Three

47 5 0
                                    

- Tirando a respiração celular, não demos muita matéria nova. - Caroline acompanha-me em direção à saída da escola, enquanto esclarece certas duvidas minhas - De resto, foi tudo revisões do ano anterior. Nada de especial - encolhe os ombros e ambas passamos os nossos cartões.

- Ainda bem. - comento, retirando algum dinheiro da minha mochila.

Caminhava-mos lado a lado, suportando o peso das nossas mochilas nos nossos ombros. Sinto uma brisa fresca percorrer o meu corpo e, tanto eu como Caroline, encolhe-mos o nossos corpos e acariciamos ambos os nossos braços num tentativa de aquecimento.

- Não me vais acompanhar hoje até casa? - pergunta, assim que se apercebe das moedas na minha mão.

- Por muito que essa seja a minha vontade, não vai dar. - brinco, enquanto conto a quantia que tinha - Hoje vou almoçar ao meu pai, por isso vou de camioneta.

Paro o meu corpo assim que reparo na presença da paragem de camionetas no meu lado direito, que se encontrava vazia e não muito longe da escola.

- Sendo assim. - encolhe os ombros encaminhando o seu corpo na minha direção - Até amanhã, Kate! - deposita dois beijos em cada lado da minha face.

- Até amanhã! - acenei à medida que esta se afastava de mim.

Deslizo para um dos bancos da paragem, colocando a mochila nas minhas pernas.

Uma nostalgia invade o meu corpo. Relembro todas as historias que inventava-mos, sentadas neste banco, para cada pessoa que aparecia no nosso campo de visão. Emily ganhava sempre, não havia ninguém com melhor imaginação que esta. Era uma animação todas as viagens de camioneta para a nossa antiga casa, onde todos os dias encontrávamos um delicioso lanche preparado pela minha mãe. Tudo estava como deveria de estar. Emily representava um papel a cima de prima, era como uma irmã para mim e uma filha para os meus pais.

Agora, reflito, e tenho a certeza que o melhor que já me aconteceu foi ter vivido com esta desde os nossos 5 anos. Mas como tudo na vida, o que é bom dura pouco.

Sinto uma gota de água salgada percorrer as minhas maças do rosto rosadas. Limpo de imediato com as costas de uma das minhas mãos e afasto estas lembranças do meu pensamento assim que sinto uns dedos frios tocarem no meu ombro.

Coloco duas madeixas de cabelo por detrás da minha orelha, afastando alguns fios soltos da minha cara e levanto a mesma para encarar o sujeito de mãos gélidas.

- Está tudo bem? - arregalo ligeiramente as minha pupilas assim que reparo no loiro.

Assinto com a cabeça e esboço um sorriso de embaraço. Não sei como reagir perto deste depois daquele momento constrangedor.

- Niall Horan. -retira uma das suas mãos dos bolsos e ajeita a alça da mochila, antes de a esticar na minha direção.

- Catherine Salvatore. - retribuo o seu gesto e este senta-se no meu lado direito. - trata-me por Kate. - tento amenizar o ambiente.

Um silêncio instala-se naquela paragem e um desconforto ainda maior atinge o meu corpo. Estávamos sentados lado a lado, apreciando tudo em nosso redor, sem proferir qualquer palavra, até que Niall quebra esse momento.

- Então, kate... sobre o que se passou hoje. - coça a parte de trás do seu pescoço e suspira - Merda, isto é muito constrangedor. - murmura e eu solto uma gargalhada.

- Não precisas de justificar, eu já me esqueci de tal momento. - minto e este relaxa um pouco os músculos - para ser sincera, prefiro nem saber quais os motivos que vos levaram a praticar nudismo num corredor de apartamentos. - admito e este ri genuinamente.

- Estou eternamente grato, menina Salvatore. - brinca e ambos caímos em profundas gargalhadas. - Com uma escola tão perto de casa e tem de apanhar a camioneta? - este inquire, parando de rir.

- Parece que hoje vou fazer uma visita ao meu pai. - este percebe o contesto e assente - Poderia dizer o mesmo de ti, visto que moras ao meu lado. - ergo uma sobrancelha e espero pela sua resposta.

- Aquela não é a minha casa.- ri e prossegue a sua explicação - O teu verdadeiro vizinho chama-se Liam e para tua infelicidade não é tão charmoso como eu. - brinca e coloca a sua mão no meu ombro.

Ofereço-lhe um encontrão e solto algumas gargalhas, que foram acompanhadas pelos risos do loiro.

A conversa entre nós começou a fluir e variados temas começaram a surgir. O embaraço foi colocado de parte e ambos já nos sentíamos mais à vontade com a presença um do outro.

Durante a viagem Niall acabou por contar quais as razões de se encontrar nu na porta do meu apartamento.

Parece que, ele e os seus quatro amigos, apostaram sobre um jogo que a sua equipa favorita iria realizar. Segundo Niall, este e Harry, apostaram na vitoria do seu clube. Por outro lado, os outros três apostaram na derrota. Sendo que o jogo ficou empatado, todos eles perderam e tiverem de realizar a consequência concordada.

Ri bastante quando este me contou a verdade e quando admitiu que estavam todos muito preocupados, com medo que eu fizesse queixa ao condomínio e colocasse o seu amigo Liam numa situação não muito confortável.

Trocamos os nossos números e este deixou o veiculo duas paragens antes da minha, paragem essa que foi utilizada por mim durante muitos anos.

Subi os três degraus que separam o jardim da porta da entrada. Vasculhei a minha mochila, procurando as chaves de casa do meu pai, mas sem sucesso.

Toco na campainha duas vezes, para que estes saibam que sou eu quem se encontra do lado de fora da casa.

Preferia estar com Mia neste momento, mas trata-se do meu pai e eu não posso fazer nada quanto a isso.

The Clock Is Ticking • Louis TomlinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora