Capítulo 11

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Decidi não voltar mais pra sala até após o intervalo.

Peguei um livro de dentro da mochila e comecei a ler.

- Alicia... Alicia.

- Seja quem for, NÃO ESTOU INTERESSADA. - falei entre dentes.

- Alicia.

Pelo visto a pessoa, não ouviu.
Virei já pronta pra xingar quem fosse.

- MAS QUE PORRA... NÃO TÁ VENDO QUE... Ah é, tinha que ser você né Gabriel?

- Calma aí, nervosinha.- larguei um olhar mortal. - mas e aí tá melhor?

- Melhor? Melhor de que?

- Alicia por mais que você não note eu observo você. E ouvi você conversando com a Paty.

- Ah, então você tá dando para ouvir as conversas alheias?

- NA-NÃO é isso... É que... Agora é sério Ali. Você tá melhor?

- Tô.

Ele colocou a mão por dentro dos meus cabelos e começou a mexer.

Tava bom, tanto que não falei nada.

- Nunca vi você falar daquele jeito com ninguém... O que tá havendo?

- Nada. Besteiras. - respirei fundo e falei - mas o que o senhor está fazendo aqui e não na sala?

- A aula estava insuportável e falei que ia no banheiro. Mas...

- Um banheiro sem volta né?

Demos risada.

Até que tava sendo legal conversar com ele.

- Mas e aí, porque saiu daquele jeito quando fui apresentar minha namorada?

EU CONGELEI.

- Na-namorada? Desde quando VOCÊ namora alguém?

- Eu queria VOCÊ mas você não me quer então, fui atrás de quem queria.

Levantei, com muita raiva, daquele idiota.

- Pela primeira vez que a gente conversa sem brigas, você vem e abre essa boca pra estragar tudo. VOCÊ SEMPRE ESTRAGA TUDO.

- Calma.

- Calma uma merda, você não sabe o quanto me irritar por falar tanta besteira.

- Você se irrita o tempo todo, né?

- Claro, você só fala besteira o tempo todo.

Peguei minha mochila e sai andando cuspindo fogo de tanta raiva, daquele garoto.

- Alicia espera... Eu...

- Vá a merda garoto.

E continuei andando.
Ele ficou lá parado.

Coitada da pessoa que se bater comigo hoje.

(Alícia)Onde histórias criam vida. Descubra agora