Friends Not Even Forever

Capítulo - 6

{Steven Jordan}

14/02/2018

Quando somos crianças, queríamos no futuro ter o emprego dos sonhos. Bombeiro, astronauta, explorador, ninja, piloto e médico. Entretanto com o passar dos anos nossos sonhos foram mudando junto com os nossos corpos e mentes, e hoje vivemos naquele emprego que se quer imaginávamos trabalhar.

Meu sonho desde criança foi ser médico. Minha família nunca teria condição para pagar minha faculdade, tinha dias que não poderíamos comer toda a comida, pois tinha que sobrar para o jantar. Minha mãe era faxineira, e o meu pai pedreiro, trabalhavam incansavelmente para que algum dia eu pudesse ter um futuro. Eu os amava, ainda amo! E agradeço tudo que fizeram para que seu único filho segue seu sonho.

Foi difícil e problemático, eu sofria bastante na escola por não ter condições que os outros garotos tinham. Nunca tive a melhor roupa, sapato, mochila e brinquedos. Enquanto todos esbanjavam suas lancheiras novas e seus brinquedos, eu somente queria poder ter suas vidas. Não passava fome, meus pais não permitiram, mas como toda criança eu queria comer besteira, biscoitos, doces e pipocas. Era feliz pelo que tinha, e ainda mais por ter meus pais ao meu lado, algo que infelizmente nem todo mundo pode esbanjar. Não tinha vergonha deles, muito pelo ao contrário, eu tinha muito orgulho.

Porém o ser humano é ganancioso e idiota. Na minha adolescência não conseguia entender o porquê eu não poderia ter as coisas que as outras pessoas tinham. Eu fiquei com raiva, frustrado e não aguentava mais o bullying que sofria na escola. A coisa mais idiota que fiz foi ter culpado meus pais por isso, e descontado a minha raiva neles. Fugir de casa com dezesseis anos, fiquei dois dias fora na casa de um amigo. E só com esses dois dias percebi que não conseguiria viver sem meus pais.

Então eu juntei minha frustração, raiva, vergonha e fiz que virasse algo melhor. Me dediquei aos estudos, trabalhei em empregos de meio período, ajudei meus pais, trabalhei com a minha mãe nas faxinas e com meu pai nas obras. Passei na prova do concurso e conseguir uma bolsa de estudos para medicina. Lá encontrei com Harry Evans, um grande parceiro! Às vezes eu o achava esquisito, porque ele sempre sorria e estava feliz. Me perguntava que ser humano poderia ser tão feliz assim. Mas o cara era legal, ele me ajudava sempre que podia, em qualquer ocasião. Quando ele foi embora, por um motivo que não quis me contar, fiquei triste, eu não tinha amigos.

Mesmo conseguindo a bolsa e estudar na minha faculdade dos sonhos ainda sofria bullying na faculdade.

Minha mãe conseguiu um emprego fixo, ela era uma das faxineiras da faculdade. Eu a via quase todos os dias, e estava feliz em conseguir me encontrar com ela. Até ajudava escondido nas limpezas. Um dia eles descobriram, os alunos que estudavam comigo, fizeram um inferno na terra, eu tentava esconder como aquilo estava me machucando, porém, minha mãe sabia que aquilo estava me matando e se demitiu do emprego.

Por todos aqueles que um dia humilharam eu e a minha família, estou hoje aqui trabalhando em um dos melhores hospitais dos EUA. Não foi fácil, e por isso eu me orgulho tanto dos meus pais. As coisas ainda estão difíceis, quase sufocantes, mas faço ao máximo tudo que posso para ajudar a minha família. Vivo em um minúsculo apartamento com duas pessoas, almoço e janto no hospital, lavo minhas roupas na casa da vizinha. Mas tudo bem, eu sou feliz pelo que tenho.

Eu lutei tanto, trabalhei tanto, estudei tanto e hoje eu tenho certeza que vou perder tudo.

Isabelle, a Presidente do hospital, a chefe toda poderosa, minha mentora, me escolheu para sua equipe. Eu estava extasiado, caralho vou trabalhar junto com a chefona! Fiquei um pouco triste por ela não ter escolhido Harry, o cara é incrível, claro que não me querendo gabar, sempre tirei as melhores notas e sou muito bom no que eu faço. Mas com Harry seríamos uma equipe dinâmica.