"Dizem que um dos dois sempre ama mais. Meu Deus, quem dera não fosse eu."
-Antes que o dia termine-2 anos depois-
Dentro da sala abafada e mal iluminada, uma mulher e um homem estavam se encarando.
– Na nossa última seção, você disse que não tinha ideia do quão forte eram seus sentimentos... Disse que só depois de tudo aquilo, só depois de perder ele é que se deu conta de o quanto o amava... – disse a mulher. – Que tal contar mais sobre?!
Ele apertou as mãos no assento da cadeira, mostrando o desconforto que era falar sobre tal assunto.
– Eu... Eu acho que sempre o amei, desde a primeira vez que o vi.
A moça deu um sorriso de lado e anotou algo em sua prancheta.
– Amor a primeira vista então?
Ele a olhou por uns instantes.
– Talvez seja isso...
– E como foi que você o conheceu?
Ele se ajeitou na cadeira, olhando para umas estantes de livros e buscando em sua memória o momento em que via, pela primeira vez, o grande amor de sua vida.
– Eu havia comprado esse bar. Ia tornar ele um ponto de vendas para... Bom, para meus negócios.
Ela o interrompeu.
– Sabe que, por mais que esteja aqui, nesse consultório, tudo que disser vai ficar entre a gente. Então não não precisa me polpar de nada. – ela parecia gentil, e era mesmo. Sua voz era doce e gentil.
– Eu pretendia demitir todo mundo. Depois ia transformar aquilo lá em ponto de vendas para drogas.... – ele pareceu pensar um pouco. – Em um dia em que fui dar uma olhada lá, eu o encontrei. Achei que já estariam fechados, mas não. Então o vi. Eu queria ele.
– Isso explica um pouco seu sentimento de posse. Você se achava dono dele. – ela tentou explicar. – Você não amava ele ainda, você queria ele pra sí, independente de qualquer coisa.
Ele remexeu os pés e ficou em silêncio. Então a mulher continuou:
– E como você veio parar aqui, Tiago? Pelo que soube você não podia ser preso assim, tão fácil. Já que tinha amizades com as pessoas certas... Se é que me entende. – ele assentiu.
– No dia em que ele foi embora, acabou acontecendo uma briga. Entre ele e Rafael, Um antigo amante... – ele disse, caso ela não se lembrasse das coisas que ele havia dito sobre Rafael. – Ele tentou matar o Bruno. MEU BRUNO. Mas o Bruno acabou levando a melhor. Rafael foi golpeado e acabou morrendo na hora.
A mulher abriu mais os olhos, mas logo se recompos, tentando não demonstrar seu espanto.
– E o que isso tem haver com você parar aqui? – questionou.
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-2 anos antes-
Bruno: