Capitulo 126 ∆ I have something to tell you

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Hayes parou o carro mesmo em frente ao restaurante. Saímos do veículo e caminhamos lado a lado até à entrada. Assim que ultrapassamos as portas de vidro automáticas dirigimo-nos até uma mesa para apenas duas pessoas e sentamo-nos.

"O que é que vais querer?" Hayes pergunta-me depois de abrir o menu que se encontra à minha frente.

"Ainda não sei..." Falei ao passar os meus olhos pela longa lista de opções para jantar.

"Eu acho que vou pedir um strogonoff." O rapaz à minha frente prenuncia colocando, em seguida, o pequeno bocado de papel num canto da mesa.

"Ok, eu peço também um strogonoff." Concordo e vejo Hayes a levantar o braço como forma de chamar o empregado.

Depois de fazermos os nossos respetivos pedidos o homem com a pele bastante mais escura que o normal, afasta-se, deixando-nos novamente a sós.

"Como correu o trabalho hoje?" Decidi meter conversa.

"Bastante cansativo, a pizzaria hoje esteve o dia todo cheia." Falou, suspirando no final.

"Não sabia que costumavas almoçar com a Julianne." Comentei sem nunca olhar para o rapaz de olhos azuis à minha frente.

"Eu não costumo. Simplesmente quis ir tomar um café e quando estava a sair da pizzaria vi a Jules e ela convidou-me para irmos até ao Starbucks."

"Hayes..." Eu tentei dizer, olhando para si que esperava que eu continuasse.

"Que foi Abby?" Perguntou-me ao mesmo tempo que a sua mão se colocava sobre a minha em cima da mesa.

"Eu não te vou mentir..." Comecei e vi rugas a serem formadas na sua testa, mostrando a sua confusão. "Eu não gostei de te ver com aquela rapariga no Starbucks." Confessei o mais calamente possível.

"Porquê?" Questiona, também ele calmo.

"Eu mandei-te uma mensagem de manhã à qual tu não respondeste e depois simplesmente vejo-te todo animado com a Julianne no Starbucks enquanto, supostamente, achei que estarias demasiado ocupado na pizzaria a trabalhar." Explico.

"Estávamos só a beber um café, não aconteceu nada." Justifica-se.

"Eu sei mas eu sinto-me insegura na mesma." Confesso, baixando a cabeça até às nossas mãos que neste momento se entrelaçaram uma na outra.

"Tu não precisas de te sentir insegura Abby." Ele garante. "Tu sabes perfeitamente que eu sou louco por ti miúda, nunca duvides de mim por favor." O meu namorado implora, o que me faz olhar para os seus hipnotizantes olhos azuis novamente.

"Eu confio em ti Hayes, eu sei que tu já não sentes aquela paixoneta por ela como sentiste na primária, mas mesmo assim ela não me transmite confiança." Encolho os ombros e antes que o meu namorado consiga dizer alguma coisa o empregado chega com o nosso jantar.

"Bom apetite." O senhor diz antes de nos abandonar.

"A Jules só quer ser minha amiga, não tens de te sentir ameaçada por ela." Hayes confessa.

"Eu vou tentar." Acabo por soltar ao mesmo tempo que levo um pouco do meu jantar à boca.

A refeição é passada num silêncio um pouco constrangedor e sem qualquer troca de olhares. Confesso que não gosto deste ambiente entre nós mas, neste momento, nenhum de nós parece querer quebrar este horrível silêncio. Os nossos pratos ficam limpos passados alguns minutos e depois de pedirmos a conta e pagar o respetivo valor, abandonamos o restaurante.

"Eu tenho algo para te dizer." Eu termino, finalmente, aquele ambiente sufocante.

"O que é?" Pergunta-me curioso e ambos paramos junto ao carro, de frente um para o outro.

"Os meus pais querem ir passar o natal ao Texas." Informo-o.

"Texas?" Hayes mostra-se confuso.

"Sim." Confirmo. "Aparentemente os meus pais vão lá todos os anos por ser a terra dos meus avós e uma vez que este é o primeiro ano que passo esta época festiva com eles, estes mostraram-se bastante entusiasmados por me conhecer."

"Quanto tempo ficas lá?"

"Duas semanas." Eu respondo e Hayes assente.

"Quando vais?"

"No dia a seguir às aulas acabarem e volto dia trinta." Acrescento e vejo o meu namorado concordar com a cabeça uma vez mais.

Hayes vira costas e começa a caminhar para o seu lado do carro mas eu rapidamente agarro no seu braço, virando-o para mim.

"Há mais uma coisa que eu preciso de falar contigo."

"Diz." Ele encoraja-me, o que me faz soltar um longo suspiro preparando-me mentalmente para o que vem a seguir.

"Uma das razões por te querer trazer a um restaurante esta noite é pelo simples facto de não cairmos na tentação de nos envolvermos." O rapaz de olhos azuis à minha frente mostra-se bastante confuso à minha frente.

"O que é que queres dizer com isso Abigail?"

"Hayes, tu já reparaste que mal temos estado juntos e que, quando estamos, a única coisa que fazemos é... sexo?" Digo esta última palavra ligeiramente mais baixo e, em seguida, olho para todos os lados rezando para que ninguém me tenha ouvido a prenunciá-la.

"Então, tu tens estado ocupada com os testes e eu com a pizzaria. E é normal um casal fazer sexo Abby, principalmente se ficam alguns dias afastados, como é o nosso caso." Exclarece-me calmamente.

"Sim Hayes mas eu não quero que a nossa relação seja baseada em sexo. Tu não reparas que não fazemos mais nada senão isso? Quer dizer, não vamos ao cinema, não passeamos pelas ruas ou até mesmo pelo centro comercial... Eu quero mais Hayes, não apenas sexo." Tento explicar.

"Bem, hoje viemos a um restaurante..." Eu revido os olhos com o seu comentário.

"Porque eu te pedi. Se eu tivesse aceite ir para tua casa provavelmente jantávamos e depois acabávamos na tua cama."

"E qual é o mal de duas pessoas quererem mostrar o amor que nutrem uma pela outra?" Questionou como se fosse algo bastante natural.

"Não tem mal nenhum Hayes, o problema é que nós o demonstramos demasiado." O rapaz de olhos azuis aproxima-se um pouco mais de mim e leva a sua mão ao encontro da minha bochecha, acariciando-a.

"Isso só mostra que gostamos mesmo um do outro Abby." Ele explica, fazendo-me suspirar.

"Hayes, nós não passamos muito tempo juntos, o que passamos é apenas desfrutado com sexo. Eu vou praticamente passar as minhas férias fora e, quando voltar, a rotina vai ser a mesma. Por mais quanto tempo vamos continuar assim? Eu não consigo Hayes, eu quero mais." Confessei, fazendo o rapaz à minha frente dar um pequeno passo atrás, desconectando a sua mão com a minha cara.

"O que é que queres dizer com isso?" Questionou-me, um quanto confuso.

"Eu preciso de um tempo."

Dating Text, AGAIN ∆ H.GOnde histórias criam vida. Descubra agora