CAP.5

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Combinamos de nos encontrar na casa do Scott que era mais perto do centro, e de lá a gente ia até o bar, que se chamava "Afternoon Tease". Chegando lá no Scott, pegamos o seu carro e fomos até o bar, e lá estaria os instrumentos que Carl deixou a gente usar. Conversamos animadamente tendo uma ótima expectativa de como seria hoje a noite.

Quando finalmente chegamos ao bar, encontramos de cara o tio de Vee, Carl. Ele sorriu e recebeu a gente. Era um lugar espaçoso e bem retrô, tinha um ar de anos 80's e gostamos bastante. Tinha um palco bem no meio do bar, e uma longa bancada para os baristas. Muitas mesas e cadeiras espalhados por todos os lugares desse grande local escuro e aconchegante. Andamos até o palco e ajeitamos os instrumentos, afinamos a guitarra, o baixo etc. Vimos pelas janelas já uma fila formando fora do bar.

_Vai vim muita gente essa noite? -perguntei a Carl.

_O bastante para encher esse lugar baby. -ele disse batendo na bancada sorrindo orgulhoso e ri.

_Aqui é bem legal, parabéns. -Meg falou analisando o lugar.

_Obrigado, gastei todas as minhas economias aqui, isso tem que dar certo. -Carl afirmou pensativo.

Nos olhamos e pensamos "isso tem que dar certo mesmo", tínhamos que causar uma boa impressão e não deixar o cara afundar.

Depois de mais ou menos meia hora depois, Carl abriu o bar e começamos a tocar algumas músicas. Abrimos com Take me Over/ Cut Copy para animar e depois foi seguindo. Cada vez mais o pessoal foi gostando e aceitando a gente. Os garçons do local começaram a atender os clientes e digamos que foi uma ótima noite. Os olhares críticos da plateia só aumentava a adrenalina que estava sentindo, ainda mais quando uma presença forte apareceu e roubou toda a minha atenção, Vee simplesmente apareceu e se sentou no balcão de bebidas, começou a conversar com seu tio e com os funcionários que provavelmente conhecia. Uma hora ou outra, ela finalmente olhou para o palco e me viu com a banda. Sua expressão de surpresa e o sorriso que apareceu depois me incentivaram de uma forma boa e confesso que toquei um pouco melhor depois disso.

Tínhamos que tocar durante 4 horas. Após atingirmos esse tempo, terminamos com Prey/ The Neighbourhood.

Arrumamos os instrumentos e perguntamos a Carl como tínhamos ido, se ele tinha gostado e se tinha alguma reclamação. E o mesmo falou "Só recebi elogios dos clientes, parabéns garoto. Quero ver vocês amanhã aqui." e ficamos tão felizes que saímos para uma festa que os amigos de Hyde haviam organizado. Não conhecíamos eles mas Hyde disse que não ligavam para isso e mesmo assim fomos. De penetras como sempre. Procurei Vee com o olhar e não a achei. O bar ainda não tinha fechado, talvez estava nos fundos ou sei lá, já tinha ido embora. Talvez quisesse ir pra festa com a gente por ser bem festeira, mas...na verdade, acho que não apareceria junto com a gente em lugar nenhum. Ela já tinha a galera dela e não precisava da gente. Talvez eu só esteja sendo trouxa demais fazendo planos e criando expectativas que podem nunca acontecer. Talvez eu esteja tão apaixonado que estou me cegando aos poucos sem nem sentir os sintomas.

Chegamos lá na festa e ninguém deu a mínima. Me separei do pessoal indo para cozinha pegar uma bebida e pela casa estar bem cheia, o caminho ficava mais difícil a cada passo, mas finalmente cheguei na frente da geladeira e peguei vodka. Procurei um copo e assim coloquei a bebida. Fui novamente a porta aberta sem ultrapassa-lá, vi o pessoal da festa e tomei um gole. Senti minha boca arder e a as coisas se tornaram menos piores. Todos estavam se divertindo e alegres, por que eu não estava assim? Dei outro gole. Na verdade, eu estava feliz sim, por que eu não via isso? Por que as vezes eu sou tão patético comigo mesmo? Dei outro gole, um dos grandes, e minha garganta ardeu me fazendo expressar uma careta.

Começou uma música nova, uma música mais animada e meu coração bateu mais rápido. Tomei outro gole. Olhei em volta e vi meus amigos curtindo uns com os outros, fui até eles e esbocei um sorriso. Chamei-os para dançar e eles hesitaram dizendo que estavam bem. Eu queria me divertir, mas não queria fazer isso sozinho. Bufei alto e sai da casa indo para o quintal dos fundos. Estava meio vazio, só alguns casais se pegando no gramado e nas paredes da casa. Andei até aonde não tinha ninguém e sentei no gramado surrado. Olhei para cima e tomei mais um gole de vodka, o efeito ardente já tinha passado e agora minha língua estava aveludada ao sentir o líquido entrar mais uma vez. O céu estava estrelado esse dia, mais do que nunca havia estado antes. Sorri melancolicamente e tomei outro gole. Acabou, eu tinha que pegar mais vodka. Mas meu corpo estava tão relaxado que não queria levantar e estragar aquilo, então apenas joguei o copo vazia um pouco mais a frente e coloquei as mãos para trás me apoiando na grama. Alguém se sentou ao meu lado e vi que era Meg, estava de pernas cruzadas e me olhando de uma forma engraçada.

_Que foi? -falei te admirando e a mesma riu.

_Nada, o que você tem? -ela começou a mexer em seus dedos enquanto olhava para mim.

_Nada, só estou curtindo a festa. Não está vendo que estou adorando? -fiz um sorriso enorme forçado e ela sorriu cinicamente.

_Não precisa falar assim comigo, só quero ajudar. -ela me olhou profundamente e percebi que nunca havia notado os olhos de Meg a noite, a sua pupila dilatada só com uma fina linha azul envolta me encantou, e seus cílios enormes ao se juntarem quando ela piscava era lindo. -Froy?! -ela me despertou e percebi que viajei.

_Desculpa Meg. Eu só estou...estranho.

_Você sempre foi estranho. -ela sorriu e se sentou mais perto de mim. -Todos nós somos, por isso nos damos tão bem. -concluiu.

_É, deve ser. -continuei a colocar o os olhos nela e sua pele corada se iluminava com a luz do luar e com a luz fraca vinda da casa.

_Froy, preciso te contar uma coisa. -sua expressão mudou ficando mais preocupada.

_O que? -voltei com meus braços ao meu colo.

_Acho que vou fazer faculdade no Canadá. -ela fala e fico de certa forma confuso.

_Como assim? Por quê?

_Meu pai vai ser transferido pra lá no ano que vem porque o salário aumenta praticamente o triplo, e...eu só tenho ele. Então vou ter que fazer faculdade lá. -ela abaixa a cabeça meio triste e toco o seu queixo com o dedo a levantando a fazendo olhar pra mim.

_Meg, relaxa. Vai dar tudo certo. Somos amigos e sempre vamos ser, isso não vai nos separar. -a tranquilizo e ela fica um pouco melhor.

_Como vou saber? Pode acontecer algum...-sua boca se mexia sem parar e perdi o controle te dando um beijo a calando.

Tudo ficou melhor, o beijo me relaxou e senti coisas boas, uma energia boa. Meg aos poucos foi deixando o susto de lado e prolongamos o beijo. E ela beija bem. Suas mãos envolveram meu pescoço e seus dedos em meu rosto, assim como minhas mãos em sua cintura. Ela parou o beijo se recuperando e sorri. A mesma voltou a me beijar com mais intensidade e pensei "o que eu sinto pela Meg?" ela sempre esteve comigo e nunca houve nada. Conclui em minha cabeça que era só o efeito da bebida e que amanhã já teríamos esquecido, seria apenas um borrão e memórias embaçadas. Parei o beijo e a olhei me afastando lentamente. Ela sorriu e sorri te dando um selinho.

_O que estamos fazendo Froy? -ela riu.

_Eu não sei, mas foi bom.

Nos olhamos e voltamos a sentar como antes rindo um do outro e com uma certa vergonha boa.

BAND :: froy gutierrezOnde histórias criam vida. Descubra agora