Nasci livre, incólume
Mas implume e cego
Faminto, sedento de saber
Sem saber ao certo
Que saber é o deserto
Infinito da busca de respostasNasci aberto e vazio
Mas cheio de felicidade
Contagiando o entorno
Ganhei sim, às vezes não
Apanhei, engoli o choro
Fui subornado, corrompido
Mergulhei em mim, busquei o fim
Não vi o fundo, morri para o mundo
Não para mimRenasci e enxerguei
Um mundo qu'eu não via
Vim do fundo à superfície
Das águas turvas, imundície
Às águas plácidas, límpidas
Quis apenas o ar, respirei
Vivo a vida em sua plenitude
Estou livre da sombra da morte
Do medo do fim sinistroRenasci consciente
Anfíbio, dual, alado
Vejo o erro como o bruto
Não a arte final, não o absoluto
Presente, futuro, passado
Um processo embrionário
Das engrenagens, a menor
Mas exatamente necessário
O círculo da vida, no ciclo da vida
Sou um ponto
O outro, outro ponto
A sinapse é o encontro
Vi no espelho das águas
Que há um elo entre todos os entes
Elo perdido em nós
Aprendi, percebi, encontrei
Estou livre, mas não só
Viva a vida!
Nilk Oliveira
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Olhar Poético
PoetryO olhar poético nem sempre é romântico; ora crítico, ora social, às vezes torna-se parcial devido aos sentimentos que muitas vezes atraem esse olhar para a mesma direção. Descubra um olhar nem melhor, nem pior, apenas um olhar poético. Diga como es...