Aviso!!!!
Queridos e queridas, o whatpad travou o primeiro capítulo então estou repostando para que vocês entendam o início da história.
Beijos, espero que gostem.
Não esqueçam de.votar e deixar seus comentários.Capitulo 1
São Paulo, 08 de janeiro 2012
Abro os olhos e bato no pequeno aparelho do meu lado, que toca a música mais estridente que já ouvi – maldito despertador. Levanto de má vontade, sempre detestei acordar cedo, principalmente as segundas e aqui nesta cidade que não dorme é ainda mais difícil me dedicar a esta tarefa. Logo estou mais calma, meu gato fido tem parte nisso logo me vê se enrosca em minhas pernas pedindo carinho – gato bobo, sempre querendo atenção. Sigo minha rotina, tomo banho, me arrumo, café preto para termina de acorda e saio de casa em direção ao transito caótico de São Paulo as 7 da manhã rumo ao meu trabalho – o único lugar que me deixa realmente feliz nos últimos meses.
Sou funcionaria da Antares model, uma agencia de modelos com sede em Atenas na Grécia - meu pais favorito no mundo que ainda sonho em conhecer – trabalho para família Mavros, mais especificamente para o filho mais velho Argon, um completo tirano, mas excelente nos negócios. Um feeling perfeito para descobrir novas modelos nos lugares mais inesperados que se possa imaginar.
- Bom-dia, Susan – falo com a recepcionista que me atende ao segundo toque do telefone.
- bom dia, senhorita Navarro – ela responde animada, sua voz quase infantil ressoa pelos autofalantes do carro – pressa no transito novamente?
- Exato –respondo sorrindo, a alegria dela me contagiando – o sr. Mavros já chegou?
- Não senhorita – ela responde, me deixando mais tranquila, detestava chegar ao escritório depois dele.
-Obrigado Susan, chego em poucos minutos.
Me despeço dela, agora faltava menos de duas quadras para chegar a agencia, provavelmente ele não estaria no escritório antes de mim, pensei enquanto o rádio tocava uma de minhas músicas favoritas, Vanessa da mata sempre me deixa tranquila mesmo neste transito do inferno, me perco na melodia e quando dou por mim já estou na portaria do prédio onde a agencia é situada. Ocupamos os 5 últimos andares do prédio num total de 25, em plena avenida paulista, o hipercentro dos negócios na cidade. Estaciono o carro pego minhas coisas, e sigo para o elevador.
- Ei – grito, quando uma moto quase bate em mim – seu maluco, cuidado isto é um estacionamento não uma pista de corridas. Amaldiçoo o piloto sem noção que quase me acertou e entro no elevador ainda tremendo pela carga de adrenalina.
-Oi Susan, como está?
- Oi Agnes – ela responde sorrindo para mim – como está hoje?
- Quase ótima –respondo, pensando no quase acidente de minutos atrás. Susan é uma linda mulata, baixinha, cabelos negros bem cacheados, pernas torneadas, quadril grande seios médios e um rosto redondo de feições infantis.
- O que aconteceu – ela me pergunta curiosa alisando a barriga de quase 8 meses de sua primeira gravidez.
- Nada Su, não se preocupe – eu respondo, nunca pensei em ser mãe e confesso que ver as mudanças no corpo de Susan, me deixam ainda mais certa que maternidade não foi feita para mim - como ele está? – Pergunto com sinceridade, nos tornamos amigas no meu primeiro dia, quando quase sai correndo da sala do chefe depois de ser amedrontada por esse maníaco por perfeição, ela me ajudou me acalmou e bem-estamos aqui. Não consigo olhar para ela com outro sentimento nos olhos que não seja amor, ela se tornou a família que não tenho nesta cidade, sua sinceridade e alegria sempre me ajudam a superar meus dilemas e como ela mesmo diz meu mal gosto para homens.
- Aí Ag, ele tem se mexido tanto que quase não durmo – ela responde, um sorriso bobo nos lábios, as mãos acariciando a protuberância de seu ventre – sabe que Marcelo ficou louco outro dia quando ele chutou. Susan e Marcelo estavam casados a 3 anos e decidiram que estava na hora de aumentar a família, quando souberam que Miguel estava a caminho me escolheram como madrinha o que me deixou feliz e orgulhosa.
- Marcelo vai ser um pai e tanto Su, tenho certeza – digo a ela. Por um momento tento me imaginar em seu lugar, com um marido e um filho a caminho, e só o pensamento me assusta como o inferno – já fez os exames, para quando o médico agendou o parto?
Neste momento ouço o bip do elevador, vejo os olhos de Susan se arregalarem e uma expressão de surpresa se fixar em seu semblante.
- bom dia, Senhorita Fontes – uma voz grave me surpreende, sou arrebata por seu perfume, uma mistura amadeirada e fresca de loção de barbear e algo mais, pimenta talvez. Vejo os olhos de Susan brilharem e seu rosto ficar vermelho e me pergunto quem será o dono desta voz para causar esta reação na minha amiga.
- Não sou mais senhorita, Asker – ela responde, com um sorriso tímido – sou senhora Fisher agora. Ouço sua risada masculina e sinto o calor de seu corpo próximo ao meu quando vejo sua mão estendida para Susan sobe o balcão para cumprimentá-la e percebo a luva de motoqueiro em torno do punho, giro meu corpo a raiva borbulhando em mim quando noto que se trata do mesmo motoqueiro que quase me atropelou minutos antes.
- Olha se não é o flash? O rapidinho que quase me acertou lá no estacionamento – disparo sem pensar, colidindo em cheio com o peito do homem atrás de mim, e diga-se de passagem que exemplar de homem, o ar me foge dos pulmões com a visão há minha frente, alto quase 2m, cabelos loiros ondulados na altura dos ombros, feições fortes e bem marcadas, bronzeado, olhos de um âmbar profundo como nenhum outro que já tinha visto, um corpo forte que mesmo escondido pela roupa grossa de couro era notável e uma boca, Cristo que boca lábios bem desenhados, cheios daqueles que dá vontade de morder ao invés de beijar, e que neste momento estavam com o sorriso mais arrogante que já vi em alguém.
- Cuidado aí – ele responde me segurando quando bato nele por não ter calculado nossa distancia – se você fosse menos distraída teria ouvido o barulho do motor da moto - o sorriso em seus lábios me dava ainda mais vontade de morde-lo, céus que pensamentos são esses com esse exemplar de badboy, arrogante e pretencioso?
- Distraída ou não você não deveria correr tanto em um estacionamento – respondo endireitando meu corpo quando sinto um choque percorrer meu corpo e um arrepio na nuca, quando seus dedos fecham em meus braços. Vejo o sorriso diminuir e uma emoção passar por seus olhos que me fitam por segundos, mas logo se vai sendo substituída pelo olhar malicioso de badboy mimado.
- Sinto muito senhora distraída – ele zomba me soltando como quem acaba de se sujar em algo – estava procurando as vagas reservadas a agencia.
- Se está procurando vaga de motoboy sinto muito garotão, mas já temos um garoto para as entregas – respondo nervosa com a forma como ele se afastou de mim, me viro e pego minhas coisas na mesa de Susan que me olha divertida e ao mesmo tempo incrédula com minha grosseria com o rapaz. O bip do elevador soa novamente desta vez me assustando, dou um pulo ao ouvir a voz do senhor perfeição saindo do elevador, pelo visto esta segunda feira estava perto de se tornar pior, o homem já estava bravo e ficaria ainda mais por ver a pequena reunião aqui na recepção, visto que tudo que eu faço parece deixa-lo irritado.
Quase dois metros de altura num corpo extremamente sexy, com tudo no lugar nem muito musculoso nem magro, uma pele bronzeada digna de um adônis da mitologia grega, olhos azuis como o mar mediterrâneo, traços fortes e másculos e uma voz de cantor de opera daquelas que faria qualquer mulher molhar as calcinhas, mas por dentro desse pacote tentador como o inferno temos um homem perfeccionista e megalomaníaco, nem tudo pode ser perfeito né.
- ola Suzam, bom dia senhorita navarro, não deveria estar na sua sala a estas horas, preparando o material da AZZARO pra reunião desta tarde? – ele dispara ,fico com mais raiva ainda dele por falar deste jeito comigo na frente de estranhos, me viro e o encaro com toda dignidade que tenho com uma resposta atrevida na ponta da língua quando vejo o sorriso do Flash aumentar quando a cara de poucos amigos do meu chefe só faz aumentar, podia jurar que vi o musculo do maxilar dele vibrar, o que so acontece quando ele esta muito fulo da vida. E desta vez não era em mim que seus olhos estavam vidrados, mas na figura masculina a meu lado. Pela minha visão periférica vi Suzan ficar pálida e pensei que ela estava passando mal pela gravidez, instintivamente dei um passo em sua direção ficando assim entre aqueles dois gigantes ,senti a tensão no ar quase palpável enquanto os dois ali se enfrentavam olhos nos olhos fiquei impressionada, no meio dos dois exemplares de masculinidade pura próximos a mim, um polido e educado o outro selvagem e arrogante.
- porque não me avisou da sua chegada – perguntou meu chefe sem desviar o olhar do outro.
- não sabia que era necessário avisar quando eu viesse – o flash responde irônico – sei usar um GPS e tenho meio de transporte, não ia precisar do seu motorista. Fico estática ao ouvir a resposta do arrogante, ninguém falava assim com Agron e saia ileso, até que algo em minha mente estalou, uma conversa de pouco mais de 3 meses atrás quando entrei sem avisar na sala do chefe e ele estava no telefone reclamando de uma visita que viria da grecia em alguns meses. Alguém da família que ele não gostava muito.
- Asker não acha melhor conversar na minha sala – meu chefe responde entre dentes.
- Claro mano, depois de você – o flash fala, e eu quero me enterrar no balcão, como fui estupida a ponto de não ver as semelhanças? Irmãos claro so podiam ser da mesma família, o senhor Dimitri tinha mesmo o talento em fazer filhos bonitos. Olho para suzam como quem pede socorro e recebo um olhar de desculpas em retorno, ela me paga na hora do almoço penso resignada – antes que eu esqueça, distraída – ouço a voz me chamar e neste momento mais do que nunca amaldiçoo esta minha mania de não ter filtro quando estou nervosa, me viro a contra gosto e fito aqueles olhos zombeteiros e o sorriso mais debochado nos lábios para mim – eu estava procurando a vaga da presidência. Ele responde simplesmente e sai me deixando com uma bela visão de suas costas largas e sua bunda perfeita naquela roupa apertada, seguro um suspiro quando sinto o olhar do meu chefe me fuzilar as costas.
- conversamos depois sobre esta situação senhorita navarro – ele fala irritado – espero um esboço da campanha até a hora do almoço. Ele fala e me deixa ali escorada no balcão da recepção, logo ele some pelo corredor solto o ar que nem sabia que estava prendendo.
- Por que você não me avisou? – falo com Suzam que olha para mim como quem pede desculpas.
- você não me deixou fala muita coisa – ela responde – e também foi divertido ver alguém falar com Asker daquele jeito. Parece que você conquistou a afeição dos dois irmãos de uma so vez – ela zomba.
- ate parece – eu falo assustada – eles vão me despedir isso sim. Falo triste, meu chefe precisava de mim ate certo ponto, mas agora com outro Mavros na empresa ele não teria motivos para me manter aqui, já que pelo visto não agradei a nenhum do dois.
- não acho que isso vá acontecer Agnes, você vai ver Asker é o oposto do irmão – ela fala pensativa – vocês vão acabar se dando bem tenho certeza.
- depois dessa cena aqui? – eu falo sem esperanças – eu o chamei de motoboy. Falo levando as mãos aos cabelos, céus eu estava tão ferrada agora. – Vou pra minha sala Su, tenho que terminar esta campanha antes que o chefe me transforme em officegril desta agencia.
Me despeço dela a mente em turbilhão de pensamentos, acabei de chamar um dos donos da empresa de motoboy e se não bastasse quase me enfiei em outra confusão com meu adorado chefe maníaco por controle.
Chego a minha mesa e tento me concentrar na conta que preciso entregar para meu chefe ate o almoço, maníaco do caramba o tempo é muito curto para criar alguma coisa decente para uma companhia do tamanho da AZZARO mas não vou desistir, começo a trabalhar em algo e olhos âmbar e um sorriso sarcástico me encarando, droga de flash que está me deixou em apuros agora. Finalmente consigo me concentrar e depois de mais de 4h de trabalho tenho um material bom o suficiente para os olhos do meu querido chefe. Com a certeza que a ideia vai agrada-lo ligo para sua sala após conferir que ainda teria tempo para almoçar.
- Mavros – a voz dele pelo interfone me arrepia de uma maneira singular, por um segundo fico hipnotizada apenas ouvindo sua respiração pelo fone, quando ouço uma voz ao fundo que acelera meus batimentos cardíacos – Navarro vai falar alguma coisa ou vai continuar gastando meu tempo. Ouço a risada do flash ao fundo, uma gargalhada sonora.
- Estou com o esboço pronto, o senhor pode ve-lo agora? – eu pergunto constrangida corando.
- Pode trazer. Ele responde e o telefone fica mudo. Questiono me se vou ser capaz de continuar trabalhando na empresa, agora com dois chefes que me deixam extremamente nervosa.
Até que a apresentação não foi o fiasco que eu imaginei, passei por todo o nervosismo de olhar aqueles dois gigantes intimidadores, mas, posso até dizer que foi um sucesso. Levando em conta que meu “querido” chefe cretino só me pediu para alterar algumas coisas que – mesmo não querendo – tive que concordar com sua opinião.
O momento mais tenso, no entanto, foi sobreviver ao olhar do Flash, este me media todo tempo como se minha alma estivesse ali exposta para que ele pudesse vê-la, nua, sem nenhuma das barreiras que me esforcei tanto para construir. Não posso dizer o quanto o conhecimento disso me afetou, pois ainda tento processar isso. Tantos sentimentos e sensações são novas para mim o que me deixa ainda mais insegura.
Estou em minha sala terminando algumas das alterações na conta da AZZARO, quando ouço meu nome numa voz masculina e forte.
- não te ensinaram a bater antes de entrar – grito, as mãos no peito acalmando meu coração após o susto.
- desculpe, eu bati você que devia esta distraída mesmo – ele responde um sorriso brinca em seus lábios .
- o que faz aqui? – pergunto aborrecida, sua presença me deixando desconfortável.
- estou apenas conhecendo a empresa e vendo onde é a sala de cada pessoa importante daqui – responde um sorriso torto e sexy como o inferno as mãos nos bolsos da calça jeans que apertava todo maldito comprimento daquelas pernas longas e torneadas marcando tudo dando muito espaço para minha imaginação muito criativa.
- gosta do que vê? – pergunta, me trazendo de volta a realidade, devo estar de boca aberta pela expressão divertida e sacana em seu belo rosto. Mas que merda esta acontecendo comigo, desde quando sou de ficar divagando assim? Imaginando coisas com um homem que acabei de conhecer e que parece me odiar. – vai responder ruiva? Ou o gato comeu sua língua? - sinto meu rosto queimar e tenho certeza que estou vermelha ate as orelhas, maldita pele albina. Pois é bem, eu sou branca como uma boneca chinesa dessas de porcelana. Meus olhos são cinza claro podendo chegar a um bem escuro como uma noite de tempestade. Meus cabelos são acobreados e longos com seus cachos rebeldes bem parecida com a personagem do valente na sua versão mais feminina por assim dizer, gosto das minhas formas e me esforço constantemente para perder 1 ou 2 quilos como qualquer mulher que trabalha com essas modelos de passarela , mas me sinto bem em meus 1,75 distribuidos em seios médios, pernas longas e a herança da minha mãe baiana, cintura fina e bumbum relativamente grande.
- não há nada que me interesse – respondo desviando meus olhos pro chão, me sentindo covarde em não olhar em seus olhos – posso te ajudar em que? O sarcasmo sendo a melhor saída para essa situação constrangedora.
- na verdade preciso encontrar a sala das modelos pode me mostrar onde é – ele fala passando as mãos no cabelo num gesto nervoso – depois da reforma é a primeira vez que venho a agencia não sei mais onde fica. Explica. Fico nervosa com a confissão, me sinto culpada por ser grossa com ele, mas por alguma razão ele me deixa nervosa e instável da pior maneira. Ele consegue ser ainda mais irritante que o irmão – penso eu.
- te mostro onde fica – falo me levantando, não queria que ele pensasse que sou uma vadia sem noção e grosseira, afinal preciso que ele não me demita.
- você deve ter coisa melhor pra fazer a ser meu guia, so me diga onde é eu me viro – ele fala parecendo constrangido e um sorriso tímido aparece o deixando ainda mais lindo se é que isso é possível, estou divagando de novo, caramba o que eu estou fazendo.
-tudo bem, o projeto da AZZARO esta quase pronto, então tenho tempo – respondo com um sorriso, sem duvidas ele deve me achar uma vadia sem educação.
- meu irmão exige muito de você – ele diz assim que saímos da minha sala – a quanto tempo trabalha com ele? A curiosidade em sua voz é palpável.
- pouco tempo – repondo com cadencia – seu irmão é um bom chefe – respondo polida. Ele enruga o nariz como se sentisse repulsa do que eu disse.
- você é uma péssima mentirosa ruiva – ele gargalha de uma forma que o faz parecer mais jovem – conheço Argos bem o bastante para saber o filho da mãe, maluco perfeccionista maníaco por controle que é ele. Não consigo me controlar e sorrio abertamente, levo as mãos a boca para impedir que uma gargalhada estrondosa saia.
- não fui eu quem disse –zombo, gostando um pouco dele agora, já que temos esta opinião em comum sobre meu chefe.
- eu sabia – ele gargalha novamente jogando a cabeça para traz –fique tranquila se alguém perguntar fale que fui eu quem falou.
Seguimos pelo corredor enquanto conversamos amenidades, como o tempo que esta extremamente chuvoso para a época do ano, as novas e antigas modelos e campanhas da empresa e esse projeto novo que estou terminando.
- bem chegamos- aviso, mostrando uma porta de vidro dupla com varias estrelas desenhadas –boa sorte. Digo a ele sorrindo, conhecendo Morgana como conheço ela vai querer colocá-lo na próxima campanha calvin klain.
-Obrigado – ele responde. Eu o encaro enquanto ele se vira para porta e para com as mãos nos puxadores duplos, seus ombros largos e suas costas definidas e me permito analisar um pouco mais aquela bunda linda que ele tem. – Ruiva, você tomaria um café comigo mais tarde –ele se vira e sou pega de surpresa pelo pedido e por ser surpreendida babando pela bunda dele. Será que ele percebeu?
- claro – respondo no automático me viro e vou pra minha sala – onde eu estava com a cabeça?
Me pergunto pela centésima vez desde que cheguei a minha sala e me joguei em minha cadeira de couro confortável, não conseguia pensar em nenhuma desculpa plausível para desmarcar o café com ele e para piora minha situação não conseguia nem entender como eu tinha concordado em sair com ele assim tao fácil, nunca sai com ninguém do trabalho exceto claro Suzam, mas ela é mulher e minha amiga e mesmo assim demorei quase um mês pra aceitar que fossemos almoçar juntas. E agora tinhamos um encontro – ai pelos céus e todos os deuses gregos não consigo nem pensar nesta situação como um encontro .
- Ele deve querer apenas que eu o atualize da situação das contas da agencia- penso eu – afinal ele também é dono. Mal o pensamento surge minha puta interior me condena – claro que ele não poderia falar disso com o irmão, nem no horário de trabalho ele precisava te chamar pra sair? e imagens dos mais diversos tipos de perversão afloram em minha mente. Maldita puta interior, xingo. Uma vez despertada como faze-la se calar. Afasto as imagens da minha e tento me concentrar em terminar o projeto. O telefone da minha mesa e atendo o automático .
- navarro – eu falo.
- então onde te encontro? Na sua sala ou no estacionamento ruiva? – ouço a voz e reconheço de imediato meu coração acelera e sinto minhas mãos suarem – ruiva? Esta ai? Tento responder mas a voz não sai.
- sim – a voz instável, me forço a parecer mais confiante – sim estou aqui – consigo responde com um pouco mais de firmeza – bem nos vemos no estacionamento assim que der o meu horário de sair – respondo ainda um pouco aérea, quando ouço sua risada gutural e meus olhos focam o relógio do computador a minha frente, já passava duas horas do final do expediente e eu nem notara tão absorta estava em meus pensamentos.
- bem então é melhor você descer aposto que meu irmão detesta que façam hora extra – ele zomba, mas está certo. Argos detesta hora extra assim como detesta atrasos.
- já estou descendo – aviso desligando o telefone, enquanto arrumo minhas coisas vejo que não terminei o projeto, depois de nossa conversa e seu convite não consegui me concentrar fiquei tão perdida nos meus pensamentos que pulei o almoço e ainda passei do horário, se ele não tivesse ligado ficaria presa no prédio. Faço uma nota mental de agradecer aos deuses das funcionárias distraídas pelos irmãos lindos dos chefes maníacos por controle pela ajuda.
Saindo da minha sala, vejo luz embaixo da porta da sala da presidência – maníaco por perfeição – eu penso, e resolvo me despedir e desejar boa noite. Bato duas vezes e como ninguém responde abro a porta devagar e entro procurando pelo interruptor, ele deve ter deixado as luzes acesas quando saiu. Penso eu, quando encontro o interruptor ouço uma voz grave cantarolando uma música doce e triste num idioma que imagino só possa ser grego pelo som das palavras, mas não sei o que diz. Fico, costas na parede ouvindo a melodia daquela voz, seguida por um suspiro e algo que identifico como um fungar, era como se a pessoa tivesse chorado, estou petrificada no lugar num estalo minha mente conecta as informações, so poderia ser meu chefe ali na sala de reuniões que era acoplada a da presidência ainda mais a estas horas, mas porque ele estaria chorando? A pergunta perfura minha mente, o que seria capaz de fazer um homem tão inflexível mostrar tamanha fraqueza. Claro que ele deve imaginar que está sozinho na empresa mas mesmo assim, teria de ser algo muito terrível. Minha compaixão fala mais alto e bato na porta da sala de reuniões, por algum motivo que ainda não sei não me controlo e vou ate ele que esta em pe de costas para mim olhando pelas janelas que vão do chão ao teto mostrando a vista mais espetacular de são Paulo que eu já vi na vida, e velo ali ombros curvados, gravata frouxa no colarinho, alguns botões da camisa abertos, as mangas enroladas nos punhos, um copo vazio em uma mão e a outra espalmada no vidro a sua frente, torcem em mim um sentimento estranho que não sabia que estava ali ate aquele momento. Vou ate ele em passos lentos, não quero assusta-lo ou irrita-lo apenas saber o que o deixou naquele estado.
- você esta bem – falo a primeira coisa que me vem a boca, claro que ele não esta bem senhorita obvia se estivesse teria visto você entrar e não estaria ali chorando e bebendo, me bato mentalmente pela pergunta idiotia – o que houve? – bem melhor desta vez, estendo a mão para tocar seu ombro já que ele parece não ter me ouvido. Me perco na intensidade do azul que foca em mim, um mar em meio uma tempestade. Ele abre a boca e nada sai, ele tira a mão do vidro e passa pelo rosto como se quisesse apagar os vestígios das lagrimas que passaram por ali.
- está tudo bem, eu quero ajudar – eu falo suavemente, passando confiança e segurança pelo meu toque a ele, nesses anos é a primeira vez que vejo fragilidade nele e isso me assusta.
- você é real ? – ele pergunta, sua mão tocando meu rosto como se eu fosse um fantasma, sinto seu hálito quente e o cheiro de whisk , percebo a garrafa vazia na mesa ele deve estar bebendo a algumas horas, o que justificaria a pergunta e o gesto carinhoso comigo. Ele deixa o copo na mesa e junta a outra mão ao meu rosto moldando-o enquanto toca sua testa na minha – não , não e possível, anjos não existem no inferno, não é permitido pra vocês – ele fala arrastado, as lagrimas de volta a seus olhos o sofrimento em sua voz. Por que ele me chamou de anjo, empurro isso em minha mente para analisar depois, pois agora tudo que consigo processar e a tristeza que emana dele em ondas e preenche a sala.
- diga-me, porque me atormentar tanto? Sei que estou condenado, que minha alma negra não tem salvação , não sofri o bastante para minha vida – ele fala os lábios perigosamente perto dos meus, sua respiração acelerada como a minha e antes que eu possa responder ou entender suas palavras, ele me beija. Um misto de angustia e desejo, suas mãos ganham vida e ele as prende em minha nuca possuindo meus lábios, gemendo em minha boca enquanto aprofundava o beijo. Me surpreendo a perceber que mesmo com o susto de sua reação eu também correspondo ao beijo, sinto sua ereção apertada em meu estomago e é minha vez de gemer, suas mãos descem e apertam minha cintura com força colando nossos corpos, tenho certeza que ficara marcado mas no momento não me importo, não consigo raciocinar com ele tão próximo e me tocando daquela maneira tão primitiva e imprudente. Ele morde meu lábio inferior e passa os dentes por meu pescoço e ombro deixando ali uma mordida que também deixara marcas amanhã, estou entregue quando sinto suas mãos descerem ate minha bunda me erguendo para seu colo sustentando meu peso em seus braços fortes, passo minhas pernas por sua cintura num movimento e sinto sua ereção pulsando sob sua calça social em meu centro latejante e já molhado gememos ambos com o contato, ele me deita sobre a mesa de reuniões e abre minha blusa de botões espalhando os pelo chão suas mãos apossam de meu seios sobe o sutiã de renda branco que eu uso ele os aperta, meus mamilos estão rígidos e sensíveis pelo desejo e quando ele os morde eu estremeço de prazer em suas mãos, ele beija meu abdômen e minhas mãos vão para sua camisa, nesse momento não sei se a providência divina ou por sermos um desastre completo mas o copo cai no chão com um baque ensurdecedor no silencio da sala.
Como se despertasse de um transe percebo o que estava fazendo, empurro seu peito para longe de mim e cruzo os braços sobre meu seios muito ciente de minha nudez e sem me controlar, mais sinto do que vejo minha mão se chocar com seu rosto. Neste momento vejo seus olhos voltarem ao foco, seu olhar muda entre indignação, raiva, descrença e o pior de todos repulsa. Percebendo o que quase fizemos e onde estávamos ele se afasta como se eu o queimasse, sua atitude me fere.
- me perdoe – ele fala ríspido me dando as costas, se abaixa e me entrega meu paletó – o que você está fazendo aqui? A pergunta dele e ácido em minhas veias, o megalomaníaco está de volta, percebo.
- só queria ajudar – falo a voz um sussurro , pego meu paletó e me cubro, minha blusa arruinada vejo suas costas subirem e descerem pelo movimento de sua respiração acelerada e imagino que essa reação seja por raiva pelo que quase fizemos, me sinto suja e rejeitada – não falarei nada fique tranquilo, tenho minha parte de culpa, não deveria ter entrado aqui. Falo, colocando o máximo de frieza que posso em minha voz enquanto estou aos cacos por dentro, quero gritar com ele mas não posso tenho culpa também, eu quis cada toque tenho que admitir. Vejo que ele não fala nada apenas sai sem se virar para mim e se tranca no banheiro. Ouço agua ser ligada e entendo que é a melhor hora de sair dali, fujo em direção ao elevador tudo que mais quero é esquecer esta noite e esta na minha cama o mais rápido possível, o elevador chega assim que entro me sinto estranhamente segura naquele cubículo de aço e desmorono em lagrimas, as portas se fecham, a última imagem que tenho e de olhos azuis perturbadores me olhando. Chego ao estacionamento um pouco mais calma, mas meu rosto denuncia que andei chorando, meus olhos estão vermelhos, estou um pouco descabelada e meus lábios inchados , estes últimos nada tem a ver com as lagrimas- minha puta interior ataca novamente. Fecho a cara o espelho atrás de mim no elevador e afundo esses pensamentos em minha mente. Mal saio ouço o ronco do motor de uma moto próxima a mim, com a confusão me esqueci completamente do meu encontro com o irmão do meu chefe estupido. Porem neste momento estou ainda menos tentada a sair com ele, não tenho a mínima condição depois do que acabou de acontecer e me vejo pensando em uma desculpa para me livrar do encontro sem ter de dar muitas explicações.
- Você está bem ruiva? Achei que tivesse ficado presa no elevador estava pensando em subir e te ajudar – ele fala sorrindo ao ver meu rosto porem ele para, seu semblante sério, suas sobrancelhas vincam de preocupação – o que aconteceu lá em cima? Me conte por que está assim? Não sei como responder, mas a verdade não é opção, ele não pode saber alias ninguém pode saber do que acabou de acontecer na sala de reuniões ,eles não acreditariam em mim e eu ainda seria demitida, um luxo ao qual não posso me dar, além de que eu disse que não contaria a ninguém o que inclui o irmão dele em primeiro lugar.
- eu estou bem, so com uma dor de cabeça dos infernos – eu digo fechando mais o meu paletó para que ele não veja minha blusa, ele balança a cabeça e parece não acreditar em mim – podemos sair outro dia, na sexta o que acha? – as palavras saem de minha boca sem que eu possa conte-las e vejo o brilho voltar aos olhos dele.
- tudo bem, tem certeza que é so isso mesmo – ele fala me fitando como se me conhecesse a vida toda e não a menos de 24horas – vou adorar sair na sexta, mas ai vamos tomar uns drinques combinado? Me vejo concordando sem pensar nas consequências disso, tudo que minha mente consegue pensar agora é que preciso de um banho para tirar o cheiro dele de mim e da minha cama com urgência.
Entro no carro e vejo pelo retrovisor as portas do elevador se abrirem e ele sair, a imagem perfeita do controle, impecável, como se nada tivesse acontecido. Seus olhos travam nos meus pelo espelho e o fuzilo com o olhar engato a marcha e saio para minha casa enquanto deixo os irmãos ali parados no estacionamento olhando na minha direção.
YOU ARE READING
Tentação Grega
Genç Kız EdebiyatıAgnes é uma publicitária que vive para seu gato e seu trabalho na agência Antares, trabalha para o perfeccionista Argos Mavros presidente da empresa lindo e cretino. Argos guarda um segredo que o obrigou a deixar sua terra,sua amada Grécia. Tudo ia...