Capítulo 5

148 14 0
                                    


Asker
- como foi acontecer isso comigo – me pergunto pela decima vez hoje, fitando meu reflexo no espelho do banheiro – acabei de conhece-la, não devia esta sentindo a falta dela, nem essa vontade toda de está perto dela nem de saber como foi sua noite.
Me recrimino novamente, me pego pensando no brilho dos olhos dela enquanto nos despedíamos no estacionamento há algumas horas atrás. Até em meus sonhos ela apareceu, mesmo depois da discursão com meu irmão o que mais me perturbou foi o olhar dela, a tristeza e a raiva que vi naqueles olhos cinzas de tempestade. Quebraram algo dentro do meu negro coração.
Se minha mãe estivesse aqui agora me diria que finalmente meu feitiço virou contra mim, que fui fisgado. Porem me recuso a acreditar, essa coisa de amor é para os fracos como Argos, que se deixam levar que tem suas almas aprisionadas por uma mulher só. Prefiro ter uma cama cheia delas ao invés de ter apenas uma em meu coração. E Agnes não será a primeira.
Depois de um dos banhos mais longos da minha vida, me visto para ir para a Antares, quero saber tudo sobre a empresa e assumir meu lugar, Argos teve muito tempo para ficar aqui e aproveitar todos os benefícios de ser dono da agencia, agora é a minha vez. Logo a Antares será dividida entre nós e quero saber tudo que for necessário, depois de tudo que passei por culpa dele e pelo que fez com ela, Argos merece todo meu desprezo e principalmente não merece nenhuma compaixão de minha parte. Meu real objetivo neste país é recuperar o tempo perdido, o tempo que ele me tirou.
- o que faz aqui – respondo a contragosto quando observo jonas dar a volta e abrir a porta do carro para mim – obrigado Jonas, mas vou de moto. Digo resoluto.
- não vai não – Argos responde categórico, sua cara de poucos amigos não me amedronta mais como antes, sorrio – vamos com o Jonas hoje, você e eu ordens de sua mãe.
-O que a Minerva tem a ver com isso – pergunto cético.
- me fez prometer te mostrar tudo na empresa – ele responde ajeitando os óculos ray-ban – venha logo não tenho a manha inteira.  Meu sangue fere nas veias, a irritação tomando conta de meu ser.
- não me trate como criança Argos, eu não tenho mais 7 anos – eu grito girando em meus calcanhares, voltando na direção da casa onde estou.
- então fique em casa e ligue para ela – ele fala com ironia – ela está preocupada com o filho favorito. Sua resposta é acido, e me atinge em cheio, nunca fui o preferido, tudo da família sempre foi dele o primogênito, ate que ele mostrou o que realmente é e meus país o afastaram de casa. A tristeza me invade com as lembranças armargas. Momentos tenebrosos povoam minha mente, memorias que deveriam ser arrancadas do meu cérebro.
- Seu recado esta dado, pode ir – falo sem emoção na voz – não sei se vou ate a agencia hoje. Minha voz sai em um fio e sei que ele percebeu pois seu suspiro é audível mesmo para mim fora do carro. Sem esperar sua lamentações entro em casa e tranco a porta, enquanto uma lagrima solitária cai dos meus olhos.
- você vai pagar irmão – professo – por toda dor.
Perdido em meus pensamento não vejo o passar das horas ate que o toque do celular me tira dos devaneios.
- olá, sou a Morgana chefe das modelos da Anatares – ela fala apressada, uma voz infantil e suave – o Sr Mavros me disse que você é o novo reponsavel pelo setor de criação, poderia vir a empresa hoje? Tem alguns modelos precisando de aprovação. Ela fala a alegria em sua voz é reconfortante.
- chego a empresa em 20 minutos- respondo.  Logo verei você, minha ruiva. Penso e esse pensamento me alegra. Desligo o telefone e vou me arrumar.
Na garagem da casa estão minha moto e o carro alugado que eu peguei no aeroporto assim que cheguei ao Brasil, poderia ir nele-  penso, mas as palavras de Argos voltam aos meus ouvidos sobre minha mãe e sua preocupação comigo. Decido então abusar da boa vontade de meu irmão.
-aló Jonas, pode vir me buscar por favor – peço educadamente, afinal ele não tem culpa de meu irmão ser o fodido que é.
- claro senhor – ele responde de pronto – chego ai em 10 minutos. Pouco depois desse tempo eu já estava no estacionamento da empresa, o último lugar onde vi minha ruiva.

Assim que entro na agencia sou arrastado por uma moça baixinha e forte para sua estatura, seus cabelos pretos em um corte moderno a deixam elegante e feminina o problema porem são suas roupas, extravagância seria eufemismo para aquilo, Morgana, a chefe de criação da agencia me arrasta para sua sala sem a menor cerimônia, onde permaneço por várias horas vendo e estudando os novos modelos. Enquanto discutíamos a escolha de uma das modelos para a nova coleção, vejo no espelho algo que me tira a atenção por completo.Um reflexo vermelho passa pelo espelho da sala de trocas e de onde estou tenho apenas o vislumbre de uma cabeleira ruiva, que poderia ser ela. Apenas a possibilidade de ser Agnes ali tão próxima a mim me enche de um tesão fora do comum, controlo meus pensamentos para que eu não tenha uma ereção.
- o que foi? Está tudo bem? – ela pergunta aflita – quer que chame ajuda?
- estou bem – respondo mais para mim do que para ela.

- Parece que viu uma assombração – ela sorri, o que formam covinhas em rosto deixando-a ainda mais infantil e delicada.
-pensei ter visto uma pessoa – falo constrangido, seus olhos brilhando para mim.
- deve ser alguém importante pela sua cara de susto – ela diz intrigada.
- não apenas uma confusão – respondo, querendo finalizar logo o assunto – sabe se Agnes esta na empresa? Pergunto.
- bem a estas horas deve esta na sala dela – ela diz pegando outro desenho para que eu olhe – ela é obcecada por trabalho quase o mesmo tanto que seu irmão. Ela fala divertida.
Pego o telefone da mesa e ligo para sala dela, a necessidade de vê – la fazendo com que meu coração erre uma batida, minhas mãos transpiram como as de um adolescente que vai convidar a menina mais bonita da escola para o baile que idiota, até pareço um virgem por Deus, Asker pare com isso. Me recrimino, desde o incidente jurei que jamais deixaria outra mulher entrar em meu coração, não mudaria as coisas agora.
-Navarro . ouvir a voz dela me deixou sem folego, como ela pode me afetar assim.
- Oi ruiva está muito ocupada agora? Estou preso aqui na sala de criação junto com a Morgana, essa bruxa pode vir me salvar? Falo divertido, Morgana gargalha com o apelido que lhe dei.
- Olha  Asker estou realmente atarefada agora – ela responde e percebo uma irritação em sua voz– Morgana é uma boa moça vai te deixar sair ileso.
- Sério? – respondo triste por sua resposta, parece que quer distância de mim – que pena, acho que vou está mesmo na próxima campanha da Antares. Respondo com ar de inocente. Morgana me fita divertida.
- ok, estou chegando ai. Vitória,penso eu. Desligo o fone e vejo que Morgana me fita com uma expressão divertida e cumplice.
- então que dizer que você vai compor nosso quadro de modelos – ela fala esfregando as mãos com se tivesse acabado de ganhar um presente.
- Bem, não, na verdade não tenho talento pra isso – falo.
- bem a calvin klain com certeza pensaria diferente – ela diz medindo me com os olhos. Faço uma cara sexy e levanto a barra da camisa, ela suspira e tira do bolso do jaleco de costura um leque japonês enorme que abre com um baque surdo – pelos deuses você foi entalhado não gerado, mon die. Sorrio para ela que cora.
- então melhor ficar comportado não acha  - eu digo e pisco um olho para ela, que cora mais ainda depois irrompe numa gargalhada gostosa me levando ao riso junto.
Ainda estamos rindo e falando das possibilidades de uma participação minha no próximo desfile quando ouço vozes no corredor, meu coração acelera novamente e parece que vai sair do peito. É ela. Sem pensar abro a porta e saio no corredor a procura das vozes e não vejo ninguém. Decido ir até sua sala e ver como está um movimento num canto escondido do corredor chama minha atenção, seu perfume me atinge.
- você está ai ruiva estava indo para sua sala atrás ....- paro antes de terminar a frase – tudo bem? pergunto preocupado, sua expressão triste, será que estas ficando doente?
- sim –ela responde com um sorriso fraco – apenas uma tontura. Estendo a mão para ajudar ela se afasta, estou preocupado – visto que nossa bruxa má já te liberou, vou voltar para minha sala, tenho muito trabalho esperando por mim e você sabe que seu irmão não gosta de esperar –fala rápido as palavras se atropelam fico ali sem entender sua atitude enquanto a observo ir em direção a sua sala.

Tentação GregaWhere stories live. Discover now