Capítulo 4 - Rapto

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Durante a cavalgada, Jeremy sente um aperto no estômago; em parte pela bebida e em outra pela apreensão de não saber o que os bandidos farão com ele. O caçador de recompensas é levado até a floresta, depois de cavalgarem por um ermo vazio e arenoso. Lá o senhor Green lhe dá uma arma e diz:

— Eu não sou um monstro. Lhe darei uma chance de viver. É só me derrotar em um duelo!

— Eu aceito o seu desafio!

No velho oeste, os desafios são cheios de regras, como: ambos precisam atirar ao mesmo tempo, não é permitido atirar pelas costas do adversário e ambos precisam tomar a mesma distância do alvo em linha reta. Nos duelos não vence quem é mais rápido, mas quem possui a melhor pontaria.

Eles dão os doze passos e viram para a direção oposta. Nessa fração de segundo podem escutar o barulho das folhas sendo sacudidas pelo vento e também da poeira sendo levada embora. Alguns cavalos relincham e os homens conversam qualquer coisa. Jeremy dispara mais rápido e o seu projétil acerta Green na barriga, mas ele continua de pé. Jeremy aperta o gatilho mais vezes, mas só havia aquela bala dentro da câmara. Green dá risada e puxa o cão, que é a trava da sua arma.

— São balas de festim garoto. Se fosse um duelo verdadeiro você teria me vencido. Agora adeus!

Jeremy corre e salta para trás de uma árvore. Deu a sorte de não ser atingido pela arma do bandido. Ao olhar para trás viu que estava na beira de um despenhadeiro.

— Peguem ele! - gritou Green.

As coisas não estavam nada boas para o caçador de recompensas. Jeremy sabia que não iria durar muito se continuasse ali e que a única opção seria pular. Seu coração bateu mais forte e parecia que a veia em sua testa pulsava com a mesma força. Os homens espalharam-se para cercá-lo.

Até que por um segundo todos pararam para ver de onde vinha o som de cascos batendo no chão. O estrondo era forte como o de uma tempestade. Inesperadamente cavalos surgiram das sombras entre as árvores e vaqueiros laçavam os homens maus. Green montou em seu cavalo descorado e fugiu rapidamente de lá.

Jeremy ficou estático tentando entender o que estava acontecendo. Ele imaginou ter visto a feição daquele estranho cowboy por entre as sombras das árvores. Até que o homem que parecia estar na dianteira do grupo, um índio, o abordou dizendo:

— O favor está pago por ajudar meu filho com a pontaria, senhor Hunter.

— Eu não fiz pensando numa recompensa...

— Sabemos disso. Está tudo bem?

— Vai ficar. Eu só preciso de uma arma carregada com balas de verdade para salvar uma pessoa que fora raptada pelo Green.

— Aqui está! Tome cuidado.

— Muito obrigado!

Começa a chover e Jeremy desce a encosta montado em um cavalo marrom. Os homens do acampamento regressaram, levando os bandidos que haviam capturado consigo.

Jeremy sente que não está sozinho e presta atenção a qualquer movimento ao seu redor. Até que vê um brilho de arma no meio das sombras, em cima da entrada da caverna. Ele atira calculando aproximadamente a direção do vento e a forma do corpo.

O disparo do bandido não lhe acertou, ficando enterrado no solo. O caçador de recompensas derrubou o capanga com um disparo da espingarda, que acertou na axila.

Continuou descendo e teve seu chapéu arrancado por um disparo inimigo. Ele apontou e disparou contra outro homem na parte alta, que estava escondido atrás de uma rocha.

O tiro pegou de raspão e enquanto o herói recarregava, escutou passos vindos por trás. Jeremy largou a espingarda e virou rapidamente com o revólver na mão, disparando duas vezes, ainda em movimento de rotação. Acertando todos os dois disparos no peito do bandido.

Antes que pudesse entrar na caverna, Green aparece com a Selena presa em seu braço, colocada à frente do corpo.

— Entregue a sua arma cowboy! – a mão que segura a arma treme.

— Você não passa de um covarde Green!

— JEREMY! - grita Selena.

A situação é tensa. A água cai nos olhos e atrapalha um pouco. Jeremy está nervoso e esse sentimento piora quando o bandido aponta a arma para o herói. A moça está desesperada e pede socorro para o caçador de recompensas, confiante de que ele a salvará. Jeremy precisa fazer algo; precisa tomar uma decisão. Ambos disparam simultaneamente. Selena cai no chão barrento, com os cabelos cobrindo o rosto. Jeremy sente a ferroada fervente da bala que lhe cortara o braço de raspão, na altura do coração. Green continuou de pé e tentou erguer o braço para outro tiro. Selena se atirou novamente ao chão de barro vermelho para sair da linha dos disparos mas foi segurada pelo braço esquerdo do vilão.

Jeremy o fitou com um olhar sério e bang. O herói foi mais rápido dessa vez e, aproveitando-se da distração que o vilão teve ao perder a sua refém, acertou um segundo tiro no peito de Green, que permanecia de pé. O tiro do bandido saiu sem precisão e passou direto. Green não conseguia mais mover ou sentir o braço direito; o bandidão deixou a arma cair e cuspiu sangue.

Jeremy Hunter guardou a pistola no coldre e caminhou até a moça ferida, ignorando o malfeitor, depois de chutá-lo no queixo.

— Selena vai ficar tudo bem!

Ela olha confiante para ele.

— Você agiu bem Jeremy. Não me olhe com essa culpa nos olhos. – sussurra ela.

Ele a carrega nos braços e delicadamente a ajeita no cavalo. Com a mão esquerda Green covardemente tenta atirar em Jeremy pelas costas e o caçador de recompensas, ao escutar o barulho da arma sendo engatilhada, dispara sem nem olhar, acertando quase no mesmo lugar de antes, por milímetros. Finalmente Green cai e é amarrado ao cavalo para ser arrastado até El Paso.

Jeremy fala para Selena:

— Espere aqui só mais um pouco!

Ele entra na caverna e encontra a prova de que precisava para manter o bando preso: o ouro dos assaltos.

A cidade fica um pouco distante, então Jeremy decide levar a sua amiga para o acampamento, afim de que seja tratada do ferimento. Chegando lá, as pessoas se agitam em busca da única enfermeira do grupo, que estava no rio lavando roupas. Alguns rapazes foram chamá-la às pressas.

Selena foi colocada dentro de uma tenda, com pano molhado sobre a testa para diminuir a febre. Jeremy Hunter ficou ao seu lado, para dar apoio no que fosse necessário. Quando a enfermeira cortou parte da camisa dela, Jeremy notou uma marca de queimadura no corpo da amiga, muito parecida com a que escravos carregavam marcados na carne.

Ele fingiu que nada vira, mas Selena percebeu e ficou envergonhada. A médica pediu para que ele esperasse do lado de fora porque iria colocar roupas secas e limpas na moça.

O cowboy se perguntou:

— Como que uma jovem rica possui o selo de uma escrava? Não faz sentido...

A enfermeira também prestou primeiros socorros aos bandidos feridos. Jeremy e Selena passaram a noite ali, porque não era seguro viajar à noite, ainda mais carregando homens procurados.

O que será que aconteceu no passado da linda jovem? Continue seguindo a história e descubra!


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