Capítulo 5

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CAPÍTULO 5 - O SILÊNCIO DO MEDO

– Como foi na escola? - Olaf me perguntou assim que chegamos da mesma.

– Ah, foi legal - respondi

– Conheceu alguém?

– Algumas pessoas.

– Viu?O tio Olaf aqui, sempre sabe de tudo.

– Certo, certo - cortei - Entendi, você tinha razão.

– Não é nenhuma novidade.

Eu já me preparava para me trancar em meu quarto, quando a cena da pequena discussão entre Georgia e William me veio a cabeça, então resolvi agir por impulso.

– Olaf? - chamei, já que meu tio não se encontrava mais na sala.

– Estou aqui - ele saiu da cozinha.

– Ah, é que a professora de literatura pediu para fazermos um trabalho sobre um livro e eu não o tenho - menti - Poderia me levar na biblioteca de Georgia?

– Anjos Urbanos.

– Quê?

– É o nome da biblioteca dela.

– Anjos Urbanos?

– Anjos Urbanos - confirmou - E eu posso te levar.

– Não precisa vir comigo, só me deixe lá - saiu sem pensar

– Por quê?

– Ah, eu queria falar com a Georgia mais algumas coisas sobre o livro que estou lendo e acho que ficaria chato para você...

– Tudo bem, tudo bem - concordou - Entendi.

– Você vai me deixar na biblioteca?

– Mas é claro - ele sorriu - Mas antes você vai comer alguma coisa, é lógico.

Sorri vitoriosa e fui pegar minha bolsa.

...

– É aqui, pirralha - Olaf diz olhando para o estabelecimento ao nosso lado.Ainda estávamos dentro do carro - Anjos Urbanos. - apertei minha bolsa involuntariamente.

Então, resolvi que era hora de encarar o lugar.E foi o que fiz.

Parecia realmente antigo.

Era de um marrom desgastado e apresentava duas janelas de vidro, das quais não se podia enxergar muita coisa - graças ao vidro embaçado -, apenas que a luz estava acessa, então, provavelmente , tinha alguém - tanto que ignorei a placa onde poderia se ler; fechado.

O letreiro estava - também - gasto, mas ainda era possível se ver a palavra Anjo Urbano em destaque.

O sol não podia mais ser visto, já que, Olaf resolveu que seria melhor ir á noite.Segundo ele, ela sempre ficava até mais tarde e teria menos movimento.

– Ah, eu te ligo - abri a porta do carro - Quando eu acabar aqui.

– Meu telefone estará ao meu lado - anunciou e eu sai de dentro do veículo - Até mais. - nem preciso dizer que ele nem esperou resposta para ir, não é?Pois foi isso que aconteceu.

Até mais - murmurei para o vazio que outrora estivera o carro de Olaf.

Me virei e abri a porta da biblioteca Anjo Urbano.

Por dentro, a biblioteca não parecia tão velha.Claro, os livros cheiravam a poeira e o piso de madeira rangia quando eu pisava em alguns lugares, todavia parecia mais conservada.Havia um sininho preso no alto da porta, que não tinha soado quando entrei.Deveria estar quebrado.

O Garoto Da Última CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora