Capítulo - 4

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10/02/2018

– Que horrível!

– Você nem enfiou na boca ainda!

– Não preciso enfiar para saber que é ruim!

– Vai logo Isabelle, não temos tempo!

– Está bem. – Coloco o último pedaço de Samosa na boca. – Muito salgado, minha língua está pegando fogo. – Encho o copo de água e bebo tudo de uma vez.

– Você não gosta de nada. – Harry fala balançando a cabeça.

– Continua reclamando e vai ver se eu pago esse almoço. – Fingir que ia bater nele com a mão e Harry se encolhe todo.

– Eles são assim todos os dias? – Steven pergunta.

– São. – Eloisa o responde enchendo a boca de comida. – Você é um dos internos?

– Sim, cheguei a pouco tempo, no meu primeiro dia tive que fazer um plantão de 36 horas, foi uma loucura!

Ainda me lembro do meu primeiro plantão, estava junta com a Débora, depois desse dia nunca mais comi macarrão instantâneo na minha vida.

– No meu primeiro dia tive que fazer um plantão de 48 horas peguei área da emergência ainda. – Harry diz terminando de comer.

Fracos...

– Reclamem depois de um mês de trabalho. Quando comecei peguei a pior equipe de internos que poderia existir, a única salvação era Débora. Mesmo assim ficamos com o Dr. Wilson, ele é o próprio capeta na terra.

– Eu era a melhor da equipe, até melhor que a Isabelle. – Débora diz com o ar de deboche.

– Impossível. – Retruco ela.

– Outra coisa, por que vocês pegam um despreparado para ajudar na cirurgia? – Harry pergunta de boca cheia.

– Você é um interno, vai ficar bem longe da sala de cirurgia por um bom tempo. – O respondo. – Fecha a boca seu nojento! – Bato em seu braço.

– Aí, isso dói! – Ele diz esfregando o local onde eu o bati.

– Eu ajudei o chefe em uma cirurgia de apêndice! – Steven fala sorrindo, enquanto Harry olha ele com inveja.

– Eu o invejo, não pude nem tocar em um órgão se quer.

– Eu já removi a pele do rosto do paciente. – Os meninos ficam encantados de olhos arregalados. – Foi uma das minhas melhores experiências.

– Wow! Me chama para ajudar na próxima vez. – Steven pede.

– Eu também quero! – Harry levanta sua mão como uma criança de seis anos.

– Você é só um interno! – Débora fala batendo na sua mão. – Se concentre em trocar o curativo direito dos pacientes.

– Que preconceito vocês têm com os novatos!

– Mudando de assunto. – Diz Steven. – Falaram que você era uma pessoa bem ruim chefe, mas eles estavam errados! – Um silêncio desconfortável acaba impregnado no ar, até que eu responda com naturalidade.

– Talvez eles não estejam. – Digo brincando com a comida. – Vocês não conviveram comigo por muito tempo para saber disso.

– Mas você é uma pessoa boa! – Harry fala olhando diretamente para mim. – Você se fingi de má e às vezes, é um pouco ríspida, mas no fundo sabemos que está preocupada conosco. Precisei só de duas semanas para saber disso.

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