Capítulo 7

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CAPÍTULO 7 - UMA CIDADE HISTORICAMENTE RICA

Dormir, com a cabeça cheia de perguntas, não é fácil. Posso lhe afirmar.

Me virava de um lado para o outro na cama, como se essa fosse a resposta para minhas perguntas.

Por que o livro está em branco?

Por que Georgia não deixou eu tocá-lo, no mercado, se o livro não possuía nenhuma palavra?

Será que Georgia já percebeu que o livro sumiu?

Pensar em Georgia piorou tudo.Acabei me lembrando da conversa que escutei, entre ela e Ashley.

E estremeci.

*Certezas que eu tinha sobre a conversa das duas:

1- Elas se conheciam.

2- Não eram exatamente o que pareciam.

3- Irão torturar e matar alguém que, segundo Ashley, era como um filho para Georgia (Eu tinha que tomar cuidado, se Georgia faria aquilo com alguém que era, praticamente, seu filho, duvido que comigo teria alguma piedade).

4- Eram estranhas e falam sobre coisas estranhas.

*Incertezas que eu tinha sobre a conversa das duas:

1- Elas se conheciam de onde?

2- Quem era a garota que não estava pronta?

3- O que eles fariam com a garota que não estava pronta?

4- Quem era o cara que elas iriam matar?

5- Por que elas iriam matá-lo?

6- Devo agir naturalmente com Ashley?

7- Conto isso para Olaf?

E entre outras...

Pelo menos, quando o sono estava quase me vencendo, eu consegui resolver duas dessas perguntas.

1-Devo agir normalmente com Ashley?

Por enquanto, é o indicado.Não quero que desconfie que escutei alguma coisa e resolva me calar para sempre.Não quero correr riscos excessivos.

2-Conto isso para Olaf?

Não.Ele, provavelmente, não vai acreditar em nada e ainda vai rir ou, pior que isso, vai fingir que acredita, só para não me deixar chateada.Então não,Olaf não saberia de nada.

Era melhor assim.

***

– Então, história requer mais que a memorização de datas, alunos, requer aprendizado e entendimento do conteúdo. - a senhora La Canters explicava a matéria que aplicaria durante o ano letivo e eu prestava atenção, na medida do possível.Tudo bem, tudo bem, eu não fazia ideia do que ela falava, apenas entendia poucas frases.Eu tinha coisas demais em minha cabeça - Senhorita Miller?Senhorita Miller, está me escutando?

Dessa vez, eu tinha escutado.

– Sim, senhora? Quer dizer, senhorita e não senhora.Sem senhoras, só senhorita... - enquanto eu tentava, meio sem jeito, ajeitar a burrada que eu tinha dito, os meus ''queridos colegas de classe'' gargalhavam ao meu redor.

Idiotas.

– Silêncio! - mandou a senhora/senhorita - Eu disse silêncio! - quando a voz dela aumentou, eles se calaram.

Ela me fitou por alguns segundos, como se pensasse o que fazer comigo.Achei melhor me retratar.

– Eu sinto muito, senhorita - consegui acertar, dessa vez.

O Garoto Da Última CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora