Corro o mais rápido pelo campo até não me aguentar. Sinto a dor aguda na lombar e caiu de joelhos...
Sinto o meu coração freneticamente batendo forte e rápido querendo se expandir a cada batida, de repente ao mesmo tempo minha visão se expandindo junto de minha pupila, olho direto para a lua cheia no céu me retorcendo...
Minha cabeça vai literalmente explodir, é como se meus neurônios estivessem queimando ou estourando, aperto a minha cabeça e trinco os dentes tentando fazer a tarefa necessária e impossível de suportar a dor. Em seguida, é como num instinto que eu rasgo minhas roupas, vou rasgando e abrindo e tecido da minha camisa. Nesta altura eu já estava gritando. E a cada batida sofrida do meu coração nestes ares frios da meia noite nebulosa da lua do lobo, da lua da maldição, eu via, que todo o peso de minha vida, todo o peso da cena que agora eu me encaixava permitiam que eu só desejasse uma coisa apenas mais que tudo, mais que minha amada Verónica. Neste exato momento tudo o que estes ares me trazem é aquilo que será difícil para mim conseguir; é a morte ensandecida em sangue e sofrimento.
O xerife e o recruta aparecem na porta dos fundos de minha casa um pouco já distante.
Levanto e continuo correndo, mas dessa vez é a perna esquerda...um estalo e eu grito! Logo estou no chão novamente...rastejando para dentro da floresta escura...
Sinto agora todos os ossos do meu corpo se partirem. A dor é imensurável e indescritível.
Nunca pensei em dores ou sofrimentos tão intensos...
Continuo rastejando com o rosto encharcado em lágrimas, franzindo os meus dentes agora sujos de terra até perceber que minha mão é a primeira a mudar visivelmente. Ela cresce de uma forma anormal, isso doe, tudo doe, mas vejo ela crescendo sem parar. Meus dedos ficam mais longos; minhas unhas se transformam em garras; e de repente uma pelagem escura começa a surgir nos braços, nas mãos e logo em todo meu corpo. A dor desce mais forte e aguda para o meu Calcâneo, o osso do calcanhar que começa a subir e crescer, os ossos do meu pé se quebram em várias partes, é como se agora estivem sendo substituídos, pois sinto um osso enorme crescendo e quase rasgando a minha pele até ver que garras muito afiadas se fizeram nas pontas dos dedos dos meus pés.
A dor vai subindo mais forte pelo meu corpo até chegar a minha boca. Vejo o sangue caindo no chão junto de alguns dentes, mas os caninos se tornam presas e os que caíram logo foram substituídos por novos dentes, maiores e brilhantes.
A dor não para de aumentar, não para. Parece que a cada estalo de osso, meu corpo e minha mente se cansam com a dor, e por este fato, ela só aumenta. Quando eu sinto o estalo em minhas costas foi onde dei o ultimo e o mais alto grito de dor. Minha coluna estalava com a quebra dos ossos, eu podia ouvir os ossos se partindo e crescendo dentro de mim, era um som horrível de ouvir, meu coração não aguenta e não consigo respirar mais, a dor é demais para suportar. A não dor alivia mas fica bizarra e esquisita, pois agora sinto os músculos do corpo crescendo, começando com as costas, braços e músculos enormes nas pernas. Agora todo meu corpo está maior e começa a crescer ainda mais, dobrei minha altura. Tudo começa a acontecer mais depressa, meu crânio começa a aumentar e a parte frontal não para, ela segue para frente aumentando os ossos da mandíbula, formando um focinho, como o crânio de um cão ou de um lobo. Minhas orelhas começam a crescer e a pelagem escura toma conta de todo o meu corpo. Fecho os meus olhos com força. Abro. Minha visão muda por completo: Cor e Amplitude. Minha visão é em preto e branco, mas vejo linhas fantasmagóricas levemente coloridas como se focem a trilha de meu olfato, tudo o que eu queria sentir o cheiro tinha uma leve cor para mim farejar. O sangue e o suor humano tinham a cor vermelha e a trilha ia em direção a cidade... Fecho os olhos com força e num granido eu abro, logo, eu apago perdendo a consciência.
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A Maldição Do Lobisomem
Hombres Lobo-Deixe-me ver.... Homem moreno; não muito alto; deve ter uns 40 anos eu diria... Causa da morte...? Hum... vejamos... Desconhecida. -Uma cena terrível, não é? Olha a cabeça degolada sobre mesa, nunca vi algo assim! -Confesso que há tempos que nesta...