CAP.2

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Estava pegando meus livros no meu armário quando Scott apareceu ao meu lado animado.

_Froy, eu não acredito que tocamos no Hard Rock. -ela sorria junto a mim. -Será que eles gostaram? Talvez nos chamem para tocar lá de novo.

_Nunca vi ninguém tocando lá duas vezes seguidas. -falei tentando lembrar de alguma banda sortuda, mas não veio ninguém a minha cabeça.

_Pensamento positivo, somos tão fodas que eles vão nos chamar de novo.

_Aé? E vão chamar como? Nem deixamos nosso número lá esperto. -ironizei.

_É...-ele pensou lamentando. -Que merda cara. O que fazemos?

_Sei lá, a gente vai continuar frequentando o Hard Rock, eles vão nos reconhecer e talvez falem com a gente.

_É...talvez. -ele concordou e fomos andando para a sala. -Cadê o Dex e a Meg? -olhou para os lados.

_Não sei, sou sempre eu que chego atrasado. -ri e ele confirmou sorrindo.

_Ali eles! -ele apontou com o olhar e os dois vinham pelo corredor da escola.

_Cara...ontem foi demais. -Dex falou com seu jeito chapado de sempre.

_Foi mesmo! E espero que eles nos chamem de novo. -Scott disse cruzando os braços.

_Pode crê. -Dex sorriu mais noiado que nunca.

_Vamos, Froy sua primeira aula também é espanhol? -Meg perguntou.

_Sim, é a sua também? -ela confirmou com a cabeça. -Vamos lá.

Os meninos foram para outro lado do corredor e eu e Meg fomos até a sala sentando nas carteiras. Fazia 6 minutos que a aula tinha começado e quando olhei para Meg, ela me olhou fazendo um sinal de arma e que estava atirando em sua cabeça, ri e ela também, era a aula mais chata do dia, mas eu entendia e sempre tirava notas boas. Finalmente acabou e saímos juntos.

_Eu simplesmente não entendo nada de Espanhol, é uma língua tão estranha e tão...importante.

_Ah é chato, mas dá pra entender. -impliquei e ela rolou os olhos.

_Pra você é fácil, tira notas boas sempre.

_Quer que eu te dou uma ajudinha? -ri e ela me olhou animada.

_Isso! Posso ir na sua casa hoje?! -a olhei surpreso. -Minha casa está uma bagunça. -fiz um cara de "por que?" e ela respondeu. -Meu pai voltou. -confirmei entendendo.

_Claro, quando as aulas acabarem a gente vai? -sorri.

_Okay. -ela sorriu e entrou no banheiro.

Segui o caminho até a outra sala e ouvi uma linda palestra sobre drogas e teor alcoólico de um ex presidiário. Já era hora do almoço e fomos comer em uma mesa debaixo da árvore bem extensa que tem no pátio da escola. Falamos sobre arranjar uma pessoa para tocar teclado na nossa banda, algumas batidas não conseguimos fazer com os nossos instrumentos, e as melhores músicas tem as melhores batidas. Decidimos fazer um cartaz com o nosso e deixar pela cidade, talvez até na escola.

As aulas acabaram e fiquei esperando Meg sair para ir a minha casa. A espera dela, Vee passou por mim e sorriu. Provavelmente se esqueceu do assunto do bar do tio dela. Meg finalmente apareceu e veio até mim.

_Vamos de bicicleta? -ela riu apontando para a bicicleta.

_Não, vamos andando e eu vou levar ela comigo. -ela entendeu. -Só se você quiser. Pode subir na garupa. -sugeri e ri.

_Claro, uma grande aventura. -ela sorriu e montei na bicicleta, ela subiu atrás de mim e ficou em pé se apoiando em mim.

Pedalei até em casa com ela atrás de mim, até que foi legal. Meg abria os braços fingindo estar voando, seus cabelos balançavam e sorrisos apareciam.

Chegamos a minha casa e entramos sem bater na porta. Minha mãe falou com Meg e quando a mesma entrou no meu quarto, minha mãe me chamou. Fui andando até a cozinha, onde ela estava e me encostei no batente da porta a vendo atrás da bancada.

_Que foi mãe? -falei normalmente.

_Froy, deixe a porta aberta. -ela falou rindo e com cara de desconfiada.

_Mãe pelo amor de Deus. -ri sem acreditar. -É a Meg. -esclareci mas a sua cara não mudou.

Fui ao meu quarto a deixando ali e fiz questão de fechar a porta. Meg estranhou e suspirei.

_Então...espanhol. -ela sorriu e ri pegando meu livro.

Sentamos no chão encostando as costas na lateral da minha cama. Já tinha se passado uns 48 minutos que estávamos estudando.

_Acho que eu já entendi Froy. -ela disse passando a mão pela testa cansada.

_Não faz nem 1 hora que a gente começou, já quer parar? -ri do seu comportamento.

_Ah...-resmungou. -Você é pior que o professor. -ela riu reclamando e se levantando do chão deitando na minha cama. -Seu quarto é muito legal. -ela falou olhando ao redor.

_Obrigado, eu acho. -falei franzindo a testa e me levantando, fui até a janela e olhei para a casa de Vee, suspirei pois não a vi.

_A Vee que mora ai? -ela levantou a cabeça e virei a olhando confirmando. -Não sei o que os meninos veem nela? -revirou os olhos.

_Acho que tudo. -falei sem acreditar na sua pergunta. -Já olhou para ela? Ela é linda.

_Edai? Só liga pra beleza dela? Você nem a conhece. -franziu a testa.

_Conheço sim. -afirmei, mas eu sabia que era mentira. -E...não seja hipócrita. -falei forçando uma risada.

_Por que eu seria hipócrita Froy? -ela forçou um sorriso.

_Porque as meninas também se interessam pelos meninos pela sua beleza. -conclui. -Vai me dizer o contrário? -arqueei minha sobrancelha esquerda.

_Só algumas. Cada uma é diferente da outra. -ela já estava mais séria do que antes.

_Ah para, quase todas. -afirmei. -É claro que a personalidade conta, mas...a primeira coisa que todas veem é o corpo. -ela negou com a cabeça e suspirou.

_Sabe...é uma pena você só ter conhecido garotas desse tipo. -ela se levantou e foi se aproximando de mim. -E...eu sou uma das garotas que você conhece, e me surpreendeu agora. -a olhei confuso e surpreso pelo baque. -Achei que me conhecia. -e então ela pegou sua mochila do chão.

_Você não vai embora né? -me virei vendo todos os seus movimentos.

_A gente já acabou de estudar mesmo. -ela deu de ombros. -É...e obrigada, pela aula. -ela então saiu do meu quarto me deixando ali, parado, e sem saber o que na verdade tinha acontecido e porque.

Desci as escadas pra falar com Meg, mas quando cheguei ao andar de baixo ela já tinha ido embora. Bufei. Por que ela reagiu assim? Não falei nenhuma mentira. Por que ficou com raiva?

Voltei para o meu quarto pensando "deve ser só um dia ruim pra ela" e "ela deve estar menstruada". Sentei na cama e logo me deitei. Fiquei olhando para o teto deduzindo e concluindo coisas que só na minha cabeça faz sentido, e então adormeci.

BAND :: froy gutierrezOnde histórias criam vida. Descubra agora