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Alessandra Dias

Já tinha banho tomado, os rapazes tinham sido avisados de que eu estava bem e ainda no Porto. O Afonso foi para casa e o André foi para o treino com a promessa que voltaria assim que acabasse.

Estava sentada na varanda, a ver e apagar algumas fotos da galeria e das redes sociais quando encontrei uma foto antiga com o André. Sorri ao olhar para a recordação. Tinha memórias por todo o lado com aquele rapaz.

Mesmo estando um pouco triste por o Biel ter acabado comigo, tenho de admitir que o André me faz sentir muito melhor, mesmo só estando a meu lado, sem fazer nada e sem dizer nada. Apenas a presença dele, melhora os meus dias, como há cinco anos atrás.

Corri para o meu quarto, eu sabia que algures no meu guarda-vestidos eu tinha lá duas caixas, uma cheia de fotos e outra de recordações. Após revirar tudo ao contrário consegui finalmente encontrá-las.

Voltei para a varanda e abri a caixa das fotos. Havia imensas fotos e a maioria eram com o André, fotos desde o nosso primeiro dia de escola até ao dia em que me fui embora. Havia também fotos com um pequeno Afonso de 14 anos, com todos os primos do André, com a Anabela e o Álvaro, com a nossa antiga turma.

Deixei as fotos na caixa e agarrei a minha caixa de recordações. Abri a pequena caixa e logo vi um pequeno envelope com o meu nome escrito à mão, a letra era do André. Abri o pequeno envelope e senti os meus olhos encherem-se de lágrimas.

O envelope tinha fotos minhas, uma com o André e uma folha com um pequeno texto onde ele admitia ter gostado de mim desde os nossos nove anos. Continuei a ver o que continha naquela caixa. Havia fotos, pequenos textos, prendas que o André me tinha dado.

Vi o carro do André parar em frente ao portão. Sorri quando ele saiu do carro e olhou para mim.

-Abre a porta, Rapunzel! - Ri.

-Está aberta, estúpido! - Ele riu e logo o vi dirigir-se à porta e abri-la.

Continuei a ver o que tinha dentro da caixa, até que senti um beijo na minha cabeça. Olhei para cima e vi o André olhar para o que estava nas minhas mãos.

-Tu estás a ver as nossas recordações? - Perguntou, sentando-se ao meu lado.

-Sabes que eu sempre guardei isto! - Ele sorriu.

-Deixa-me ver!

Entreguei-lhe a caixa e ele começou a olhar para tudo sorridente. Agarrou o pequeno envelope e olhou-me sorrindo.

-Isto tem um texto onde eu admiti gostar de ti desde os nove anos! Isto é constrangedor! - Murmurou e eu acabei por rir.

-Não é nada! Eu achei e continuo a achar fofo! - Ele riu e negou levemente.

-Foi o melhor ano da minha vida! - Falou sorrindo.

-Foram os melhores 17 anos da minha vida! - Sorri e ele beijou-me.

-Podíamos criar mais memórias, mas para uma nova caixa! - Falou sorrindo.

-Não é uma ideia assim tão má! - Brinquei e ele riu.

-Vem cá! - Ele deixou a caixa no chão e puxou-me para o seu colo.

-Tive saudades, André! - Sussurrei enquanto o abraçava.

-Eu também tive saudades, Alessa! - Apertou-me contra si.

Ficámos ali a aproveitar o dia de sol, entre abraços e beijos, com brincadeiras pelo meio e a relembrar os velhos tempos. Era bom ter o André para mim novamente.

-Posta esta foto! - O André falou. Era uma foto nossa com alguns rapazes da nossa turma e uma piranha.

-Nem pensar! Lembras-te como eu odiava esta gaja? - Ele riu.

-Tu apenas a odiavas porque ela gostava de mim! - Falou divertido e eu revirei os olhos.

-Ela queria o que era meu! Eu estava só a defender o que me pertencia!

-Era teu e continuo a ser, ciumenta! - Sorri manhosa e escondi a cara no seu peito.

-Mesmo assim, não vou postar porra nenhuma! - Falei e ele riu.

-Continuas a mesma ciumenta de sempre!

-Não sou ciumenta, defendo o que é meu! - Falei manhosa e ele riu.

Apenas deitei a cabeça no seu ombro e as suas mãos desceram para as minhas coxas onde começaram a fazer um leve carinho.

-André?

-Uhm?

-Achas que podia resultar se eu me mudasse para cá? - Murmurei e ele olhou-me.

-Porquê a pergunta?

-Por nada, estava só a pensar.

-Se tu te mudasses, eu ia raptar-te e serias só minha! - Ri.

Comecei a fazer um carinho na sua nuca com as minhas unhas fazendo-o arrepiar-se.

-Bom saber! - Sussurrei.

N/A: Acham que a Alessa vai voltar? Ou ainda vai haver muita distância entre eles?

Instagram || André SilvaWhere stories live. Discover now