[012]

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André Silva

-Estás a pensar em fazer alguma coisa? - O Afonso perguntou assim que entrámos no carro.

-Estás a falar de quê? - Perguntei dando a partida.

-Não te faças de idiota! Sabes bem que estou a falar da Alessa!

-Tenciono fazer alguma coisa, sim! Mas não sei o quê e nem sei como! - Falei.

Mantinha-me concentrado na estrada, íamos para o Lais de Guia, o bar da praia de Matosinhos, onde tínhamos combinado nos encontrar-mos todos.

-Tu sabes que ela provavelmente nem quer nada contigo, certo?

-Obrigado pelo apoio maninho! - Falei irónico e ele riu.

-Ela própria disse que já não tinha 17 anos! Além disso, ela agora mora no Brasil! As tuas chances são mínimas! Eu estou a tentar abrir-te os olhos!

-Os meus olhos estão abertos, Afonso! Eu sempre gostei de Alessa e isso não vai mudar só porque ela namora com um brasileiro qualquer! Eu vou conseguir reconquistá-la!

-Se tu o dizes... -Ele falou e eu sorri.

Passado pouco tempo, chegámos à praia. Estacionei e fomos para dentro. Para minha surpresa, a Alessa e o Tiago, junto com a namorada, já estavam numa mesa. Fomos ter com eles.

-Boa noite! - Sorri.

Cumprimentei a Carolina com dois beijos e fiz o mesmo com a Alessa. O Afonso fez a mesma coisa e sentámo-nos.

-Já pediram? - Perguntei.

-Não, estamos à espera que todos cheguem! - A Alessa falou e eu assenti.

As raparigas falavam animadamente entre si, enquanto esperávamos pelos outros. Pouco tempo depois, chegaram os três atrasados que faltavam. Logo fizemos os nossos pedidos e eu olhei para a Alessa que estava a meu lado.

-E o namoradinho? - Perguntei.

-Pensava que não gostavas dele! - Falou e eu ri.

-Só estava a perguntar por ele, não disse que queria que ele tivesse vindo! - Ela riu negando.

-Ficou em casa, não quis vir! - Ela falou.

-Sempre soube que homem não te impedia de fazer o que querias! - Falei sorrindo e ela olhou-me.

-E porquê isso?

-Por nada, estou apenas a dizer. - Falei e ela assentiu.

Estavam todos a conversar animadamente quando senti a Alessa encostar a cabeça no meu braço. Olhei-a e ela olhou-me sorrindo. Ela estava a ficar com sono, daí ficar tão "mole".

-Queres ir dar uma volta pela praia? - Ela negou e eu ri.

-Daqui a nada estás a dormir! - Falei.

-Tudo bem, vamos lá! - Falou.

-Nós vamos apanhar ar, já voltamos! - Falei e todos assentiram.

Saímos do bar e fomos até à areia onde ela se sentou e eu acabei por me sentar a seu lado. Uma brisa batia em nós e os seus cabelos voavam com o vento. Sorri ao olhá-la e ela olhou-me também.

-Para de me encarar!

-Não dá para evitar! - Falei e ela sorriu.

-Para com isso, André!

-Não me digas que ainda tenho poder sobre ti! - Falei divertido.

-Olha a tua vida, André Miguel! - Ri e aproximei-me dela.

-Ficaste assim tão violenta?

-Nem imaginas o quanto! - Falou rindo.

-Aposto que não mudaste assim tanto! - Falei.

-Porquê tanta curiosidade nisso?

-Porque fazes-te de forte mas aposto que ainda te derretes toda com coisas pequenas! Com um abraço apertado e beijos na testa! Aposto que dizes não a tudo mas não te importavas de algumas coisas voltassem ao que eram dantes!

-Não inventes! Eu mudei, cresci! E as coisas também mudaram!

-Mudaram? - Perguntei e ela assentiu.

Levantei-me e dei-lhe a minha mão, ela olhou-me confusa.

-O que vais fazer?

-Levanta-te! - Falei.

Ela parecia incerta mas aceitou. Agarrou a minha mão e eu ajudei-a a levantar. Fiquei por trás dela e embrulhei os meus braços na sua cintura.

-André...

Apertei-a contra mim e deixei um beijo no seu pescoço. O seu corpo estremeceu e as suas mãos foram parar em cima das minhas e eu sorriu contra a sua pele.

-Tu sempre adoraste quando eu te abraçava assim! Adoravas quando eu te puxava para mim e não te deixava ir!

-André, para com isso! Eu namoro!

Fiz com que ela se virasse, e ficasse de frente para mim. A diferença de altura tornou-se maior do que há quatro anos atrás e eu sorri ao olhá-la nos olhos.

-Tu namoras mas continuas a gostar que eu te trate assim!

Ficámos algum tempo a encarar-nos sem dizer nada. Eu sabia que tinha controlo sob o corpo dela mesmo passando estes anos todos! Ela continua a estremecer ao meu toque.

-Eu sei que até acabámos e não era a vontade de nenhum dos dois mas não podemos fazer isto, André! Eu não sou uma adolescente que se vai render aos teus encantos!

-Falas como se eu só quisesse seduzir-te e levar-te para a cama!

-O Biel podia ser tudo e mais alguma coisa mas eu não o vou trair! Sou mulher e não uma qualquer que se vai render ao mais bonito ou mais rico! - Ri.

-É isso que achas de mim? Melhorei assim tanto em quatro anos? - Ela olhou-me envergonhada e eu voltei a rir.

-Para! - Falou alto. -E sim, melhoras-te! - Rimos.

-Agradeço o elogio! Também melhoras-te! - Falei sorrindo.

-Vamos lá para dentro! - Ela saiu de perto de mim e começou a caminhar em direção ao bar novamente.

Corri atrás dela e sacudi a areia que tinha nas coxas e no rabo.

-André! - Ela bateu-me no peito e eu gargalhei.

-Calma! Estavas cheia de areia!

-O que tu queres, sei eu!

-Se quiser, eu faço! -Dei-lhe uma palmada e logo recebi um soco no peito.

Ri e puxei-a para mim. Passei um braço em volta do seu pescoço e voltámos para dentro do bar. Recebi um olhar surpreso do Afonso, contive-me para não me rir e sentámo-nos nos nossos lugares.

-Que tal a praia? - O Hugo perguntou sorrindo de lado.

-Bem melhor que a companhia! - A Alessa falou rindo.

-Ai sim? Não parecias incomodada, lá fora! - Fiz-lhe cócegas e ela começou a rir-se que nem louca.

-Okay, para! - Falou e eu olhei-a. -A companhia também era boa! - Resmungou e todos rimos.

-Bem me parecia!

Instagram || André SilvaWhere stories live. Discover now