Capítulo 3 - Independência!

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Ao perceber o que tinha acabado de acontecer o Gui ficou totalmente sem reação, além de ficar muito nervoso, não sabia pra onde olhar e nem o que falar, o gerente da boate chegou e pagou o resto do cachê dos garotos e depois de muita discussão, todo mundo concordou em seguir pra casa do Guilherme.

O Gui morava “sozinho” numa casa bem pequena no centro, normalmente era lá onde aconteciam os ensaios da Hell in System Up, a banda deles, na garagem que era o único lugar da casa que o Guilherme fazia questão de manter arrumado. O Guilherme morava sozinho, pois ainda quando pequeno sua mãe morreu em um acidente de carro em que ele também estava, mas por sorte o garoto havia sobrevivido sem nenhuma sequela. O seu pai desde então tem um bloqueio pra se aproximar do filho, raramente era encontrado em casa. O Gui que é sempre muito fechado e não gosta de falar nesse assunto com ninguém, todos sabiam que o ele não tinha mãe, mas o porque, quando aconteceu, como aconteceu ninguém tinha coragem de tocar no assunto.

A casa do Guilherme ficava um pouco longe da boate, mas como o metrô já havia fechado eles tiveram que ir à pé mesmo. Ninguém via problemas nisso a não ser Duda e Ella, que não conseguiam nem enxergar o caminho na frente delas de tão bêbadas. Duda estava descalça, pois quebrara o seu salto e saia tropeçando em tudo a sua frente, ela apoiava-se em Daniella e a ruivinha tentava se segurar e segurar Eduarda ao mesmo tempo. Impossível. 

As duas caíram umas três vezes até os garotos tomarem consciência que elas não podiam caminhar desse jeito. Guilherme mesmo com receio de Eduarda, a pendurou em suas costas e a mesma foi o trajeto todo rindo e brincando com o cabelo do baixista, ela já tinha percebido que o beijo não foi nada legal, e tentou contornar a situação fingindo que já tinha esquecido, apesar de tanta vergonha.

Já Ella foi apoiada em Bill, mesmo contra sua vontade, pois ela insistia em dizer pra todos que estava bem e conseguia andar sozinha. Bill estava quase a carregando, mas Ella insistia em manter os pés no chão pra manter sua falsa independência. 

Ao chegar na casa do Gui todo mundo foi se acomodando como se já fosse de casa e realmente eram, exceto a Ella que como sempre que ficou super sem graça. A Duda por mais que demonstrasse ter esquecido o que tinha acontecido, ainda dava pra perceber que nem ela nem o Gui estavam confortáveis com aquilo, principalmente porque todo mundo ficava perguntando o que foi aquilo. Assim que chegaram a Ella puxou baixinha para o terraço pra uma conversa.

Ella: Vai pode falar a verdade Duda, você ta bem?

Duda: Queria mesmo está, mas sei la mano, não ta dando, eu fiz a pior merda da minha vida e agora o Gui mal olha pra minha cara, tipo, foi muito legal da parte dele ter me trazido mas, não ta a mesma coisa sabe ? Eu também não tenho coragem de olhar pra cara dele.

Ela falou abaixando a cabeça com uma expressão super triste. A Ella levantou a cabeça dela pra melhorar a situação.

Ella:  Duda, eu te falei, num falei? Porque você não vai la falar com ele? Eu tenho certeza que ele ta querendo uma explicação sua..

Duda: É obvio que ele não vai querer falar comigo, ele nem ta olhando na minha cara, você não conhece o Gui.

Ella: Eu sei o que eu to falando e ignora os meninos eles só estão tirando onda.

Duda: Bem que eu queria né? Mas ta meio complicado.

Ella: Pelo menos tenta então. Ok?

Duda: Ok.

As duas deram um sorrisinho, se abraçaram e entraram. Como uma amizade evoluia tão rápido? E logo com as meninas mais improváveis, a Duda praticamente não tinha amigas mulheres e a Ella praticamente não tinha amigos... Será que daria uma dupla a se considerar? Ninguém nem olhou pra elas quando passaram pela porta, pelo contrário, continuaram conversando merdas como sempre. As meninas também se sentaram no sofá onde tinha exatamente dois lugares.

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