13- Lembranças do ex na noite de São Paulo

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Lucas foi para o seu quarto. E Manu para o dela. Ele ligou para o pai e falou também​ com a irmã caçula, Maria. E depois foi tomar banho.

Manu ficou um tempo pensando naquele dia. E em seguida também fez contato com a mãe para saber se estavam todos bem. Logo após separou uma roupa e foi para o banho.

Acabou de se arrumar e foi até o quarto de Lucas. Ela estava agasalhada e com os cabelos soltos. E ele abriu a porta de bermuda e chinelo.

"Você vai assim?" - questionou Manu.

"Por que, tem problema?" - respondeu Lucas.

"Não... nenhum. É só porque aqui costuma fazer frio à noite. Ainda mais nessa época." - explicou Manu ainda parada na porta.

"Ah tá. Vou pegar um casaco. Ou melhor colocar uma calça também?"

"É, melhor." - respondeu Manu.

"Que cabeça a minha. Entre! Vou trocar de roupa e nós vamos." - disse o rapaz sem disfarçar a empolgação por ter Manu ali no quarto dele. E mais uma vez a achou linda. Especialmente com aqueles cabelos soltos.

Manu entrou e ficou impressionada com a organização de Lucas. Não havia nada bagunçado. Nada espalhado. E ele parecia saber onde estava tudo o que precisasse. Achou aquilo bem incomum para um rapaz tão novo. E ficou até com vergonha ao lembrar da bagunça das coisas dela.

"Pronto! Agora está melhor?" - perguntou Lucas saindo do banheiro com um jeans surrado e um tênis colorido.

"Sim... mas falei por causa do frio mesmo, não me leve a mal... você deve me achar uma chata, né? - perguntou Manu se levantando da poltrona e indo em direção a porta.

Lucas se aproximou, encostou as mãos no rosto dela e disse que de chata ela não tem nada.

Era a primeira vez que um outro homem tocava em Manu daquele jeito após tanto tempo com Beto. E agora sem ele. E ela não soube o que fazer. Sentiu-se uma adolescente prestes a dar o primeiro beijo. Ficou aflita, desconcertada. E tentou fugir da situação:

"Garoto, onde você comprou esse tênis? É diferente... engraçado, sei lá." - disse ela apontando para baixo e sorrindo.

Lucas tirou as mãos dela. E respondeu:

"Minha irmã escolheu e prometi usar. Acabei até me acostumando..."

"Ahhh, tá bom. Agora vamos?" - disse Manu.

E saíram do hotel sem destino certo. Lucas só queria ver um pouco a cidade. E no fundo era também uma boa desculpa para ficar ao lado de Manu.

Ela ficou calada, sempre que a noite caía ela se lembrava de Beto. Tentava evitar, mas ainda lembrava, porque mesmo durante a semana eles costumavam fazer algo juntos - ainda que fosse uma simples caminhada pela orla.

Lucas percebeu que Manu não estava bem. E conforme ela havia avisado, fazia muito frio na cidade. Mesmo agasalhada ele a observou encolhida, esfregando as mãos e ajeitando o casaco. Até que tirou o próprio casaco e colocou nos ombros dela.

"Não faça isso, menino! Você pode acabar pegando um resfriado!" - disse Manu tirando o casaco e estendendo as mãos para devolvê-lo. Lucas rejeitou. Disse que estava bem e que a culpa era dele por estarem passando frio. Até que Manu sugeriu que parassem num restaurante com música ao vivo. O rapaz concordou. E foram.

Sentaram e dentro do restaurante estava até calor. Manu pediu uma taça de vinho e perguntou o que Lucas iria querer. Ele pediu o mesmo.

"Você gosta de beber, é?

Na sua idade eu... ah, vai, você nem é tão mais novo assim. Acho que exagero um pouco. E na sua idade eu bebia também!" - concluiu ela olhando para as pessoas ao redor e observando o lugar.

"Bebo socialmente. Mas socialmente mesmo! Meu negócio é comida. Principalmente​ massa. Ah, aí não respondo por mim!" - disse Lucas enquanto olhava um cardápio.

Manu disse que também adorava massa. E os dois decidiram dividir uma lasanha, pois Manu não estava com tanta fome.

"O Beto não era fã de massas. Preferia carnes. Para ir a rodízios era muito engraçado porque já eu não gosto tanto de carne. Aí a gente combinava em dias diferentes." - disse Manu com os olhos cheios de lágrimas e tentando se conter.

"Pode chorar, Manu! Aliás, deve. Se está difícil você precisa colocar isso para fora mesmo. Meu único problema é a preocupação com o que vão pensar aqui a meu respeito. Será tipo "o novinho dispensando aquele mulherão e ela não​ aceita. Coitada". Ou "quem esse garoto pensa que é para fazer essa mulher tão linda chorar?"

Mas, tirando isso, fique a vontade para desabafar." - declarou Lucas olhando para Manu e tentando fazer com que ela sorrisse. E funcionou. Manu sorriu e disse que ele estava é bem na foto. Ainda mais após deixar a Guilou caidinha por ele e de dispensar um encontro com ela naquela noite.

Lucas sorriu, tomou um gole do vinho e disse:

"Essa Guilhermina é linda sim, mas não tem nada a ver. Não da minha parte, te garanto!"

Chegou a lasanha. Lucas colocou um pedaço no prato para Manu. Que não esperava. Pois Beto a tratava bem, mas não chegava a esse nível de gentileza. E ela não imaginava receber isso justo de um rapaz quinze anos mais jovem.

Eles comeram e depois voltaram caminhando para o hotel. Ainda sentindo falta de Beto e ao mesmo tempo encantada com Lucas, a publicitária volta calada. E Lucas também não fala nada.

Pegaram o elevador e foram cada um para o seu quarto após se despedirem com um sutil aperto de mãos. Lucas chegou ao quarto pensando muito em Manu. E ela estava em seu quarto fazendo o mesmo.

Manu pensou em ir até Lucas falar com ele. Não sabia exatamente o que diria, mas pensou. Porém, ao pegar o celular para mandar uma mensagem para a mãe, acabou vendo uma outra de Beto. Ele dizia que não conseguia parar de pensar nela. Que se arrepende por ter sido tão canalha, que está confuso e que precisa encontrá-la.

Ela não sabe o que fazer, teme ceder e novamente ser enganada pelo ex. Por outro lado, apesar de estar tentando esquecê-lo, ainda sente muita falta dele. Mas olhando para o telefone ela resolve não fazer nada. Deita na cama, chora e acaba pegando no sono.

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Manu sai por São Paulo com o gato do Lucas e... e continua pensando demais no ex! Normal, né, gente? Tudo tão recente.

Ahhh, mas quando isso passar, não terá Beto certo! Manu vai aproveitar e recuperar o tempo perdido. Será? Rsrs

Continuem comigo. E com eles!

Acabou! E Agora? Onde histórias criam vida. Descubra agora