Aliviada

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Mosés é um perfeito cavalheiro, ele puxa a cadeira para que eu me sente.

Sêmora me olha mais séria, mas lhe dou o meu melhor sorriso, ainda sinto como se o meu coração fosse sair pela boca depois da briga com Safira, ou da surra que dei nela, mas não tenho medo, ela que venha, porque eu não vou mais tolerar qualquer tipo de comportamento por parte dela, nem ofensas ou xingamentos.

—Tudo bem?

—Sim amor!

Mosés se inclina e me dá um selinho, não recuo, mas sinto um gosto estranho na boca dele, parece... menta.

—Tudo bem mesmo? Safira não te chateou, certo?

—Não, eu só usei o banheiro e deixei ela lá, acho que daqui a pouco ela deve voltar.

Ele me fita e toca minha face com tanto zelo, que isso me acalma. Segura a minha face fazendo com que eu o fite, uma centelha de coisas vem nesse momento. Mosés Handerson tem sido o que eu quero há alguns meses, o que eu mais desejo e amo desde que ele decidiu entrar na minha vida, me dar bilhetes fofos de desculpa, ou lotou minha sala de flores, sinto-me grata por tê-lo ao meu lado acima de tudo.

—Te amo—falo baixinho, ainda que não sinta vergonha ou medo, mas é algo que quero que apenas ele ouça.

—Amo você. —Ele sorri discretamente. —Minha Bêzinha.

Coro, me inclino e abraço ele, Mosés me dá um beijo no pescoço que me causa arrepios.

—Mal vejo a hora de sair daqui.

É o que eu mais quero.

No fundo, no fundo, eu percebo esse lado dele que também é muito parecido comigo, ele é meio isolado e eu sempre fui isolada, na minha, Mosés também é assim.

—O prato de entrada é uma salada grega, você não comeu nada desde cedo, que eu sei—comenta. —Tem que comer Bê.

Queria ficar bem no vestido, acho que superei as minhas próprias expectativas. Pego os talheres e observo que somos o centro das atenções de nossas famílias, dos convidados, sinto-me um pouco envergonhada, mas tento deixar isso de lado, Mosés indica um vinho que serviram para mim.

Todos comem e conversam, e logo me vejo um pouco mais engajada ao ouvir Sêmora comentando sobre números, ao menos eu e ela falamos a mesma língua nesse sentido, falamos sobre coisas ligadas a cálculos matemáticos e trigonometria, ela conta sobre uma ex-professora nossa que se casou recentemente.

Phill levanta para atender a uma ligação e pede licença, os convidados das outras mesas conversam e bebem, comem. Começo a provar da minha salada ouvindo Bree e Fiance falando de moda, ao mesmo tempo que Sêmora parece não ter um pingo de paciência. Ela ficou linda usando esse vestido verde esmeralda, na verdade, todas elas ficaram lindas, inclusive mamãe, que maquiada ficou muito mais jovem.

Phill retorna dentro de alguns minutos, ele sorri meio de lado e se senta à mesa.

—Safira disse que não se sentia bem e foi embora, ela perdeu o celular a caminho daqui, pegou o carro e foi para o meu apartamento. —Phill fala com um sorriso tranquilo nos lábios. —Vocês sabem como são esses jovens, andam com a cabeça nas nuvens.

Ela anda é com a cara inchada, por isso não veio, Phill, mas você não precisa saber disso...

—Que pena —falo, mas por dentro a sensação é inigualável.

Garota G.G III (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora