Unidade de Análise Comportamental, Quântico, Virgínia.
AS VÍTIMAS mais recentes são Christopher Peterson e Tracy McGarreth — disse a mulher vestida em um terninho preto, cujo nome era Amanda Benedict. Uma mulher de poucas palavras, porém, muito eficiente em seu trabalho, tinha reunido toda a equipe assim que recebera o telefonema do diretor da UAC. — Encontrados pelos amigos e dois policiais locais em uma espécie de armadilha preparada de forma inteligente em La Fortune Park, na cidade de Tulsa, em Oklahoma.
— Não entendo por que não nos chamaram antes — disse um homem alto, de cabelos castanhos e musculoso chamado Maxwell Heines. — Não é como se...
— Heines, agora não — disse Amanda, levantando uma das mãos para impedir que o homem continuasse falando. Max geralmente ficava muito irritado quando estava com sono. O que era o caso de todos sentados à mesa. — Já devem ter ouvido falar sobre o Massacre de...
—... Broken Arrow — continuou Lucas Byden, o especialista da equipe em transtornos mentais. Era um rapaz de aparência bem comum, com seus vinte e poucos anos, cabelos loiro-claros e óculos. Segurava uma pasta aberta onde estavam disponíveis as fotos tiradas das cenas dos crimes, desde a morte de Savannah Johnson. — Ocorreu há mais de 23 anos e os assassinos visavam atacar apenas adolescentes. Eram 6 no total, assassinaram muitos alunos a facadas e muitos morreram queimados por conta do incêndio que tomou conta do prédio depois. Foi o momento mais sangrento da história da cidade. A um ano atrás um bando de adolescentes começou a ser perseguido por uma pessoa mascarada que se revelou no final como Laurel McKenzie, acabou matando a própria filha. O namorado de Olívia, Drew Campbell, acabou matando a mulher. Atualmente ele está estudando psicologia clínica.
Amanda tinha cruzado os braços a frente do peito, os cabelos não estavam presos como gostava de fazer para vir ao trabalho. Tinha ficado no escritório analisando papeladas e revisando alguns relatórios que tinha de entregar para o diretor em menos de uma semana sobre um caso de assassinato de prostitutas em Nova York.
— Exatamente — disse ela, andando de um lado ao outro em frente a uma tela, onde as imagens dos corpos de Christopher e Tracy ainda pairavam, as serras afiadas cravadas em seus crânios. — Eles estão sendo perseguidos de novo e fomos solicitados para ajudar a pegar a pessoa que está por trás desses assassinatos. As pessoas estão ficando com medo até de sair na rua...
— O quê sabemos sobre ele? — Perguntou Julia Conolly, uma mulher de boa aparência, com cabelos loiros presos no topo da cabeça e sorriso fácil. Era uma das melhores agentes de campo de Amanda.
— Há um passado envolvendo as vítimas, como Byden já explicou. Pode ser que o assassino dessa vez seja um homem, pelos relatórios que recebi sobre o caso. Drew Campbell lutou contra ele algumas vezes, mas em nenhuma conseguiu êxito em captura-lo. Muito menos a polícia local. Eles descrevem o assassino como sendo um fantasma, uma hora está ali e no minuto seguinte já desapareceu.
— Então, é um homem confiante. Que parece conhecer muito bem os locais que escolhe para cometer os assassinatos — disse Sebastian Carling, um homem grande e de aparência rude, com olhos castanho escuros e pele bronzeada. — Entra em contato com as vítimas para deixa-las com medo antes de ataca-las. Ele gosta de estar no controle.
— De qualquer forma, existe um padrão. Antes atacava apenas adolescentes, mas isso mudou recentemente com a morte de Alyson Campbell, mãe de Drew. Foi transmitido até pelo Facebook, isso virou notícia mundial — respondeu Amanda entregando várias pastas cheias de papéis para seus agentes. — Saímos em dez minutos.
Cadeiras foram arrastadas e corpos se dirigiram para a porta da sala, deixando apenas Amanda Benedict ali, parada, encarando as fotos dos corpos de Christopher e Tracy. Que pessoa em sã consciência faria algo do tipo com outro ser humano?
— Eu vou te pegar seu desgraçado. Espere para ver.
Apagou as luzes e saiu da sala de reuniões.
* * *
DREW CAMPBELL acordou naquela manhã de domingo sentindo-se péssimo. A morte de Chris, Tracy e a descoberta daquele esqueleto no parque foi um choque, tanto para ele quanto para seus amigos. Robbie e Jill ainda estavam em choque. Nenhum deles tinha conseguido dormir direito durante o resto da noite, depois de dar seus depoimentos para a polícia de Tulsa.
A Detetive Esther Trant lhe disse que talvez realmente não conseguissem pegar aquele desgraçado. Não sem ajuda. Drew tentara lhe perguntar o que a mulher queria dizer com aquilo, mas ela não lhe respondeu, nem mesmo Henry ou Daniel.
No momento em que Drew jogou os pés para fora da cama, seu celular tocou na mesa de cabeceira. Esticou-se para pegar e ficou surpreso ao ver que era Henry lhe mandando uma mensagem: há algumas pessoas aqui em baixo e querem conversar com você e seus amigos. São do FBI.
Drew suspirou. Não suportava mais ter policiais em sua cola, mesmo que estivessem tentando ajudar.
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Sombra - Livro 2 - Trilogia do Assassino
Mystery / ThrillerQuatros meses se passaram desde que o massacre mais recente terminou. Porém, algo ainda espreita nas sombras e os sobreviventes sabem disso: existe um cúmplice; alguém capaz de cometer atos horríveis para puni-los por coisas que não fizeram. Era nec...