Capítulo 2

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"Mas assim é todo começo. A gente esconde todos os defeitos."
-Marília Mendonça

Puta que pariu. Já eram mais de duas da manhã, e o cara continuava bebendo. Não sei nem como ele ainda não tinha caído.

Mas olhando bem pra ele... Ao menos alguém deu jus ao nome do bar Brutos. O cara era, com toda certeza, um BRUTO. Um bruto bem gato...

Pedi licença à ele é fui trocar de roupa, afinal já tinha passado do meu horário mesmo e, se, com certeza eu não iria ganhar hora extra por isso, eu é que não ia ficar com esse uniforme ridículo.

Entrei em uma calça jeans surrada, uma camisa de manga comprida branca e continuei com os tênis, mantive também o boné do local.

Quando eu sai da pequena salinha, o cara não estava mais lá.

Mais que droga!

O idiota tinha bebido em vodka um valor que ultrapassava meu salário. Não acredito que eu teria que pagar por tudo isso. Inferno.

Eu já estava imaginado como eu iria encontrar o idiota. Já buscava mentalmente tudo que aprendi assistindo CIS- investigação criminal. Qual seria o melhor local para jogar um corpo? Porque, claro, assim que eu encontra-se ele eu ia matar o desgraçado.

Pensei em todas as contas que eu ia pagar com o salário desse mês, que agora ia ficar tudo aqui como pagamento. Quando... Ouvi um barulho de porta se abrindo. Olhei em direção ao banheiro e ele estava saindo de lá, com as mão molhadas. Pelo menos lavou as mãos.

Dei um suspiro de alívio quando percebi que não precisaria pagar a conta do imbecil ali.

- Senhor, já tá tarde e...

Ele me cortou antes que eu terminasse. Jogou um bolo de notas em cima do balcão e falou.

-Fica com o troco.

Assim que ele saiu pela eu conferi a grana. Arregalei os olhos. Caralho, tinha Cem reais só de gorjeta.

-

Quando eu sai do bar já era quase três da madruga. O próximo ônibus só passaria dali a 45min. Bufei de raiva, me sentei no banco do ponto e esperei.

Não se passaram nem dois minutos e uma Moto veio parando bem devagar. Botei a mão no bolso e senti meu celular junto com a carteira.

Adeus documentos. Adeus 20 reias e 50 centavos. Adeus celular novo e caro.

Mas, para minha surpresa, o cara na moto era nada mais nada menos que o mesmo do bar.

Ele parou a moto. Tirou o capacete e...

- Então. Não tá meio tarde pra ficar na rua? -

claro que tá. Ainda mais depois que você me fez ficar até depois do horário, seu otario.

-Já já o ônibus passa. - menti.

Se fez um minuto de silêncio, até ele falar.

- Sobe aí, te dou uma carona até em casa.

Eu poderia não aceitar. Afinal nem o nome dele eu sabia. Mas, por outro lado, o ônibus iria demorar e eu estava morrendo de sono. E também ele nem tinha outro capacete, e eu nunca tinha andado de moto antes. E fora que eu teria que segurar na cintura dele e sentir todos aqueles músculos...

Ele estendeu o capacete na minha direção.

-Sobe logo. - quanta educação.

Revirei os olhos e peguei o capacete dele. Se já estava na chuva, porquê não se molhar?

Falei o endereço e ele seguiu até meu apartamento. 15 minutos depois e já estávamos na frente do meu prédio.

Entreguei o capacete a ele e entrei, Na verdade eu corri pra dentro.

Abri a porta e me escorei nela, protagonizando a cena mais clichê dos cinemas. Onde a adolescente apaixona fecha a porta e fica pensando no mocinho. A diferença era que, não existia adolescente e muito menos apaixonado, e, com toda certeza, não havia um mocinho. Aquele cara tava mais pra vilão.

-



Beijos e abraços.

O Monstro (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora