Capítulo 4 - Mais Um?

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  E começou mais um chato e irrelevante dia de aula. Os falsos dos meus amigos agiam como se nunca tivessem tido aquela conversa na vida.  Se eu não tivesse ouvido a conversa, acharia que nada aconteceu, isso me levou a pensar em uma coisa: Será que eles não tinham outras conversas como aquela?

  O dia começou com uma aula de Português, com a professora mais legal que temos, só que não! A mulher é uma bruxa! Eu tenho sérias dúvidas que ela vivia na idade média e, com seus poderes de bruxa, veio parar no século XXI. Mas, a aula não é muito importante e sim, o que aconteceu depois dela.

  Assim que a bruxa deixou a nossa sala de aula, eu fui para o banheiro. Ana foi comigo e ficou contando um caso lá.

  - Ele é muito fofo! Ele perguntou seu eu queria que ele fizesse uma outra poesia para mim, óbvio que eu disse sim. O único problema é o fato deu não gostar dele.

  - Por que você não gosta dele? - Perguntei. - Você vive falando que ele é fofo e te ama.

  - Há dois anos eu gostava dele, mas como mudamos de colégio parei de gostar. - Respondeu Ana.

  - Se tivesse um menino doido assim por mim, eu com certeza gostaria dele.

  - Bru, você sabe que os tempos mudam.

  Voltamos para a sala de aula e quando fui sentar na minha mesa, vi mais um bilhete do O Idiota. Abri o bilhete e comecei a ler aquelas lindas palavras que falavam sobre meus defeitos. Eu AMO as pessoas falarem dos meus defeitos.

     Novas observações me apontaram um outro defeito 

seu: a dificuldade de ceder.

      Ao total, você tem três defeitos e nós temos trinta dias

 para podermos tentar acabar com eles, ou deixá-los em 

quantidade menor. Dez dias para "lutar" com cada um deles. 

     Irei começar com a dificuldade de ceder, pois penso que assim 

você ficará menos agressiva, aí "lutamos" com dois ao mesmo tempo.

     Depois dos dez dias com a dificuldade de ceder, vamos tentar o ser 

sem filtro, depois agressividade. Quando acabar os dez dias de um 

defeito, não retornaremos com ele.

       Só isso mesmo.

                                                                           O Observador

  Como O Observador era um idiota! Ele só sabe apontar os defeitos dos outros! 

  Mas tinha uma coisa que eu não entendia, por que ele falou que eu tenho TRÊS defeitos, mas para Mônica só falou que ela tinha UM defeito? Será que ele me odiava? Eu odeio as pessoas que me odeiam, por isso, odiava O Observador. O Observador devia odiar todo mundo já que só mostrava os defeitos que as pessoas tinham, não mostrava as qualidades.

  Guardei o bilhete na mochila. 

  O professor de Redação chegou em sala e todos os alunos sentaram-se em seus lugares. Tive mais dois horários e depois o recreio, mas não prestei muita atenção nos dois, também estava pensando no O Observador, quais dos alunos podiam ser ele?

  Minhas suspeitas eram: Sofia, a menina mais falsa que conheço. Mateus, um menino com que eu nunca conversei, pois era calado e quando abria a boca para falar, só falava defeito. Amanda, a menina que mais me odeia. Júlio, um garoto calado e que observa muito e Pablo, um menino que só sabe apontar os defeitos dos outros.

  Cinco suspeitos, agora era observar até achar o que realmente era.

O ObservadorOnde histórias criam vida. Descubra agora