Sofia não era NADA boa em elaborar planos.
Resumidamente o plano dela era: fique vigiando a sala. Caso ela não saiba, O Observador não é burro o suficiente para colocar um bilhete onde tem gente vendo. Que menina burra!
O pior nem era o plano, era o fato dela não fazer nada. Eu e Rafael que tínhamos que fazer TUDO! Daqui a pouco teríamos que pegar até água para aquela garota I-N-S-U-P-O-R-T-Á-V-E-L!
Mas vou para de reclamar, pelo menos tinha chance de saber quem era a pessoa atrás dos bilhetes.
Estava debaixo de uma janela da sala que tinha vista para o corredor de serviços. Segundo Sofia, aquele era um bom legar para observar a sala, pois tem que entrar por uma "passagem secreta" para chegar no lugar onde eu estava. A passagem não era NADA secreta, só tinha que passar por ela na hora certa. Não duvido nada que se um disciplinário nos visse passando por ela, ele nos daria uma advertência na mesma hora. Aquele não era só um plano burro, como também arriscado.
De tempo em tempo eu olhava a sala. Não podia ficar olhando, pois tinha que verificar se alguém estava passando pelo corredor de serviços e também porque O Observador não entraria na sala sabendo que tinha alguém observando.
Eu tinha um outro plano, utilizar uma câmera, porém Sofia não me deixaria executá-lo e era difícil esconder uma câmera naquela sala.
Quando olhei para o corredor e vi o disciplinário mais chato passando por lá, levei um enorme susto! Fui para o outro lado do corredor e entrei em uma sala pela janela dela. Mas, só percebi que não era uma sala de aula, depois de entrar. Na verdade estava em um depósito pequeno.
Olhei para os lados e vi o tanto de caixa que tinha lá. Tentei imaginar tudo que devia ter dentro delas, mas não era só dentro delas que haviam coisas. Uma grande árvore de papelão estava no centro da sala. Ela foi utilizada em uma apresentação minha do terceiro ano, há quatro anos.
Senti uma saudade daquela época, quando não tinha lido uma mensagem falando na minha cara todos os meus defeitos, quando tinha vários amigos, quando meus primos ainda moravam no Brasil. Lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Em quatro anos muitas coisas haviam acontecido, mas não era por causa disso que chorava. Chorava por causa dos meus defeitos. Será que eu não tinha nenhuma qualidade? Será que era um ser-humano feito de defeitos? Será que não tinha nada em mim que os outros gostassem?
Fiquei no depósito durante um tempo e depois saí. Já tinha parado de chorar quando pulei a janela de volta ao corredor.
Voltei para o meu posto e quando olhei para dentro da sala, não tive como disfarçar a surpresa. Eu estava em frente ao O Observador, mas não acreditava que era ele, ou melhor, ela.
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Abraços,
Camila
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O Observador
Mystery / ThrillerUm garoto, ou garota, ninguém sabe quem, manda mensagens para seus colegas todos os meses. Porém, não são qualquer mensagem. Esse aluno, que se auto intitula O Observador, manda mensagens sobre os maiores defeitos de seus colegas e como não ter mais...