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Alessandra Dias

A casa estava silenciosa. Os meus pais já tinham ido dormir e eu estava sentada no sofá com o Biel.

-Podemos falar agora? - Perguntou e eu assenti.

-Diz tudo o que tiveres para dizer agora! - Falei e ele riu.

-Tudo?

-Tudo!

-Começo por onde? Odeio o seu ex! Porquê? Porque eu sei que gosta dele e ele de ti! Odeio saber que tu gosta dele e mesmo assim não paro de gostar de ti! Odeio ter aceitado vir para cá, odeio ter deixado vocês dois se aproximarem, odeio que tu olha para ele de uma maneira que nunca olhou para mim!

-Biel...

-Espera! Me escuta! Odeio que sorrias quando se fala dele, odeio que saias para ir ter com ele, odeio que o apoie mais que a mim, quase. E isso tudo num espaço de duas semanas! Odeio que todos joguem na minha cara como vocês ficam bem, eram um casal lindo e tudo mais! Eu me odeio porque não sou suficiente para ti!

-Biel, eu nem sei o que dizer! Eu sinto-me péssima por ter chegado a este ponto!

-Tu gosta mesmo dele, não gosta? - Suspirei.

-Eu...Eu acho que sim! Eu acho que ele nunca saiu da minha vida e agora que voltei ao sítio onde vivemos e tivemos a nossa história, é como se desse vontade de reviver tudo! Eu não sei explicar...

-E não precisa explicar! Está mais que explicado, Alessa! Tu gosta dele, não de mim! -Falou levantando-se e eu puxei o seu braço.

-Biel, nós podemos resolver isto!

-Não há nada para resolver! Alessa, pode voltar para ele! É isso que ambos querem!

-Mas Gabriel!

-Sem mas, Alessa! Eu vou voltar para o Brasil, pode ficar por cá se quiser!

-Biel, não faças isso!

-Vou fazer sim! Querer voltar para ele, tudo bem mas pedir que eu deixe voltar e ainda tenha de observar é demais!

Ele subiu as escadas e eu senti os meus olhos arderem. Eu arruinei a minha relação com o Biel por causa do André. E agora? Isto não me pode estar a acontecer.

Liguei ao Afonso para nos encontrar-mos na praia que apenas me respondeu com um "Estou a ir!" e saí de casa. Assim que cheguei à praia, já o Afonso estava a sair do carro. Estacionei ao lado de seu e saí do carro.

-Alessa! O que se passou? - Perguntou assim que me viu.

-Acabou, Afonso! Estou perdida! - Falei e ele puxou-me para um abraço forte.

-Não acredito que vieste a conduzir nesse estado! Vamos para minha casa, é melhor!

-Não! - Puxei o seu braço. - Eu não quero ver mais ninguém. - Ele suspirou.

-Vem, entra. Está demasiado frio cá fora. - Entrámos no seu carro e ele trancou as portas.

-Ele acabou comigo! - Falei e o Afonso puxou-me para o seu colo.

-Foi por causa do André, não foi? - Assenti.

-Mas ele tem razão, eu... eu gosto do André e não posso exigir que ele fique!

-Vocês amam-se, Alessa! Sempre foram loucos um pelo outro! Pensavas gostar do Biel, porque tinhas o André a quilómetros de distância!

-Mas eu não sei o que fazer, Afonso! Eu vou voltar para o Brasil daqui a nada e como vai ser? Eu não posso ficar com o André!

-Volta para cá! - Falou e eu neguei.

-Não posso deixar tudo por uma incerteza!

-Não é incerteza, porra! Vocês amam-se, tens a nossa família e até os teus pais podem querer voltar! Não custa nada voltar ao teu país! -Neguei.

-Eu não sei, além disso, a minha carreira está lá!

-Há tantas agências de modelos, Alessa! Isso não é desculpa! - Falou e eu olhei para os meus pés que estavam no outro banco.

-Eu nem sei como é que os vou encarar agora!

-O André encaras normal! O Biel, não sei bem. - Suspirei.

-Não sei mesmo o que fazer!

-Olha, para começar, vamos para casa! Se não queres ir para a minha, vamos para a tua! Eu fico contigo se quiseres!

-Tudo bem! - Saí do seu colo e olhei-o. -Obrigada, pulguento! - Ele riu.

-Estou aqui para tudo, cunhadinha! - Ri negando.

-Vemo-nos em minha casa!

Saí do carro e fui para o meu. Fomos o caminho todo a brincar, parecíamos duas crianças com carrinhos de brincar. Quando chegámos a minha casa pusemos os carros na garagem e fomos para a sala. Estava tudo calado, os meus pais não se devem ter dado conta de nada.

-Filme e doces? - Perguntou e eu assenti.

-Vai buscar as coisas à cozinha que eu vou buscar cobertores e almofadas! - Sorri.

Fui buscar o que tinha dito e quando voltei já tinha a pequena mesa de centro cheia de doces e bebidas. O Afonso estava agora descalço e a mexer na televisão.

-Já escolheste o filme? - Perguntei.

-Ted? - Perguntou e eu dei de ombros.

-Que seja.

Jogámo-nos os dois no sofá, por debaixo dos cobertores, e começámos a ver o filme.

N/A: Gente, quando publiquei este livro pensei que fosse ter alguns votos e comentários mas damn, nunca pensei que fosse ter tantos! 😍

Obrigada a todas! 😍

Instagram || André SilvaWhere stories live. Discover now