Garota G.G III (DEGUSTAÇÃO)

Tudo Certo

Sinto um toque leve na face, tão suave, que me causa cócegas, depois um beijinho na ponta do nariz, me estico e coço o nariz no travesseiro, Mosés me dá beijinhos na face e no pescoço, desisto de tentar continuar meu sono, eu o fito.

—Bom dia, Bê!

Meu sorriso é automático, ele está usando uma calça de pijama e apenas isso, segura uma caneca de café branca, não quero sair daqui.

—Bom dia!—falo e de repente me recordo de ontem e começo a me sentir terrivelmente envergonhada.

—Temos que embarcar em duas horas. —Ele me dá um sorriso pequeno. —O que foi?

—Nada. —Me sento na cama, estou coberta por lençóis finos.

Ele me estende a caneca, aceito e ganho um selinho com gosto de café, Mosés me abraça nesse momento, meu coração fica embargado de amor por ele.

—Não queria te tirar da cama tão cedo, mas é que realmente precisamos ir.

—Tudo bem.

—Você está mesmo bem?

Ele se refere à ontem.

—Sim—reafirmo sincera. —E você?

—Muito bem —responde carinhoso, beija meu pescoço. —Te amo, Ana.

—Eu também amo você. —Algo me vem à mente. —Você está bravo pela Safira?

—Bem, só fiquei um pouco assustado, eu sei que você não é assim, eu imaginei que para ela tirar sua paciência deveria ser algo bem grave. —Ele afasta os meus cabelos para longe do rosto, mas francamente, não parece se quer irritado. —Safira é realmente muito difícil quando não gosta de alguém.

—Ela não me aceita...

—Ela não te aceita não por seu peso, Ana, é porque ela pensa que você está me roubando dela, e isso por mais que seja absurdo, é um pouco verdade.

Não queria falar disso no meu primeiro dia de lua de mel, mas vai ter que ser, lá fora Mosés tem uma irmã que me detesta, e que por mais que isso seja ruim, é a verdade. Não posso fechar os olhos para o que está acontecendo, tão pouco ignorar. Claro, ela eu ignoro sempre que ver, mas o assunto precisa ser resolvido, eu costumo ser completamente sincera com Mosés e isso é a base do nosso relacionamento.

—Vem tomar café, eu já pedi.

Faço que sim e saio da cama pegando um lençol. Ele segura a caneca e me envolvo no tecido gostoso, não me sinto tensa nem mal, eu apenas preciso conversar com Mosés sobre como tudo aconteceu... isso inclui Viviane.

Vamos para a sala da suíte e vejo que a mesa está posta com café, torradas, ovos, tudo quentinho. Ele puxa a cadeira para que eu me sente, depois se senta ao meu lado. A mesa não é grande, afasto os cabelos para trás e começo a servir a nós dois, tem morangos e mamão picados em recipientes de louça, que combinam com a chaleira e as xícaras, Mosés coloca um ovo de gema mole e mini torradas no meu prato, pega as frutas para ele.

—Sabe que eu não consegui acreditar na Safira, você é brava em muitos sentidos, mas em outros é tão dócil.

—Eu não gosto de briga, mas ela pediu.

—E como foi isso?

—Safira entrou no banheiro e me insultou, me disse coisas horríveis sobre meu peso. Chega uma hora que cansa tentar compreender, eu avisei para você que eu não quero ela por perto, eu não vou mais fugir de nenhuma situação na minha vida, estou cansada, sabe?