Capítulo - 2

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– Aqui é a Presidente do Hospital, eu conversei com a Sra. Marques, e ela deu autorização para desligar os aparelhos. Desliguem amanhã, depois que a família se despedir. Okay, tchau.

Passo a mão no rosto bufando. Quando fecho os meus olhos lembro da mulher chorando batendo em seu peito. Eu sei, é difícil se despedir de alguém, ninguém pode julgar ela por querer o filho vivo. Ninguém que nunca passou por isso não entenderia a dor de perder alguém que ficou sobre seus cuidados a tanto tempo.

Balanço a cabeça e me concentro em terminar o meu almoço e peço um suco para viagem. Chegando no estacionamento vou conferindo o troco, mas depois de alguns passos acabo batendo de frente em alguém derramando todo o meu suco.

– Merda! – O cara acaba gritando e eu ainda estou olhando para o meu suco no chão. Quando olho para cima vejo que é um homem, jovem de olhos e cabelos castanhos.

– Você é cego por acaso? Droga! – Minha blusa está toda molhada cheirando caju!

– Me desculpa, me desculpa! Eu sinto muito moça, foi mal! Mas olha, na verdade você que bateu em mim e não estava prestando atenção.

– O que você disse? A culpa é toda sua!

– Olha me perdoa! – Ele tira um lenço do seu bolso. – Deixa eu te ajudar a limpar! Tire sua blusa, quer disser... meu Deus! Eu não quis falar isso. – O que?! Sinto minha face arder. Coloco a mão envolta do meu corpo me afastando dele.

– Seu pervertido! Nojento, descarado!

– Moça, e–eu não quis dizer isso! Eu só queria ajudar por que ficou toda molhada e eu não sei o que estou dizendo, me desculpe!

– Não quero sua ajuda seu pervertido descarado. – Digo irada. Ele tenta se aproximar de mim com o lenço, eu não pensei mais nada e comecei a bater nele com a minha bolsa. – Não se aproxime!

– Aí, ai! Moça, está doendo! Me desculpa!

– Pervertido! Vou ensinar respeitar uma mulher! – Rosno. Ele ainda tem coragem de me responder.

– Você é louca! – Paro de bater nele e falo.

– Se eu te encontrar na rua novamente tentando aproveitar de alguma menina eu te denunciou! Idiota! – Viro os calcanhares indo até o meu carro.

– Você tem problema! Louca! – Ele grita mas finjo que nem estou ouvindo.

Cretino, nojento, pervertido!

– Aah! – Grito socando meu volante. Pervertido! Deve ter feito isso de propósito! Acho que vou delirando.

Chego no hospital indo direto para minha sala tentando esconder a mancha da minha blusa, mas não funciona muito bem. Chegando no corredor tive que ouvir piadinhas e risadas. Trouxe nenhuma roupa e vou ter que esconder com o jaleco mesmo.
O resto do dia foi mais cansativo ainda, tive mais duas reuniões na parte da tarde e amanhã terei que vim novamente para receber os alunos da faculdade que irão fazer o estágio no hospital. Susanna não me deixou fugir do compromisso dizendo que deveria incentivar os alunos para que nosso hospital esteja com bom status.

Chego em casa jogando meu jaleco e o sapatos em qualquer lugar, vou até a minha cama me jogando em cima dela com braços abertos.

Um dia como qualquer outro

Viro de lado abraçando meu travesseiro.

– Em casa, sozinha...

Quando fecho meus olhos não consigo esquecer o que aconteceu a tarde. Aquele homem pervertido. Como consegue dormir à noite assim!

Friends Not Even ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora