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Termino de fechar o bar ainda com a respiração pesada e o coração angustiado, vou a caminho de casa.
O que eu estava sentindo agora era diferente de quando vi Max pela primeira vez, eu o achava atraente, admito, o achava interessante e o olhar dele me causava arrepios, era visivelmente o tipo de pessoa que eu deveria manter distância, mas também o tipo de pessoa que me causava uma tensão boa em tê-lo por perto, como no dia da cachoeira.
Mas agora... eu sentia medo. Sentia nojo pelas palavras dele, repulsa pela ousadia dele.

Quando chego em casa, faço o de sempre e como alguma coisa, estava tão nervosa que mal notei os rugidos do meu estômago.

Sim, rugidos.

Pego meu celular, e vejo que há uma ligação perdida de Felipe. Bom, depois eu ligo. Depois do acontecimento do bar, eu precisava ocupar minha mente com algo, já que eu não ia conseguir dormir mesmo.

Começo a arrumar as coisas para a "mudança", já que não poderei levar os meus móveis, a casa ficará fechada, e só vou levar os meus pertences mais importantes.
Começo empacotando as roupas, e depois sapatos e tudo mais... quando olho o relógio, já marcava 00:00 noite.
Suspiro cansada, e olho para aquele monte de caixas em volta da minha cama.

E eu que pensei que não ia mais ter que empacotar minhas coisas de novo...

Me preparo para dormir, pois amanhã iria terminar de arrumar as coisas. A ansiedade do dia seguinte, fazia com que muitos pensamentos dominassem a minha mente, me sentia uma adolescente.

(...)

Acordo com o barulho do meu celular, o atendo sonolenta devido ao sono.


________________ Ligação _______________

- Katherine, como assim você pediu demissão?! Aconteceu alguma coisa?- pergunta Lu elétrica.

- não não... er.. uma longa história - digo com dificuldade, eu mal estava raciocinando meus próprios pensamentos!

Conto tudo para Lucy sobre Felipe e a minha suposta "mudança", e tento responder as suas milhares e milhares de perguntas. No entanto, prefiro manter em segredo o detalhe de que Felipe é um alfa.

- mentira!!! Vou te visitar todos os dias! Não esquece de mim! - ela diz eufórica - uau... nem acredito que você arrumou um namorado primeiro que eu!

-nunca vou te esquecer! - digo sorrindo.

- preciso ir...- ela bufa desanimada - tenho alguns compromissos de bruxa.

- "compromissos de bruxa"? - pergunto.

- hoje é lua cheia - ela fala como se fosse óbvio - noite de purificação!

- " purificação "?! - gargalho - você vai sair por aí matando as pessoas?!

- na verdade vou tomar banho de sal e mais algumas ervas que eu nem sei falar o nome.

- tudo bem, depois nos falamos - digo me despedindo.

- até mais, Kat - ela se despede carinhosa.
___________________________________________



Olho o relógio do meu celular e o mesmo marcava 7:30 da manhã, já que não conseguiria dormir de novo, resolvo levantar. Faço minhas higienes e vou terminar de arrumar as coisas. No entanto, uma coisa acaba me fazendo pensar: eu não pedi demissão do bar.
Certamente Felipe tem algo com isso. Ok, podem me julgar, mas acho que ele está levando muito a sério esse negócio de "macho alfa".

Vejo o carro de Felipe, e o mesmo saindo e vindo em direção a minha casa. Chego na sacada para falar com ele, duvido que eu ia descer essas escadas só para abrir a porta. O nome disso? ah, essa é fácil... preguiça.

- a porta está aberta! Pode entrar! - digo alto e volto a arrumar as coisas.

Escuto o barulho de passos pesados subindo a escada, e dele entrando do quarto.

- bom dia! - ele diz me presenteando com um sorriso.

Como sempre...

- bom dia, Fe! - digo fechando e lacrando uma caixa.

- tudo pronto? - ele pergunta sentando na cama e olhando em volta - uau... você arrumou as coisas bem mais rápido do que eu arrumaria!

- sim! - digo sentando ao seu lado - essa foi a última - digo soltando um ar de alívio por ter finalizado a última caixa.

- então vamos! - ele toca minha mão e me encoraja a levantar - estou ansioso para te levar até a alcateia!.

- okay - pego duas malas.

Assim que colocamos as coisas na picape, fechamos toda a casa novo. Fico alguns segundos olhando a casa do lado de fora, e sinto a mão de Felipe em volta dos meus ombros. Me viro para ele e vejo quando um sorrisinho se forma no canto de sua boca, como se estivesse orgulhoso de algo.

-... você também sente isso, não é?... - ele pergunta.

- sinto o que? - franzo o cenho.

- que estamos fazendo a coisa certa - ele responde.

Nesse momento, era como se mil e uma borboletas estivessem fazendo a festa no meu estômago.

- não se preocupe, ela estará apenas fechada. Ainda será a sua casa - ele diz botando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

Sorrio como resposta, e entramos no carro, rumo ao nosso novo lar. Quer dizer... meu novo lar.
Eu estava nervosa? Muito. Porém, cedo ou tarde isso ia acontecer, não posso simplesmente recusar o meu companheiro, até porque, já que ele é um alfa, não podemos nos "recusar".

(...)

Assim que nos aproximamos, vi um grande portão. Felipe fala alguma coisa para o guarda, e então o portão é aberto.
A visão de casas com um tom rústico é tomada. Havia muitos tipos de casas, parques infantis, e uma decoração que deixava o lugar ainda mais charmoso e confortável aos olhos. Era uma linda vizinhança, admito... e acho que é a primeira vez na vida que fui cercada por mais da minha espécie. Lobisomens vivem em alcateias, acho que é por isso que me sinto tão em casa. É natural.

- bem vinda de volta, Kat - diz Fe quando saímos do carro.

Sorrio como resposta e então ele para em frente a uma grande casa, que presumo ser a sua... bom, nossa. Isso parece um conto de fadas. Um frio na barriga se fazia insistente, e não era por menos, afinal... essa era minha nova vida.

Num dia chuvosoOnde histórias criam vida. Descubra agora