Capítulo 4

159 13 0
                                    

Argos

Minha noite prometia, mas graças a meu amigo Jonas nada que realmente precisasse de mim, era apenas as maluquices de minha mãe preocupada com seu filhinho caçula perdido nesse país de bárbaros, como ela mesma gosta de falar. Aquele bastardo não avisou quando chegou nem onde vai ficar, mal chegou e já está me causando problemas. Subo para meu apartamento e ligo para minha mãe tranquilizando que seu filhinho está bem, e que deve está em algum hotel ou em uma de nossas casas, ela me faz prometer tomar conta dele e não deixar que encontre encrenca, como se isso fosse possível. Mesmo assim prometo e desligo, preparo outro whisk e me largo no sofá com meus pensamentos tumultuados por uma certa ruiva.

- Porque você tinha que entrar naquela sala – me pergunto – para quê. Me sirvo de outra dose e foco o reflexo do babaca no espelho, desvio o olhar em segundos, o ódio e a tristeza me invadem em ondas crescentes, como a maré cheia que varre a praia. Sinto o nó em minha garganta aumentar e o mostro em minha mente sorri prevendo minha queda. Mas não hoje, desta vez apenas o álcool será meu companheiro, nada de mulheres, nada de ninguém – penso e me dirijo para meu quarto despindo-me no caminho.

- patrão – a voz de Jonas soa da porta enquanto estou no chuveiro.

- sim – respondo, o que será agora.

- A senhora Soraia está na portaria, quer entrar e falar com o senhor – ele fala impassível, Jonas é ex militar, sua descrição e fidelidade o fizeram perfeito para me acompanhar nesses anos, tornando-se o mais próximo de um amigo para mim. Deixo a agua escorrer mais um pouco enquanto penso no que responder, não queria mulher nenhuma hoje, não queria tirar de mim o perfume daquele anjo.

O que eu estou dizendo? Fiquei louco? Aquela mulher não é para mim, Soraia me entende, faz parte do meu mundo, sabe das minhas necessidades e eu das dela, sem compromisso sem complicação e disso que eu preciso. Não de uma mulher já complicada como Agnes. Reflito enquanto termino meu banho, pensar nela me deixa excitado e duro como pedra. Não vou conseguir dormir com essa ereção mesmo, então, porque me negar a diversão que me espera.

- Pode pedir para ela subir, depois pode ir dormir Jonas – digo saindo do chuveiro e me enrolando no roupão – não vamos precisar de você. Boa noite.

Fui para sala e deixei uma música ambiente enquanto Soraia não chegava, minha libido estava a mil, meu sangue fervia nas veias. Mas minha excitação não era ela.

- achei que seu cão de guarda não me deixaria subir - a voz melosa e arrastada dela irrita meus ouvidos, seu perfume chega a mim como uma bomba doce e enjoativo.

- já disse para não vir sem ser chamada – respondo seco – não chame Jonas desta forma.

- oh querido – ela fala aproximando se de mim e passando as unhas enormes por meu pescoço e nuca – o que houve? Está tão irritado. Ela fala manhosa. Sinto que se continuar conversando com ela não terei outra ereção tão cedo, e preciso me aliviar logo e deixar o resto para outra hora. Olho para ela que me fita por baixo de seus cílios longos e cheios de maquiagem, sua boca é pequena mas o sorriso nela é sensual demais e não doce e fácil, tudo em Soraia grita sexo e luxuria e é exatamente o que preciso agora, apenas me afogar em luxuria acalmando o mostro em mim.

- Venha , vou te dar o que está precisando – falo ríspido, ela sorri e passa a língua pelos lábios umedecendo os – de joelhos agora. Ordeno, ela feliz obedece. Ando em volta dela, as mãos nos joelhos, a saia mostrando as coxas bronzeadas e torneadas, os seios fartos presos no espartilho vermelho sangue. Os cabelos loiros como um véu em seu rosto. Submissa. O mostro rosna satisfeito, ela sabe o que o agrada. Junto seus cabelos em minhas mãos e os puxo com força fazendo com que sua cabeça se incline para trás num angulo desconfortável mas não doloroso, ela geme.

Tentação GregaWhere stories live. Discover now