• Capítulo 8

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- Temos que fazer algo urgente com essas olheiras. - Amy tagarelava enquanto trançava meu cabelo. - O príncipe de Connir não pode ver a noiva assim.

Revirei os olhos.

Entretanto, tinha que admitir como os pretos debaixo de meus olhos estavam visíveis. Isso tudo por que não dormi quase nada essa noite. Só que quem conseguiria? Depois de saber que seu irmão, e talvez amante? Iria num futuro distante enfiar uma adaga em mim.

- Não dormi direito. - confessei.

- Claro que não dormiria. - concordou. - O casamento esta tão perto que se dormisse eu iria me surpreender.

Terminando a trança, Amy colocou as mãos em meus ombros e ficou olhando meu reflexo no espelho pensando no que faria para dar uma cor saudável ao meu rosto.

Assustei-me quando a porta foi aberta de repente e a rainha Gisela desfilou para dentro. E devo dizer que me surpreendi ainda mais ao ver seus cabelos longos e azuis caídos em suas costas em vez do coque habitual.

- Anabelle! - assustou-se quando viu meu estado. - Está horrenda.

Obrigada pela parte que me toca, mamãe.

Gisela se virou pedindo para um dos serviçais que a seguia:

- Peça para Lourdes pegar meus produtos de beleza.

Ela esperou o homem sair antes de caminhar até mim e me ajudar a levantar da cadeira onde estava sentada enquanto Amy arrumava meu cabelo.

- Não dormi muito. - justifiquei-me.

- Edward não é nenhum monstro. - Gisela disse passando a mão no meu rosto. - Eu nunca daria a minha filha para alguém que não a merecesse.

Tentei sorrir.

Mesmo que isso não fosse verdade já que naquele noivado ela não teve chance de voto alguém. Magnus decidiu tudo com Ahmon e não teria ninguém que se colocaria entre eles.

- Mãe. - surpreendi-a a chamando assim. - Alguma vez você teve uma visão que não se concretizou?

Estranhou a pergunta.

- Nunca. - respondeu. - Por que, Ana?

Dei de ombros.

- Não é nada, só as vezes tenho algumas dúvidas e você é a única que já passou por isso também.

Essa hora o homem que Gisela pediu o favor retornou com uma senhora que deveria ter o dobro da idade da rainha. Em seus braços tinha uma bolsa e vi vários pós compactos que deveriam custar uma fortuna, lembro-me vagamente que um país ao oeste depois do oceano começaram a criar produtos para peles.

- Eu faço. - Gisela afirmou. - Todos saiam do quarto.

Assentiram e o fizeram.

Até Amy se despediu com o olhar e foi embora.

Gisela abriu o pequeno pote e com uma espuma veio até meu rosto e começou a dar leves pancadas em meu rosto.

- O futuro não é algo cravado em pedra. - A rainha disse depois de muito tempo em silêncio. - Imagino eu que tudo pode sim ser mudado, até o momento onde você tenha a visão.

- Como assim?

- Quando a visão chega até nós é por que tudo em nossa volta esta no caminho para que aquilo aconteça. - prosseguiu. - Por exemplo, você viu que eu fui comprar um vestido. Para isso acontecer eu preciso ter alguma festa para ir então alguém terá que dar, e assim cada detalhe da sua vida vai fazendo para que a visão aconteça.

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