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Acordei calmamente, sem despertador nem nada... apenas com o pensamento feliz de um sábado normal. Estranho, considerando que o dia em que a minha vida se tornar normal, eu já estarei morta!.
Faço minhas higienes e contemplo o dia nublado que tivera se iniciado. Ligo a tv e vejo que a previsão era de ventos frios e talvez neve. Perfeito!.
Coloco uma legging, um moleton confortável e para completar o visual de completa aleatoriedade, calço pantufas de dinossauro e prendo o meu cabelo em um coque bagunçado. Talvez eu tenha um gosto peculiar para roupas confortáveis em dias de frio. Vejo que já são 12:00. Então começo a preparar o almoço, até a campainha tocar.
Vou atende-la e tenho uma surpresa com a pessoa que se encontrava bem na minha porta, com mãos nos bolsos e um olhar tímido.

- Felipe! - digo envergonhada pelo meu vestuário. 

- eu...- ele para de falar e começa a me analisar. Logo assume um olhar divertido, como quem quer muito gargalhar, ao ver minhas pantufas de dinossauro.

Onde eu estava com a cabeça quando eu comprei essa pantufas?

Droga... mas elas são tão confortáveis...

- ...helloo!... - bato palmas na sua frente tentando desviar o foco dele das minhas pantufas vindas diretamente da sessão infantil de uma loja qualquer. Ou será que eu comprei em uma venda de garagem?

Terra, me engula!.

- desculpe - ele fica envergonhado - só vim ver se estava bem, eu já vou indo - ele diz indo em direção ao carro.

- Felipe! - grito antes que ele vá -  fica para o almoço? - pergunto sorrindo leve.

A realidade é que eu não tinha a menor intenção de convida-lo, mas... quem sabe uma boa oportunidade para conhecer meu companheiro melhor. Eu não podia fugir por muito tempo, e além disso... eu gostava dele, do jeito dele...

Por algum motivo eu via sinceridade em seu olhar...

Uau... "companheiro"...Essa palavra é ainda mais assustadora quando consigo falar em voz alta, mesmo que nos meus pensamentos.
Ele sorri surpreso e assente que sim. Entramos e, eu e Felipe ficamos conversando enquanto a lasanha ainda estava no forno.
Felipe falava com muita facilidade, e parecia perceber quando eu ficava envergonhada, já que sempre puxava um novo assunto.

(...)

- huuumm... isso está muito bom! - ele diz dando mais uma garfada - fazia tempo que eu não comia algo que não tivesse vindo de uma lata ou um freezer - ele ri.

Pego a coca-cola na geladeira e sirvo para nós dois.

- que bom que gostou! Porque eu sou péssima na cozinha...- digo rindo - mas você sendo um alfa, não tem empregados ou coisa do tipo?

- bom... - ele suspira - a realidade é que eu não sou muito caseiro - ele fala envergonhado - passo mais tempo fora de casa do que dentro, devido ao trabalho.

- mas você nunca fica em casa?.

- digamos que eu não tenho muitos motivos para isso - ele me olha pensativo - depois que meu pai morreu, aquela casa ficou vazia demais para que eu quisesse ficar.

Não consigo deixar de prestar atenção em sua beleza... seus cabelos penteados para trás mas mesmo assim bagunçados, seu sorriso expressivo e seu olhar... o olhar dele podia falar comigo. Suas mãos fortes, seus ombros largos... sua voz quando muito perto de mim me fazia arrepiar. Mas não um arrepio ruim, um arrepio bom...

Eu gosto da companhia dele.

- eu entendo... - suspiro voltando do transe.

- mas seria legal ter uma pessoa como você lá - ele sorri - você traria mais cor.

- "mais cor"? - pergunto sem entender.

- claro - ele ri - é um saco todo aquele silêncio!.

- mas então... como é ser um alfa gostosão que todas querem?- pergunto com humor dando uma golada no refrigerante, sem ao menos me dar conta do que tivera acabado de falar.

- me acha gostosão?- ele pergunta com um sorriso convencido nos lábios, e pior... ele estava achando graça no meu total estado de desespero após essa fala tão infeliz.

Quase cuspo o refrigerante inteiro na cara dele. Fala sério, essa foi a minha tática para puxar assunto?!

- não! Obvio que não!! Eu só...- olho para os lados nervosa procurando uma saída - quer mais lasanha? - ofereço.

Se eu fugir pela janela e correr bem rápido acho que ainda da tempo de pular de um penhasco.

- sim, por favor! - ele gargalha.

Tenho certeza que nessa hora eu fiquei de todas as cores possíveis!.

(...)

Já são 5:00 da tarde e Fe me ajudou a limpar tudo, ele é muito legal e companheiro.... irônico, não?.

Agora estamos assistindo velozes e furiosos 3, com pipoca e nutella.

- deve ser tão maneiro andar num carro desses...- digo enfiando a mão cheia com pipoca na boca.

- eu fazia rachas aos meus 15 anos,e realmente é bem emocionante- ele explica.

- eu sei dirigir mas nunca tirei carteira- explico.

Ficamos em silêncio vendo o filme, mas percebo seu olhar em mim. Ele em um movimento rápido e ágil, me prende de leve no sofá e cola nossos lábios. Eu poderia o separar, mas é como se minha alma gritasse por ele.
A última vez em que eu beijei um garoto, foi aos 18 anos... quando namorava escondida da minha tia.Mas os beijos de Felipe, são simplesmente perfeitos... nossos lábios  tem os movimentos perfeitos, suas mãos que antes estavam nos meus ombros, a agora repousavam na minha cintura.

Está tudo perfeito...

Paramos por falta de ar, e então fixamos os olhares um nos outros.

- esses olhos que a tanto tempo, já roubaram o meu coração- ele diz tocando o meu rosto.

Me arrepio com seu toque, afinal...

- Felipe eu...- ele me interrompe.

- calma, eu sei, eu sei, está tudo bem... Você precisa de tempo- ele diz cabisbaixo.

- não... eu irei com você...- digo firme com um sorrisinho de lado.

Ok, isso tudo é muito precoce. Mas... só se vive uma vez, não é?.

- sério?!- o mesmo me encanta com seu sorriso.

- sim... mas, vamos devagar certo? Por favor- alerto com medo de que essa magia passe logo.

- sim, sim, claro... Não farei nada que você não queira- ele diz e sela nossos lábios novamente.

É... acho que posso me acostumar a isso.

Num dia chuvosoOnde histórias criam vida. Descubra agora