente entrar em contato com ele, tentando convencê-lo a se encontrar com ele novamente para se acertarem. O rapaz não sabia bem o que fazer. Perguntaria aquilo para Natalie se as coisas entre eles não tivesse desandado tanto.
- Acho que você deveria dar uma segunda chance a ele - disse Robbie, sentado ao seu lado. Drew manobrou o carro para sair de sua vaga no estacionamento da universidade e saiu em direção à rua.
- Antes nós nos dávamos muito bem. Mas, depois que descobri sobre ele e Pamela fiquei muito zangado. Ele ainda teve a cara de pau de me dizer que minha mãe nunca tinha feito com que ele se esquecesse do que sofrera no passado. Disse que só com Pamela conseguia esquecer tudo - explicou Drew enquanto virava o volante e entrava em uma rua movimentada da cidade. - Ele traíu minha mãe sem a menor preocupação, tanto que foi filmado por uma câmera e logo depois uma garota da minha escola conseguiu os vídeos e ameaçou minha namorada e um dos meus amigos. Nunca entendi porquê, só sei que ela era doente.
- Era a tal de Danielle, não era? - perguntou Derek, inclinando-se um pouco para a frente, interessado na conversa.
- Sim. Era a pessoa mais odiada de toda a escola. Parecia ter um conhecimento inato sobre computadores para conseguir invadir câmeras de segurança e webcans. Ela fazia isso para ver a discórdia e sei lá mais o que. Era uma garota estranha de vários modos - respondeu Drew com a voz repleta de um desprezo aparente.
- Eu diria vadia no mínimo - disse Jillian ainda enfiada entre os bancos de Robbie e Drew. - Não digo que mereceu ser morta, porque ninguém merece morrer tão cedo. Mas ela parecia ser uma vaca de primeira.
- Ela era - respondeu Drew, deixando que um silêncio preenchesse o carro antes que Chris abrisse a boca.
- Rob está certo, cara. Talvez você deva conversar com seu pai, acertar as coisas com ele - disse o rapaz de cabelos castanhos olhando para o lado de fora do carro, para a paisagem cheia de prédios e comércios do centro de Tulsa.
- Não teria o menor sentido - respondeu Drew sendo completamente sincero. - Brigaríamos mais vezes depois. Não gosto dessa situação tanto quanto ele. Ele anda muito estranho desde a morte de Pamela, perde a cabeça por quase tudo, ao menos foi isso que minha irmã disse.
- Talvez seja um resultado do divórcio - disse Derek.
- Talvez - concordou Drew estacionando seu SUV prateado em frente à boate Veludo Azul na Avenida Peoria, quase em frente ao Woodward Park. Drew não era nem um pouco fã de boates ou coisas do tipo, mas sempre era arrastado para esses lugares por Robbie. Olhando para fora do carro pôde ver que o lugar estava apinhado de gente, tanto alunos da Universidade de Tulsa quanto alguns outros jovens menores de idade que tentavam se passar por adultos.
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Sombra - Livro 2 - Trilogia do Assassino
Mystery / ThrillerQuatros meses se passaram desde que o massacre mais recente terminou. Porém, algo ainda espreita nas sombras e os sobreviventes sabem disso: existe um cúmplice; alguém capaz de cometer atos horríveis para puni-los por coisas que não fizeram. Era nec...