capítulo 7 - apologies

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   Entrei no carro um pouco irritada. Sabia que aquilo estava se tornando, pelo que pude perceber, um pouco de drama da minha parte, mas não queria que aquilo se repetisse novamente.
   Eu realmente gostava dele. Gostava da maneira em que me olhava, com seus olhos escuros, que estava sendo ilumidado naquele momento pelo clarão da luz, e com um sorriso no rosto, como se nada e ninguém tirasse a sua felicidade, não porque estava comigo, mas sim porque havia uma felicidade deslumbrante dentro de si, que talvez ele não soubesse, pois sua falta de autoconfiança a tirou.
  
   A única coisa que conseguia pensar ao vê-lo pelo lado de dentro na janela do carro, encostado e me olhando como se não soubesse o que fazer, era que, eu também tinha causado tudo isso e fiquei mal por vê-lo daquele jeito. Por vê-lo tenso e desajeitado, por estar com a janela fechada enquanto ele me olhava e sorria de lado ao ver meu rosto.
   Eu não sabia o que fazer, apenas pensava em dois jeitos de me livrar de tudo isso: ou eu abria a janela e o perdoasse ou eu ligava o carro e saia, sem olhar para trás.
   Boa parte de mim queria deixá-lo lá, me vendo sair sem ao menos olhar em seu rosto, mas não consegui, a única coisa que eu queria agora era estar com ele, mesmo isso tudo tendo acontecido muito rápido.
  
   Abri a janela, tentando não olhar para seus olhos. Ele se aproximou de mim, se encostando na porta do carro, ficando de frente comigo.
   Seus lábios estavam secos e trêmulos, talvez por causa do ar gelado que rodiava o lugar todo. Seus braços estavam juntos, tentando se conter com a temperatura gelada. Seus cabelos se movimentavam conforme o vento passava, cada vez mais forte e intenso. Seus lábios estavam se abrindo, e tudo o que eu queria agora, era ouvir sua voz grossa e relaxante, que fazia com que eu me sentisse calma.

   - Me perdoa - ele fala, me olhando como se sentisse culpado por tudo. - Desde o momento em que você apareceu naquela festa, eu não conseguia parar de pensar em você. Do seu jeito quieta e tímida, do seu sorriso que me faz querer sorrir junto. Eu nunca me senti assim, tão culpado por uma coisa que magoou quem eu gostava, ou melhor, gosto.

   Por alguns segundos, fiquei sem fala e sem coragem de dizer alguma coisa. Em menos de um mês, eu já estava apaixonada por ele, mas eu sei que não podia me precipitar de novo. Eu iria perdoa-lo, mas dessa vez, iria deixar com que as coisas acontecessem naturalmente.

   - Tudo bem - falo, tentando achar palavras suficientes para me expressar, mas não consigo. - Eu te perdoo, mas, por favor, não faça isso de novo.

   Um frio intenso tomou conta da minha barriga, pois estava nervosa e ao mesmo tempo feliz.
   Abro a porta do passageiro, indicando com a cabeça para ele entrar no carro e assim ele faz.

   - Obrigado - seus olhos estavam cansados. - Você iria se incomodar se eu ficasse aqui com você por alguns minutos?

   - Claro que não - falo, enquanto viro meu rosto em direção a ele e sorrio de lado. - Eu gosto quando você está comigo.

   - Seu sorriso é tão lindo - ele fala, sorrindo também. - Você deveria sorrir mais vezes.

   Fiquei um pouco sem jeito. Solto outro sorriso, não porque queria que ele visse eu sorrindo novamente, mas sim porque fiquei completamente envergonhada.

   - Não sabia que você era tão irritada e dramática daquele jeito - ele abre um pouco a janela para entrar um pouco de ar para dentro do carro.

   - Agora quem tem que pedir desculpas por causa da vergonha alheia sou eu - falo, rindo.

   - Confesso que fiquei excitado com esse seu jeitinho.

   - Bom saber que você fica excitado com coisas desse tipo.

   - Quer saber o que mais me deixa excitado?

   - O que? - falo, olhando para ele, um pouco curiosa com o que ele iria falar.

   - Esse vestido decotado que você está usando - ele sorri, olhando para meu decote e mordendo os lábios inferiores.

   - Você é ridículo - falo rindo e bato em seu ombro.

   Meu celular vibra em minha bolsa, que estava em cima do banco de trás do carro. Jesus Cristo! Nunca recebia mensagens, e quando recebia, estava em momentos bons.
   Pego meu celular e vejo que era uma mensagem de Jeremy.

   Jeremy: onde você está? A mãe está preocupada. Volta logo para casa!

   - Que saco - falo, bufando.

   - Sua mãe? - ele pergunta.

   - Meu irmão, infelizmente. Quer que eu vá para casa.

   - E você vai?

   - Tenho que ir, se não minha mãe me mata.

   - Podemos nos despedir antes? - ele fala, se aproximando de mim e colocando uma de suas mãos na minha nuca.

   - Melhor não, Shawn - falo, me distanciando dele.

   - Por que não?

   - Não podemos nos precipitar, lembra? - falo, abrindo a porta do passageiro, e logo após beijo sua bochecha.

   - Tudo bem. Me manda mensagem quando chegar na sua casa, ok? - ele fala saindo do carro e fechando a porta.

  - Ok.

  

  
  

After Meeting You - Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora