Capítulo 8

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Hélia colada naquele vidro, quem era ele? Parecia mais jovem.

Dessa vez não era o filho dela que ela estava usando para uma brincadeira. Estavam se beijando, estavam trocando carinho.

Hélia soltou um leve gemido.

Aquilo era torturador, eles iriam se amar, se mar onde também já se amaram.

Não suportaria presenciar aquilo, fechou delicadamente a porta e deixou que rolasse pela face, a lágrima que tentava segurar com todas as forças. (igual àquela que a Hélia já chorou T.T)

Leal chegou a sair da escola, mas quando chegou na calçada pensou com ele.

“Mas se eu disse que vou lutar, eu vou lutar”

Ele voltou o mais de pressa que pode, assim que chegou à porta não arriscou a entrar com tudo e presenciar o que não queria, bateu... Com a delicadeza de um cavalo.

H:Meu Deus do céu, será que é o Zeca? (já abaixando o vestido)

S:Não, ele disse que ia ao parque com as crianças e a Nelinha (abotoando a camisa nervoso)

H:Com eu estou? (ajeitando o cabelo meio nervosa)

S:Linda. (sorrindo para ela)

H:Pronto? (indo em direção à porta)

S:Pronto!

Leal batia insistente e sem nenhuma delicadeza.

H:Já vai, já vai. (abrindo a porta)

L:Oi. (sorrindo provocador)

H:Leal? Mas o que você está fazendo aqui?

L:Porque? Achou que eu ainda estivesse naquele teatro em Nova York?

Sérgio veio se aproximando.

S:Boa tarde? Algum problema aqui?

H:Sérgio, esse é o...

L:O pai do filho dela, Zeca. (o cumprimentando)

S:Você é ...

L:Leal Cordeiro. Muito prazer. (sorrindo)

S:Sérgio, filho do JP. Um prazer conhecê-lo.

L:Filho do JP? Mas o próprio me disse que não tinha filhos. (rindo)

H:Leal, por favor.

S:Minha mãe não disse a ele sobre mim, apenas quando ele estava a beira da morte ela revelou.

L:Mania que essas mulheres tem de querer esconder  os filhos do pai.

H:Leal!

S:Minha Mãe teve seus motivos e eu te garanto que ninguém sofreu mais nessa história do que ela.

H:É, na mãe ninguém pensa.

S:Algum problema? 
L:Não, problema algum.

H:Afinal de contas o que você quer aqui?

L:Vim chamá-los para jantar em casa hoje.

H:Oque? (sem acreditar)

Sérgio ainda não entendia aquele clima, mas sabia que não seria uma boa hora para perguntar, queria apenas observar.

L:Sim, um belo jantar que Tertuliana irá preparar.

H:Pra que?
L:Ué, pra comemorarmos as bodas de Papel do Zeca e da Nelinha.

H: Bodas de Papel? Eu não vou a jantar nenhum, sei muito bem o que você quer e... (foi interrompida)

L:Bem se vê que você nem liga mais pro Zeca.

H:Como é que é? Mas você só pode estar de brincadeira.

L:Nosso neto nasceu e você nem veio ver o menino.

H:Eu estava trabalhando.

L:Estou vendo o trabalho.

H:Olha aqui se você acha que pode vir aqui e ...

S:Meu amor, é só um jantar, que mal tem?

L:Amor? (debochando)

H:Tem todo o mal, mas ok, você quer fazer um jantar nós iremos nesse jantar, não é meu amor? (dando beijinhos na boca do Sérgio)

Leal estava atônito, queria arrumar um jeito de tirá-los dali, sabia no que aquilo iria acabar.

L:E como está o Fidélio? (Adentrando a escola)

H:Está bem. Agora se nos der licença... (grossa)

L:Como é a tecnologia não é? Graças aquela geringonça que voa semana passada estávamos você e eu tomando chá na casa do nosso velho amigo, Fidélio.

Hélia gelou. Ah Leal, era provocação, isso que ele queria tirá-la do sério.

H:É, é mesmo, agora você me dá licença que eu já estou fechando aqui, precisamos ir.

L:Ah, então eu espero vocês. É bom, podemos ir conversando não é? Matar a saudade. (provocando-a)

Hélia simplesmente olhou-o com muita raiva, queria dar-lhe um enorme tapa na cara, mas respirou fundo e disse:

H:Vamos amor, Leal como já é aposentado, não deve fazer nada da vida, então já que quer tanto nos fazer companhia. Vamos. Não é senhor Leal?

L:Perfeitamente Dona Hélia Pimenta.

Sérgio ficou incomodado com aquela conversa de indireta dos dois, mas o que o deixou praticamente decepcionado, foi o fato de Hélia não ter dito nada sobre esse encontro.

H:Vem meu amor (esticando a mão para Sérgio).

Leal conseguiu o que queria, acabar com aquela situação que se encontravam.

Hélia e Sergio voltaram ao Titã com Leal como guia, estava irritando, sendo inconveniente, mas era isso mesmo que ele queria.

Alguns minutos depois em frente ao apartamento do Zeca.

H:Pronto, graças a Deus chegamos, agora a não ser que você queira entrar e esperar na sala o meu filho chegar enquanto Sérgio e eu tomamos um banho juntos...

S:Hélia... (meio sem jeito)

H:Já pode ir embora. (sorrindo)

L:Não obrigado, vou pro meu apartamento, como eu te disse temos um jantar ao anoitecer. Se possível não se atrase. (sorrindo) Até mais tarde.

Hélia e Sérgio entraram, o filho de Hélia havia deixado uma cópia da chave com eles.

Assim que Hélia adentrou o apartamento.

H:Mas que idiota, ah que ódio. (largando a bolsa em cima do sofá)

S:Porque tudo isso?

H:Porque ele faz de tudo pra me tirar do sério, tudo!

Sérgio apenas a observava, Hélia estava nervosa, a conversa mesmo que cheia de indiretas a deixou inquieta, andava de um lado para o outro na sala do apartamento do filho.

S:Eu quis dizer o porque de não ter me contado?

H:Eu... Me perdoa.

S:Vem aqui, vamos conversar.

Hélia e Leal - The Last Dance [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora