Sou eu sem ti

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Achavas que podias mandar em mim, eu era obrigado a fazer tudo que eu não queria, às vezes o que eu não sabia, só para agradar. Fui escravo do tempo, preso às vontades de uma estranha, na masmorra da ilusão de um amor perene, que só figurava em minha tela, um roteiro enfadonho e interminável, sem pé nem cabeça. Ah! Eu estava cego, ó venda maldita que me atava, tornei-me um lunático no Ártico, estático, patético, apático e pacificamente medíocre, falido, implume, insípido e desnudo, mas o sol nasceu para mim e eu enxerguei e me vi enclausurado num pseudoamor que desmoronou e a minha fugaz lucidez saiu pela porta da frente da cela daquela sina e me libertou e me fez reviver. Hoje estou vivo, e vivo feliz comigo mesmo, eu me descobri. Sou eu sem ti.

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