Capitulo 21

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"Coração de gelo ou aço. É fácil derrete-lo"
-1Kilo




O carro parou a poucos centímetros de Rafael, um pouquinho a mais e passaria por cima.

Desci do carro primeiro, não tinha para conversar com aquele ser sentado espalhafatosamente na minha calçada.

– Tiago. – ele disse, com a voz arrastada. – Queria conversar. – levantou-se e passou a mão na bunda para limpar a sujeira do short mega apertado que estava usando. A bunda, que já era grande, ficava ainda maior com aquele tipo de roupa.

Parei de frente ao portão, de costas para a rua, não que eu fosse curioso a ponto de querer ouvir a conversa. Só queria ver qual era a do Tiago. Se ele estava mesmo disposto a mudar.

– Quero papo não! – disse simples e passou por ele, vindo em minha direção. Rafael agarrou no braço dele implorando por atenção. – Aê vai me soltar ou quer ficar sem braço?

Levantei uma sobrancelha. Não gosto, nem nunca gostei de Rafael, mas as palavras de Tiago fizeram ele arregalar os olhos e o soltar de pressa. Não seria uma má ideia ver ele levar uma bofetadas naquela carinha perfeita.

– Só... Só queria conversar. – fiquei mais interessado ainda na conversa. Cruzei os braços e fiquei esperando o desenrolar daquilo. – ... A sós. – falou me olhando com desdém.

Dei um meio sorriso e sentei no meio fio.

– Se querer conversar a sós vai ter que ser em outro lugar. Não em frente a minha casa. – falei com Rafael, mas olhava para Tiago que tinha uma expressão de raiva no rosto.

A bicha mal amada chegou perto de mim, me olhando de cima.

– Não sabia que a casa do Tiago era sua. – comparar Rafael com um cobra era até ofensa para os animais, nenhuma cobra tinha tanto veneno quanto ele. – Volta pro buraco de onde você veio e fica na sua.

Dei uma gargalhada bem falsa nessa hora.

– Quer saber? Por mim vocês se comem. Tô entrando.

Tiago segurou no meu braço e me fez ficar no lugar.

– Fica aqui. – falou olhando para mim. – A gente nem tem o que conversar. Mete o pé e some de vez. – agora seus olhos estavam em Rafael.

O pessoal da rua, vendo a movimentação na frente da minha casa, saiu para ver o que se passava. Tinha umas dez pessoas na rua.

– Mas eu quero conversar! – falou com a voz arrastada e segurando no outro braço de Tiago.

O Monstro apenas fechou os olhos e deu um solavanco.

– Olha só... O que passou, passou. Beleza? Vaza... – e passou a mão na nos cabelos depois olhou o povo na rua e falou: – E vocês perderam o quê aqui? Vão pra casa.

Foi como um balde de água fria em brasa. O pessoal da sumiu em um passe de mágica.

E

ntrei primeiro em casa e logo em seguida Tiago entrou. Fui direto na cozinha beber um pouco de água.

– Pega pra mim também. – falou sentando na mesa.

O Monstro (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora