Capítulo 7

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Alexandre

- ô Ricardo, não tá estranha não essa movimentação no morro?- digo após a ronda matutina.

- como assim?- ele me olha confuso.

- os menores não tão brincando na rua, as piranhas não estão nas pracinhas, quase não vi ninguém indo ao colégio, tudo paredão! Eles tão sabendo de algo que nós não sabe.- falo convicto.

- ih caralho, vamos avisar ao delegado, agora que tu falou tô me ligando já, essa porra vai dar merda!

- vamos avisar ao Macêdo e ao Rogério, cadê o Cesar, o Luíz,a Silvia? Hoje eles foram transferidos, cadê o delegado? - digo sacando tudo, vou na corregedoria, alguém aqui tá fechando com o tráfico.

- calma, bora ter certeza, vou ligar para a delegacia, e Falar com delegado, beleza?!

- faz isso, vou dar uma olhada na entrada do morro, ver a movimentação.- digo me retirando.

Desço o morro e tudo parece normal nessa porra, esse delegado não me desce, deu porra dê treinamento nenhum, vou na corregedoria.

- Bom dia, seu polícia.- uma loira com cara de safada rir para mim.

- ô, para aí, sabe me dizer o que tá pegando aqui?! Tudo paradão!

- sei não, senhor.-diz mascando um chiclete.

- hum. Pode ir.- digo sério.

- valeu.-ela fala rindo fazendo um sinal de redenção.

Puta safada, tem cara de mulher de bandido, mulher não, lanchinho, as mulheres  deles foram com eles, se ela ficou por que só dava mesmo, ódio do caralho, tem algo estranho.


- Alexandre, falei com o delegado, ele disse que a Silvia, o Luiz, e o Cesar não vieram pois teve rebelião, sei lá onde, e sei lá mais o quê, namoral, não tô fechando com esse delegado não, vamos denunciar isso na corregedoria, já é? estamos nos arriscando aqui!

- valeu irmão, tamo juntos.

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Vanutti Raphael

(...) aí o policial Ricardo, me ligou perguntando dos outros e falando que a movimentação está estranha, tenho certeza que foi o policial Alexandre, ele já chegou em mim para reclamar da falta de armamento, esse filho da puta, vai morrer, deveria ter ficado de boa na dele, mas porra... eu quero ele morto agora!- o delegado fala enraivado.

- quer ele morto? Vai e mata! Porra, eu quero essa porra hoje, quero a minha favela de volta...- sou interrompido.

-hoje não, vai ficar muito na cara, essa semana Ainda,  beleza?

- tomar no cu, o chefia já está bolado, vai querer sua cabeça já já, te liga, quando então?

-  sexta?- ele diz com uma voz demonstrando medo.

- assim que eu gosto!

- vai tomar no cu.-ele desliga.

Porra,o chefia vai bolar, esses filhos da puta desses polícias estão esperto demais.

Saiu na rua, e vou até o Escobar, um dos meus fiéis soldados.

- fala mermo, chefe...- diz ao me ver.
- vai ser sexta, avisa pra geral.
- porra, tava empolgadão para matar polícia.
- também, mas segura a onda e divulga para geral.

- ja é!- diz pegando o radinho.

Subo na minha moto e saiu pilotando, Recebo uma mensagem da Mikaelly.

[ VR, acho que o policial se ligou em mim.] 9:34

[ dá o papo logo] 12: 54

[ veio me perguntar sobre a movimentação... tô com medo.] 13:02

[ fica de boa aí fia já botei olheiro nessa porra quinta tu volta para cá] 14:07

[ já é vai acabar sobrando pra mim nessa porra] 14:08

[ se liga em sua maluca faz merda não] 14: 39

Ela não responde mais, tenho medo que essa piranha com medo entregue o jogo, mas o medo dela por mim é maior, ia sentar o dedo sem dó.

Sobrevivendo ao inferno.Where stories live. Discover now