Num dia chuvoso

#11

1 semana depois.

Depois do cerimônia de apresentação, vivo fugindo de Max, não fico no mesmo ambiente sem que outra pessoa esteja presente, mesmo que seja um empregado. Temo o que ele pode fazer, eu não teria a menor chance contra aquela parede de músculos. Ao que entendi, após a morte dos pais de Felipe, Max foi sua única família, já que os parentes distantes continuaram sendo distantes.

Agora estou na sala de artes, a sala que se tornou o meu passa tempo, depois das atividades de luna que eu ainda estou pegando o jeito. Todos aqui são muito gentis, mesmo com meu jeito anti-social, é fácil se enturmar por aqui.
Eu tinha aula de auto defesa, caçada, entre outras.E adivinha quem era o meu professor na academia de luta? Exatamente, o Alec! E acredite, ele não é tão chato assim. Além de lobos, bruxos e outros seres viviam na alcatéia. Esse lugar era como se fosse uma enorme bolha de sobrenaturais, no meio de uma cidade humana.

(...)

Depois que termino meus desenhos, saio da sala, mas no caminho encontro Max no fim do corredor. Ele gostava de ver o terror nos meus olhos, e somente pelo medo de que isso afete a relação que ele tem com Felipe que eu ainda não quebrei o nariz desse estúpido fedendo a testosterona.
O mesmo me vê, e caminha em minha direção. Tem dias que eu acho que eu nem deveria sair da cama.

- achou mesmo que poderia fugir por mais tempo? Kat...- ele diz irônico chegando mais perto.

- fique longe de mim - digo firme passando pelo mesmo.

- ou o que?! - ele vocifera.

- ou vou contar tudo para o Felipe! - digo decidida. Ameaçar talvez funcione.

Somos interrompidos por um barulho no fim do corredor, uma empregada assistia a tudo.

- desculpe! - a mesma sai correndo. Ótimo, isso vai render uma fofoca intensa.

Max não dá importância alguma.

- acha mesmo que vai conseguir colocar meu irmão contra mim? Pela deusa! Acorde garota! - ele diz pegando meu pulso com força - vai se arrepender de ter me recusado! - ele diz me soltando e me empurrando, fazendo minhas costas irem de encontro a parede.

O mesmo sai das minhas vistas, indo para o além. Mas eu não me importo, só queria distância. Eu não podia negar que não estava assustada, e uma parte de mim queria chorar, e a outra queria voar no pescoço dele, em específico, minha parte lupina. Max virou meu terror.
Felipe foi tão dócil e compreensivo comigo desde o começo, que não consigo nem imaginar o quanto ele ficaria arrasado vendo a pessoa que seu irmão realmente é. Não sei por quanto tempo mais vou conseguir lidar com essa situação.

Felipe é uma raridade... no começo, ele se ofereceu para dormir no chão caso eu não me sentisse confortável em dormir na mesma cama que ele, mas aos poucos ele foi me conquistando. Com ele posso conversar horas e horas sem me cansar, suas piadas horríveis me matam de rir, e seus beijos... ah os seus beijos... são quentes e apaixonados.
Caramba, isso saiu mesmo de mim?.

E mais uma vez o inferno recomeça.

Peguei meus desenhos, deixei no quarto, e fui caçar para espairecer um pouco. Nenhum lugar é melhor do que a floresta.

(...)

As folhas secas, em tons marrons, agora se tornaram meu tapete, não há paredes, ou confusões, pois agora, eu estou livre.Sorrio com a sensação de calma que me dominava, e me transformo, correndo floresta a dentro.
Deixo por um tempo, os pensamentos tomarem conta... bloqueando minha visão do penhasco a minha frente.
Paro na ponta, e olho para baixo, mas me afasto logo, devido ao grande medo de altura, então sento-me em cima de uma pedra, perto da borda.
Uma brisa boa balança meus pelos, e por um momento, faz parecer que está levando a minha angústia junto,a minha tristeza, e as lágrimas que alguma hora iriam ter que sair.