Capítulo 3

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Leal depois disso saiu, foi dar uma volta por São Paulo, iria esperar Iolanda deixar o apartamento.

Alguns dias depois.
No apartamento de Hélia.
H:Brasil?
S:Sim, você vai comigo não é?
H:Não sei...
S:Como assim? Você não disse que queria muito conhecer o seu segundo neto?
H:Sim, quero muito, mas agora... Agora eu não posso.
S:Mas não pode porque? Meu amor, o que foi?
H:É que Fidélio voltou do Brasil com vários projetos e eu disse que ia ajudá-lo.
S:Tudo bem pra você me deixar duas semanas sozinho?
H:Eee, o que é isso? Tá querendo me fazer ciúmes? (sorrindo) Eu me garanto senhor Sérgio! (o envolvendo com os braços em torno do pescoço)
Sérgio sorriu para ela.
S:Dona Hélia Pimenta é difícil de dobrar ein. (a beijando)
H:Prometo que da próxima vez eu vou, tudo bem? (sorrindo)
S:E tem como não concordar com você? Ainda mais com um sorriso desses.
H:Seu bobo! (o abraçando)
S:Acho que devíamos nos despedir muito bem. (rindo) Sabe? Pra que eu não morra de saudades.
H:Sua viagem é só no fim de semana. (rindo)
S:E o que tem? Não vejo problema algum em começarmos agora.
H:Sabe que eu também acho. (rindo)
S:Então... Estamos esperando o que?
Hélia sorriu pra ele.
Ele no mesmo instante levantou-se do sofá e estendeu uma de suas mãos para ela, assim que ela a pegou e a puxou junto a seu peito, ela estava colada a ele, de uma maneira que ambos sentiam a respiração um do outro.
Aqueles olhos verdes o buscando, ela o olhava de um jeito que ele não conseguia decifrar, se eles tinham perguntas ou respostas.
Hélia adiantou-se e o beijou. Os olhos agora fechados viajavam por um mundo que era só deles.
Sérgio dançava com uma das mãos por entre os cabelos de Hélia e a outra a apertava pela cintura.
S:Eu... Me sinto tão bem ao seu lado. Você nem faz ideia do quanto.
Ela sorriu pra ele.
Os dois beijaram-se dessa vez com certa urgência.
Em meio a beijos e carinhos ambos foram para o quarto.
H:Você também... (ofegante)
Ele a olhou meio sem entender.
H:Me faz bem... Muito bem. (sorrindo)
Ele a deitou na cama e deitou em cima dela. Os beijos mais intensos, as caricias fugindo da sanidade.
Amaram-se por longos minutos até atingirem o máximo de prazer.

Há dois dias Sérgio foi para o Brasil.
Hélia estava sozinha em seu apartamento, ouvia a musica que queria esquecer. Mas dessa vez outro tipo de dor incômoda estava em seu peito.
Saudade... Mas saudade de quem realmente merecia. Sérgio.
Pegou o telefone e ligou para Fidélio.
F:Alô?
H:Fidélio, é a Hélia.
F:Aconteceu alguma coisa? (nervoso)
H:Como assim? Não aconteceu nada, por quê?
F:Não... Foi automático. (rindo)
H:Eu liguei pra perguntar se você não pode vir aqui hoje?
F:Hoje? Agora?
H:Não, não precisa ser agora.
F:Me desculpe minha amiga, mas hoje realmente não vai dar.
H:É que eu queria te dizer que... Acho que pela primeira vez eu estou sentindo alguma coisa diferente pelo filho do JP.
Fidélio ficou em silêncio, não! Como assim? Justo agora que ele queria ajudar a amiga com o Leal. Pela primeira vez quebrou um juramento e foi em vão.
F:Mas, me explica melhor, como assim diferente?
H:Há dois dias da viagem dele, e eu... Estou com saudades (sorrindo)
F:Isso é normal, Hélia minha querida, vocês estão juntos a praticamente um ano.
H:É... Pode ser, mas de qualquer maneira eu já estou feliz.

A campainha do apartamento de Hélia toca.
H:Nossa, quem será uma hora dessas?
F:O que foi?
H:A Campainha, vou desligar querido, ligo pra você amanhã.
F:Fica com Deus minha querida.
H:Beijo.
Hélia já vestia um roupão de seda preto, estava pronta para dormir, afinal já passava das 23hrs.
Abriu a porta e no mesmo instante seu coração disparou.
H:Leal, o que você tá fazendo aqui?
L:Eu vim pra te levar de volta... De volta pra mim, Hélia.
H:Pera aí, acho que eu não ouvi direito.
L:Como?
H:Como assim me levar de volta?
L:Será que eu posso entrar?
H:Não!
L:Eu viajei por horas só pra te pedir pra voltar, não vai nem me deixar entrar, nem me oferecer uma água?
H:... Entra vai. (Abrindo a porta toda)
Leal não sabia que Hélia estava com o filho do JP, Hélia havia proibido Zeca de mencionar qualquer coisa, Fidélio não contou de propósito, queria ver até onde Leal lutaria por aquele amor.
Ele entrou e observou cada canto do apartamento.
H:O que foi? Não tem nenhum robô se intrometendo na vida da gente aqui não, pode ficar tranquilo.
L:Engraçadinha como sempre.
H:Olha Leal, eu não sei o que fez você pensar que eu queira voltar com você, ou pra você e... Quem é que te disse como chegar aqui? Ou melhor... Como o homem das cavernas Leal Cordeiro pegou um avião e veio parar aqui? Não pode ter sido sozinho, porque eu sei que você tem medo.
L:Porque? Eu não posso mudar? Eu quis vir e vim. Hélia... (levantou-se e aproximou-se dela)
H:Você já “disse” que havia mudado varias vezes.
L:Mas dessa vez eu mudei, Hélia... Eu mudei pra você, eu me arrependo todos os dias de não ter te pedido pra ficar, de não ter ido naquele aeroporto e dito que eu não posso viver sem você.
Mas você sabe como eu sou turrão, cabeça dura, eu precisei sentir a dor de não te ter, pra saber o tamanho do espaço que você ocupa na minha vida.
H:Leal eu...
L:Eu te amo, Hélia. Você é a mulher da minha vida.
Nisso Leal saltou os lábios da amada.
Hélia não conseguiu não beijá-lo, todo o esforço que fizera durante esse um ano pra esquecê-lo foi inútil, perdeu tudo em um único beijo.
Ele foi inclinando-a no sofá, ela sabia onde ia acabar tudo aquilo, não queria mais sofrer, pra que passar por tudo aquilo outra vez?
Ela o empurrou delicadamente.
H:Para, para... Por favor. (Levando as mãos aos lábios)
L:Hélia, o que foi? Eu sei que ainda nos amamos, sei que nosso amor ainda está aqui (Levando a mão no peito dela) intacto.
H:Leal, você não tem esse direito (já com lágrimas nos olhos) (Levantou-se)
L:Que direito? O direito de viver o nosso amor? (levantando junto com ela)
H:O direito de vir aqui e achar que tudo está como antes, Leal... (com a voz embargada) Eu implorei pra viver o nosso amor, eu te implorei pra não me deixar ir. (com as lágrimas descontroladas) E você não fez nada.
L:Eu sei que fui um idiota e que... (foi interrompido)
H:E agora, te deu um súbito arrependimento e você veio atazanar a minha vida? De certo a Dona Iolanda não deve ser tudo aquilo que você achou que fosse não é? Se não, não teria vindo até aqui... (foi interrompida)
L:Não é nada disso, eu percebi que... (foi interrompido)
H:Não! Não e Não! Eu não aceito mais sofrer, eu cansei Leal, eu já te dei inúmeras chances, você mentiu pra mim, me trocou... O que você acha que eu sou? Eu cansei de apanhar desse grande amor que não conseguimos viver ou não sabemos vivê-lo.
Leal a olhava triste, ela tinha razão, começou a lembrar de tudo que viveram, do quanto ela já chorou por ele, por protegê-lo, por amá-lo. E ele? O que ele deu em troca?
Só que ele sabia uma coisa que somente Hélia sabia e tentava desesperadamente esconder.
Ainda o ama, o ama intensamente e desesperadamente como naquela noite.
Ele se aproximou dela e a virou de frente pra ele, com as mãos em seu rosto ele disse:
L:Eu vou provar pra você, que você não vai mais sofrer. Eu prometo.
H:Leal eu...
L:E eu vou te levar de volta comigo... Ou eu não me chamo Leal Cordeiro.

Hélia e Leal - The Last Dance [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora