Capítulo 9

13K 1.1K 219
                                    


"Se acabar a força eu arrumo força, mas não paro de lutar. "
-Prefacio


Acordei meio agitado. Parecia que ainda não tinha acabado, que a qualquer momento uma mão se viria em direção da minha cara.

Sentei na cama e senti um incomodo no braço esquerdo o resto do meu corpo também doía muito, principalmente atrás da minha cabeça.

Olhei para os lados afim de descobrir o lugar em que eu estava, era um quarto pequeno, tinha uma poltrona, uma porta que parecia dar para o banheiro e a cama em que eu estava. Era um hospital.

- Ah, que bom que acordou. - disse uma senhora entrando no quarto, a julgar por suas roupas ela era enfermeira. Checou alguns papéis em sua mão, injetou algo no tubo que levava o soro até minha veia. - É só um analgésico, não se preocupe. - ela parecia simpática.

- Quanto... Quanto tempo estou aqui?- perguntei meio receoso pela resposta que viria.

Ela andou do lado esquerdo para o direito da minha cama e deu uma olhada nas máquinas que não paravam de apitar.

- Dois dias, querido!

Arregalei os olhos. Dois dias aqui? Parece que foi a meia hora que tudo começou. Ainda conseguia sentir o gosto metálico na boca.

- Alguém veio aqui? - quis saber.

- Não. Além do homem que te trouxe, ninguém veio nesses dois dias. - ela disse parecendo preocupada e com pena. - Mas não se preocupe, a conta já esta quitada! - falou como se isso melhorasse o fato de ninguém ter vindo me ver.

Tentei dar um sorriso, mas não conseguia. Além da vergonha que estava sentido, a dor no canto esquerdo da minha boca era meio insuportável.

- Bom, vamos trocar esses curativos. - ela parecia falar consigo mesma. - Sente-se na beirada da cama, por favor.

Assim eu fiz. A senhora começou a tirar alguns gases que estavam presos atrás da minha cabeça. Sentia um pequeno desconforto, nada que não fosse suportável.

- Isso pode arder um pouco. - alertou-me. Logo em seguida um líquido foi despejado no local ferido e ardência foi inevitável. Murmurei um Ai. - Eu disse que poderia arder. - parecia que ela estava rindo. Acabei sorrindo também, ou tentando, já que a dor ainda se fazia presente em minha boca.

Assim que ela acabou tudo e foi saindo, mas parece que havia se esquecido de dizer algo e voltou olhando sua prancheta.

- Não posso de dar alta, mas o médico passa em trinta minutos. Acho que você já esta pronto para ir. - sorriu simpática. Mais uma vez ela foi saindo e voltou quando se lembrou de algo. - Você deveria denunciar ele, sabe?

Confesso que fiquei um pouco assustado com o que ela disse, mas não respondi nada, apenas fiz minha melhor cara do tipo "não estou entendendo nada."

- Ora, vamos, você acha mesmo que eu cai no papinho daquele homenzarrão? Chegou aqui dizendo que você havia sido assaltado na rua, mas seus documentos estavam todos com você, inclusive sua carteira e celular.

- Eu...

- Sei que deve ser difícil para você. Sabe? Fala sobre essas coisas. Já vi muitos desses casos aqui no hospital, e sei que poucas pessoas vão a polícia.

O Monstro (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora