Capítulo 28 - Foto em Preto e Branco

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ELE DECIDIU deixar a casa na supervisão da mãe de Natalie e de sua vizinha a muitos anos, a Sra. Lillian Duncan. Voltaria dali a duas semanas para redecorar algumas coisas e deixar tudo pronto para quando resolver voltar para ela de vez, quando a polícia ou ele pegasse aquele assassino.

Tinham arrumado apenas algumas coisas que tinham levado para a casa pouco antes do funeral. Drew dirigiu para fora de Broken Arrow com o carro de seus guarda-costas seguindo logo atrás do seu. Voltar para um lugar tão ruim quanto o que tinham acabado de deixar para trás o deixava com um humor um tanto azedo.

Natalie Morgan lhe conhecia melhor que ninguém, e por isso sabia o momento certo para se afastar e deixa-lo remoer seus pensamentos. Mas, ela sempre permanecia ao seu lado, mesmo com seus altos e baixos. Vários minutos depois entravam na cidade de Tulsa, e mais alguns minutos se deram até que chegassem ao prédio onde moravam. Drew remoera todo o caminho sobre um assunto que vinha pesando em sua mente por semanas.

Não a pediria em casamento nem nada do tipo. Não estavam juntos a tanto tempo assim. Tudo o que queria era saber se ela gostaria de morar com ele, mesmo que fosse naquela casa. Drew fechou os olhos por um momento, decidindo não perguntar naquele momento. Talvez avançar o relacionamento deles dessa maneira não fosse o ideal naquele momento.

Drew estacionou o SUV em frente ao prédio, enquanto Henry e o parceiro estacionavam do outro lado da rua. Os dois saíram do carro e seguiram para as portas de madeira do prédio. Assim que Drew as abriu, ambos foram engolidos por uma avalanche de repórteres, que impediram de primeira a passagem do casal para o elevador.

— Sr Campbell! Sr. Campbell, sabe quem vem cometendo esses assassinatos? Por quê sua mãe foi uma das vítimas? — Perguntou uma mulher de cabelos negros e óculos de grau, segurava um microfone da Fox News, seu parceiro apontava uma câmera direto para o rosto de Drew, enquadrando-o junto à mulher.

Drew olhou para a mulher como se fosse um pedaço de lixo que tinha criado pernas e começado a falar. O rapaz estava resistindo para não xingar aquele bando de abutres dos piores nomes que conhecia. Queria que todos fossem para o inferno! Milhares de perguntas choviam das muitas bocas reunidas no hall de entrada. Mas, Drew não fez nada do que se sentia impelido a fazer. Juntou forças e deu o seu melhor sorriso cansado e lutou com as palavras para que parecessem descontraídas e repletas de tristeza.

— Eu sinto muito, mas não saberia responder. Acabei de voltar de um funeral e estou cansado — então, carregou a voz com o máximo de escárnio que conseguiu reunir, o que não foi muito difícil. — Não tenho nada para contar a vocês, e saibam que não diria nada a um bando de urubus sem noção iguais a vocês.

E com uma mão grudada à de Natalie, arrastou-a por entre a multidão, trombando e empurrando corpos de jornalistas e repórteres até chegarem aos elevadores, ambos ofegantes pelo empurra-empurra coletivo. As portas de metal se abriram e se fecharam com alguns jornalistas tentando passar para dentro e acompanha-los, mas Drew tentava ao máximo não deixar que passassem pela porta até que se fechasse por completo. Onde estavam os malditos guarda-costas quando se precisava deles?

Fechando os olhos, Drew encostou a testa na porta de metal. Sentiu uma das mãos de Natty apertar seu ombro, procurando confortá-lo de uma maneira a não invadir muito seu espeço. Drew não precisava que ela tivesse cuidado agora. Puxou-a para um abraço.

— Esses idiotas estão querendo me ver ferver de raiva — disse o rapaz afagando os cabelos da namorada enterrando a mão em seus cachos sedosos e macios. — Mas, não vão conseguir. Minha mãe não merecia morrer daquele jeito! — Ele gritou deixando as lágrimas que segurava a tanto tempo cair. Seus olhos ardiam e transbordavam, encharcando os cabelos ruivos de Natalie.

Sombra - Livro 2 - Trilogia do AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora