Capítulo 2 - Perdendo o controle

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No meio daquele monte de gente que aguardava o show dos meninos, uma garota baixinha esticava o corpo todo tentando ver alguma coisa. Maria Eduarda Alves Truzzi, Duda, procurava como uma louca por alguém enquanto falava baixinho a mesma coisa.

Duda: Onde é que ele tá? Mas que merda! - ela perguntava pra si mesma enquanto esticava o pescoço para poder ver por cima das cabeças das pessoas. Iriam ter sido em vão as horas que ela tinha passado trocando e destrocando de roupa, experimentando sapatos e jeitos de prender o cabelo. Queria estar bonita pra ele, é claro. Acabou escolhendo um vestido preto, pra combinar com o som da banda, e um salto da mesma cor. Era simples, mas realçava sua beleza natural. Acho que a garota estava prestes a chorar de tanto desespero, quando ficou na ponta dos pés e viu algo que fez seus olhos brilharem. Seu coração acelerou. Tava na cara dela que o motivo de tanta preocupação era algum menino. Começou a se “espremer” por entre as pessoas que dançavam, uma mais bêbada que a outra, até que chegou ao seu objetivo. Mas rapidamente seus olhos perderam o brilho quando olhou a cena direito. Uma garota ruivinha meio estranha tava na roda de amigos. O problema não era ela estar ali e sim o quê ela estava fazendo ali, já que todos os garotos, exceto o Caio que com certeza estava se pegando com a Ana em algum lugar, olhavam pra ela como se fosse uma Barbie, uma deusa ou sei lá o que. O João, o mais “simpático” - quando digo simpático na verdade quero dizer o que tem mais hormônios a flor da pele - de todos, já estava com um braço por cima do ombro da garota. “Era o que faltava mesmo” pensou. Duda já estava xingando a ruivinha mentalmente quando percebeu que a cara da tal ruivinha não era de quem estava muito à vontade ali. “Talvez ela não seja tudo aquilo que eu acabei de chamá-la…” pensou um pouco mais calma. Finalmente chegou onde estavam sentados.

Duda: Oi gente! -ela falou pra todo mundo com um sorriso largo, mas seu olhar ainda estava em uma única pessoa.

Todos responderam o cumprimento dela com entusiasmo, exceto Ella e Dudu.

Gui: Dudinha! Porque demorou tanto?! - o menino correu e abraçou a pequena tão forte que a fez tirar os pés do chão. Duda encaixou seu rostinho na dobra do pescoço dele e fungou fundo, guardando o cheiro dele, coisa que a fez revirar os olhos e corar muito. O problema daqueles dois era que o Gui a via como uma melhor amiga, quase uma irmãzinha mais nova e a Duda era perdidamente apaixonada pelo tímido baixista. Aliás, tímido só enquanto estava sóbrio, porque, quando não, perdia a vergonha em segundos e nem se arrependia no dia seguinte. Foi em uma ocasião dessas que o Guilherme ficou com a Eduarda, o menino até bêbado era romântico, cantou uma música baixinho, no ouvido da pequena e ela delirou, ficaram em uma festa do colégio, mas no dia seguinte ele nem se lembrava mais. Só Duda que não esqueceu e provavelmente nunca esqueceria. Desde então ela tentou se aproximar dele, mas como ela não é muito boa em demonstrar corretamente seus sentimentos, eles acabaram virando amigos, diria que melhores amigos. E o problema é esse: Eduarda sempre vai querer mais que isso.

Duda: Demorei um pouco me arrumando… Mas eu pensei que vocês já estariam tocando ou no mínimo se preparando pra isso? Porque ainda estão aqui?

Gui: Hahahhaha… Você não sabe que eu só toco com a presença da minha anã da sorte?

Duda mostrou a língua, por birra. Odiava quando falavam da sua altura, principalmente o Guilherme, e isso era coisa que ele fazia constantemente pra irritá-la. Não sabia ele que ela se magoava muito com esses comentários. Ela havia passado horas se arrumando pra ser chamada de anã ao invés de linda? Ela estava com um salto de quase dois metros pra parecer mais alta - isso foi uma hipérbole, lógico - e continuava anã. “Ótimo” Eduarda pensou.

Caio: É que o show foi adiado, Duds, eu também pensei que estava atrasado, hahahah

Duda: Adiado? Por quê?

Destroyed SensesOnde histórias criam vida. Descubra agora