MEUS ERROS

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SÃO PAULO, 2016

O despertador toca, e mesmo ao som de Coldplay, tenho preguiça de levantar.
Ainda são 7 horas da manhã, e a minha preguiça está grande...
AAAAAAAAAAAAHHHHH!!! Talvez a única coisa ruim de ser rico, bonito, inteligente e gostoso seja isso: Acordar cedo.

Depois de muita relutância, e sendo quase 8 horas, desci para cozinha para tomar meu café matinal. Lá estava minha mãe, Ofélia. Ela estava sentada na ponta da mesa e usando um vestido florido, o qual ela nunca vestia, como a maioria das suas roupas.

A primeira coisa que ela disse ao me ver, foi a mesma de todos os dias:

"Roger, o seu helicóptero já está pronto; e quando sentir-se preparado, o piloto te levará ao escritório do seu pai e ele está esperando você para conversar."

Ela falava aquilo de uma forma tão rápida e eficiente, que se ela mudasse uma palavra dificilmente eu iria perceber.

As únicas respostas que eu dava para minha mãe, eram do tipo:

"Entendi, Senhora Ofélia. Quando terminar meu café, eu irei encontrar meu pai."

E a nossa conversa terminava por ali, sempre ficávamos quietos até acabar de tomar café e só nos falávamos à noite. E esse era o meu café diário e a 'intimidade' que eu tenho com minha mãe.

Apesar de minha mãe dar algumas ordens a mim no dia-a-dia, como aquela, ela é muito ausente, sendo que ela não trabalha.
A única coisa que ela faz, é viver de se dar ao luxo de comprar algumas coisas que são pequenas no tamanho e grandes no valor, como: bolsas, joias, sapatos, vestidos e muito mais.
Minha mãe compra tantas coisas, que eu não sei o que ela ainda pode comprar.

Já meu pai, Sr. Diógenes Thomas, passa a maior parte do tempo na empresa e ele e minha mãe dificilmente estão junto. Tenho quase certeza de que meu pai traí a minha mãe e para revidar, ela o traí também.

Depois de tomar meu café, e pegar meu helicóptero que durou cerca de 2 minutos para chegar na empresa do meu pai, fui para o 15º andar, o último do prédio, e entrei na recepção do escritório.

A única pessoa que estava ali era a secretária do meu pai, que se chama Tracy. Sempre que a vejo, lembro-me de como ela é bonita. Ela tem um lindo par de olhos azuis, o cabelo loiro e um olhar encantador, que me fascina.

Apesar de Tracy já ter 21 anos, nós já ficamos diversas vezes e com certeza ficaria com ela novamente.
A última vez que nós ficamos, já faz por volta de uns 6 meses. Nossas ficadas eram quando ela era recepcionista da empresa e depois que foi promovida a secretária pessoal do meu pai, Tracy tem me evitado.

Por isso desconfio que a amante de meu pai, seja ela.

Tracy me recebeu de uma forma calorosa, mas muito formal, ela imediatamente ligou para o meu pai, avisando que eu estava ali e depois liberou a minha entrada.
A única coisa que falei antes de entrar, foi:

"Obrigado Tracy"

E ela apenas respondeu formalmente:

"Não precisa agradecer, Senhor Roger. É sempre um prazer atendê-lo".

Ela deu um sorriso caloroso muito rápido e logo ficou séria, então eu fui para o escritório do meu pai.
Toda vez que entro ali me lembro de como ali é organizado e de como meu pai fica todos dias do ano praticamente ali preso, resolvendo negócios.
Talvez a única diversão de meu pai ali é Tracy. A beleza dela acalma qualquer homem e ela tem uma calma de dar inveja. E apesar de meu pai já ter seus 49 anos, e sendo assim mais velho que ela, os dois se dão tão bem que aparentam ter a mesma idade.

O CONSERTADOR DE ERROSOnde histórias criam vida. Descubra agora