Capítulo 23: Caminhando até a verdade

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Melissa

Todos me encaravam surpresos e eu ainda estava ali, querendo uma resposta. Já bastava a situação ser totalmente estranha, e agora eu encontro Emma, mãe de Mia, na sala de minha casa conversando com meus pais o tão misterioso segredo que não pode ser revelado para mim.

- Me respondam! Eu já estou cansada de todo esse mistério! - falei, irritada com tamanho suspense.

A primeira a fazer um movimento foi minha mãe, que levantou-se e aproximou-se de mim.

- Mel, não fica assim...

- Mãe, eu só quero saber a verdade. - falei e ela suspirou.

- Sente-se. - pediu.

- Estou bem em pé.

- Melissa, por favor, sente-se.

Eu não queria ficar enrolando, então fiz logo o que ela pediu e esperei alguém dá uma iniciativa.

- Eu não sei por onde começar... - murmurou minha mãe passando a mão por seu cabelo.

- Pode experimentar do começo? - indaguei. Ok, eu estava à flor da pele de curiosidade.

- Melissa, você... Não é nossa filha. - aquilo foi um baque para mim. Não consegui pronunciar nenhuma palavra, só fiquei a encarando, sem saber o que dizer. Afinal, o que eu deveria dizer? Eu estava mais surpresa do que qualquer pessoa naquela sala. - Você é adotada e... Bem, eu vou te explicar melhor. - ela sentou-se e meu pai segurou a mão dela para tranquiliza-la. - Quando eu e Adam nos casamos, nosso maior sonho era ter um filho, porém, depois de um tempo, descobri que eu não poderia engravidar, era estéril. Foi muito doloroso saber disso, todos os meus sonhos de ter um bebê em meus braços, de ter um filho, foram por água abaixo. Um ano após saber disso, seu pai deu a ideia que poderíamos adotar alguém, eu não aceitei muito no início, minha maior vontade era ter um filho que fosse meu, mas após pensar na ideia, resolvi aceitar. Afinal, existia muitas crianças que sonhavam com um lar, e se nós sonhávamos em ter uma criança conosco, a melhor opção era essa. E, então, fomos para um orfanato e lá tinha muitos bebês recém nascidos, porém nenhum deles me chamou atenção tanto quanto uma garotinha loira que tinha acabado de completar três anos. - lágrimas desceram pelo rosto dela. - Você era tão linda... Havia chegado no orfanato há dois meses atrás, e quando eu olhei em seus olhinhos, tive a certeza​ que era você que eu deveria adotar.

Ela limpou o rosto com a mão e prosseguiu:

- Nossos planos era adotar uma bebê, só que você foi a única criança que despertou o amor em mim desde o primeiro momento em que te vi. Seu pai e eu ainda tentamos ver outra criança, mas era você a única que nós amamos apenas com um olhar... E, então, resolvemos te adotar. Você cresceu e foi totalmente privada da verdade, nunca contamos que era adotada, achávamos que talvez você não nos perdoaria por esconder isso. E eu tinha medo, medo de te perder... - lágrimas desciam pelo meu rosto, incontroláveis.

- Nos perdoe por não ter te contado isso, Melissa, mas só quero que saiba que nós te amamos muito e só queríamos que você continuasse ao nosso lado. - meu pai pronunciou-se.

- Te amamos como nossa verdadeira e única filha, nunca se esqueça disso! - mamãe falou e eu encarei Emma, que continuava na sala, em silêncio, com lágrimas em seus olhos.

- E ela? Quem é? - indaguei já imaginando o que poderia ser.

- Melissa, eu só quero que você escute o que eu tenho a dizer... - Emma levantou-se do sofá e eu fiz o mesmo.

- Você... - não consegui completar a frase.

- Eu sou sua mãe.

✝=❤

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