- Pequena, o Isaac está vindo para cá... - Max entra no meu quarto - Ei, o que foi? Por que essa cara?
- Estão acontecendo tantas coisas ruins, Max...- passo a mão no cabelo.
- O que foi? Algum problema com o Mateus? - ele se senta na minha frente.
- Eu não sei - suspiro - O Isaac chega quando? - melhor mudar de assunto.
- Não sei - ele decide não insistir - Mas ele disse que está vindo para cá. Melhor já esperar ele lá em baixo.
- Tudo bem - me levanto da cama.
* * *
Marcela Novaes
Os dias estão sendo difíceis, olhar para Jaque lembra a minha mãe. Elas eram tão parecidas, que me faz lembrar dela a cada dia mais.
Minha mãe sempre foi minha companheira desde que meu pai nos abandonou. Ela sempre me dava conselhos nos momentos certos, e me ajudava quando precisava, é um exemplo de mulher. Parece que até a casa sente sua falta, tudo está como ela deixou, até o cheiro dela está no lugar.
- Marcela, está tudo bem? - ouço a voz do meu tio atrás de mim. Respiro fundo e abaixo a cabeça, passando a mão pela sua poltrona preferida.
- Vou ficar - limpo as lágrimas - Como está a Jaque? - me viro para ele.
- Ela já dormiu - ele sorri carinhosamente e se aproxima de mim - Não quer mesmo ir morar comigo?
- Não, não precisa se incomodar - ele sempre insistiu nessa ideia.
- Por favor querida, Washington será bem melhor para vocês - ele segura meus braços - Não posso deixar vocês duas sozinhas aqui, não vou me sentir bem.
- Não precisa se preocupar, nós vamos ficar bem. Vou procurar um emprego, a Jaque tem bolsa, então só preciso me preocupar com as contas.
- Só pense um pouco sobre o assunto, por favor - ele passa a mão em meu rosto.
- Tudo bem, vou pensar - sorrio.
- Ótimo, vou ficar mais um tempo aqui com vocês.
- Muito obrigada tio, você está nos ajudando muito - ele sempre foi igual minha mãe.
- Não precisa agradecer, sabe o quanto amo vocês duas - sorri - Não quer sair um pouco querida? A noite está tão linda, precisa espairecer.
- Estou indisposta.
- Eu sei como se sente, mas sair vai te ajudar. Se distraia, vai melhorar.
- Tudo bem - suspiro derrotada - Volto já.
- Pode ficar tranquila.
Assim, decido sair pelas ruas de Londres. Realmente, a noite está linda, o céu estrelado e a luz da lua ilumina as ruas.
Preciso sentir a areia nos meus pés, preciso matar essa angústia que estou sentindo. Chamo um táxi e depois de meia hora, desço do carro, já avistando a praia reluzente. Ando até chegar perto do mar, tiro minhas sandálias e as deixo perto de algumas pedras. Sinto a água fresca nós meus pés, fecho os olhos e respiro fundo, sentindo o cheiro do mar. As águas batem com força contra as pedras, e vários momentos bons se refletem em minha mente.
- Marcela, não confio muito nisso - minha mãe segura desajeitadamente minha mão.
- Vamos, mãe - começo a rir do seu desastre.
- Eu não sei nadar! - ela grita, mas ao mesmo tempo ri.
- Você não vai nadar, só vamos um pouco pro fundo, confie em mim.
- Alguma coisa pegou no meu pé - ela segura meu braço com força - Maldita a hora que eu aceitei isso - não aguento e começo a rir - Para de rir!
- Mãe, você é uma figura. Olha, até a Jaque está nadando e você não?
- Eu já sou velha! - arruma o lenço em sua cabeça - E se aparecer um tubarão e pegar sua irmã?!
- Relaxa mãe, não vai aparecer - rimos.
Abro meus olhos e ainda a vejo ali, acenando para mim de dentro da água.
- Foi um dia maravilhoso - ela se senta na cadeira de balanço, parecendo exausta.
- Está sentindo alguma coisa? - me aproximo dela.
- Estou.
- O que? - sinto meu coração parar por alguns segundos.
Ela demora à responder, então ela abre os olhos e sorri para mim.
- Uma felicidade que eu não sentia à anos - fala - Obrigada por me proporcionar isso minha querida.
Sinto meus olhos ficarem marejados. Me aproximo dela e me agacho em sua frente, passando a mão em seu rosto.
- A senhora merece tudo de bom e do melhor desse mundo - ela sorri com as minhas palavras.
- Sou muito grata à Deus por ter me dado vocês - ela segura meu rosto entre as mãos e beija minha testa - Eu amo você Marcela.
- Também te amo muito, mamãe - ela encosta sua testa na minha.
- Boa noite - me assusto com a voz atrás de mim.
Assim que me viro para trás, o garoto se aproxima de mim cautelosamente, parecendo preocupado.
- Me desculpe, não queria te assustar - dá um sorriso Incômodo.
- Sem problema - dou um sorriso tímido e me viro novamente.
- A vista é linda, não é mesmo? - dessa vez ele está do meu lado.
- Sim, é bem linda - olho ao redor - Sempre vinha aqui com a minha mãe.
- Sou louco com essa praia, sempre venho aqui quando quero esquecer dos problemas - cruza os braços e sorri - Você é daqui? - olha para mim.
- Moro à uns trinta minutos daqui - Respondo - E você?
- Mais ou menos isso também - se vira para mim - Não querendo ser intrometido, mas o que uma moça faz aqui sozinha?
- Vim espairecer um pouco, esquecer meus problemas também.
- E está funcionando?
- Até agora, sim - ele sorri.
Depois disso, nós começamos a conversar várias coisas. Aquele belo homem misterioso estava fazendo faculdade de direito, tinha vinte e quatro anos e me arrancou muitas risadas. A noite passou voando, e quando percebemos já estava bem tarde.
- Eu preciso ir, meu tio está me esperando em casa - pego minhas sandálias.
- Foi um prazer conhecer você - ele estende a mão, e eu a aperto.
- Igualmente - sorrio.
- Poderia me dizer seu nome? - sorri de lado.
- Marcela, e o seu?
Seus cabelos castanhos balançam conforme o vento que batia, a lua refletia em seu rosto, e seu sorriso era bem espontâneo.
- Calebe.
* * *
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E se não fosse o Destino? - 1° Livro.
AléatoireVocê acredita no destino? Acha que ele possa juntar duas pessoas totalmente diferentes pelo acaso? Jade Maldonado achava que não, pois sua vida estava um caos. Seus pais morreram quando tinha apenas seis anos e sua única família são seus irmãos mais...