Capítulo 8

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VIII Parte

*Narrativa de Laura

Um salto para uma nova vida, se desse certo, deixaria tudo para trás, por mais difícil que fosse, e tomaria um novo rumo! Saltei aquela pedra, com a esperança de uma vida diferente, ou do meu fim! Mas a vida me ama tanto que me deu esta nova chance. Voltamos para a pousada, Daniel, lindo, preocupado comigo e todo assustado, porém não mais que o coitado do Ian. Preciso me desculpar pelo susto que o fiz passar, mas naquela hora não conseguia pensar em absolutamente ninguém, apenas no que queria fazer. Estava abraçada a Daniel, que tirou seu blusão para me aquecer, logo atrás Ian contava com detalhes do ocorrido. Mil coisas se passavam na minha cabeça, e a principal, queria mudar... Radicalmente!

- Camila, aqui na ilha tem comércio? – Perguntei já imaginando o que iria fazer.

- Tem o mundo! Como pode né? – Desembestou a falar como só ela sabe fazer. - Lojas de roupas, sapatos, salão! Tem até um estúdio de tatuagens. Aqui é o fim do mundo mas não é o fim!

- Pois bem! Vamos às compras! – Falei entusiasmada.

- Garota, você bateu a cabeça em alguma pedra na queda? Você nos dá um tremendo susto, quase se mata, e vai às compras? - Ian disse indignado. - Agora é sério, não entendo mesmo as mulheres, e sinceramente não quero entender, posso correr o risco de ficar louco também!

- Mas eu falei, vida nova. Para mim, a partir da queda o passado ficou para trás, e me recuso sofrer! Deixa ele vir, deixa ficar, deixa ser feliz, quero viver e a vida já me disse que tenho um caminho longo pela frente! - Senti os braços de Daniel me apertarem mais forte em volta dos ombros.

Acredito mesmo que ele queria meu bem. Não somente por querer algo comigo. Quero me permitir viver essas emoções também! Mesmo depois de tudo continuo viva!

Tomei um delicioso banho quente na banheira, com espumas e sais. Depois, olhei em minha mala o pouco de roupa que trouxe, quase todas sem cor, sem vida, tons pálidos e sem movimentos. Coloquei um vestido brancos com flores pêssego, fui ao quarto das meninas e as carreguei. Um dia de compras!

Andamos pelas barraquinhas locais, lojas, em cada uma saía com uma sacola. Comprei roupas que julgava inadequadas para uma advogada que seria uma senhora casada. Nunca me permiti vestir como queria, sempre com medo do julgamento do meu pai ou do Rodrigo. Passei pelo salão e olhando para a entrada com uma placa e um pôster com modelos de cortes de cabelos e me perguntei,por que não? Sempre foram os mesmos longos cabelos. Quando saí, me senti mais leve, os cabelos cortados e escovados na altura do ombro, em um corte reto que terminava com uma ponta que caía dos ombros no colo e dava um ar mais atual, mais sério e sexy. Ninah ficou nos esperando no estúdio de tatuagens, aproveitou para fazer uma nova. Obviamente nosso cabelo ficou pronto primeiro do que a tattoo dela, então quando entramos, fiquei observando os desenhos, e mais uma vez a pergunta me veio a mente ... por que não?

- Jura, Lalinha, você tatuada seria o máximo! Tipo, olha essas aqui! – Ninah se empolgou me disse me mostrando umas fotos mais sóbrias, bem diferente das que ela fazia.

- Laura, tatuagem é pra vida toda, só pensa bem antes de resolver, não vai na emoção! –Camila tentou ser a voz da razão.

Ir na emoção, nunca soube o que era isso, sempre tinha que pensar no que os outros iam achar. Era a primeira vez que fazia o que me vinha a cabeça! Olhei para uma imagem de infinito, era tão bonito! O tatuador foi me mostrando várias imagens diferentes, entre elas uma que era um infinito de corda marrom com duas rosas bem discretas e com cores suaves, uma âncora e a frase "I refuse tosink" (eu me recuso afundar). Era aquela! Pedi que a fizesse nas costas, na altura do ombro esquerdo, não tão grande e com cores suaves. O tatuador era demais! Fez um desenho lindo, perfeito! Perdi praticamente o dia todo naquela tatuagem, mas finalizou no mesmo dia. Estava lá, linda, em um ponto onde mais fazia sentido, do lado em que fica o coração. Ela representa tudo o que aconteceu aqui,o infinito é este lugar que será inesquecível em minha vida, acorda, a âncora, as flores, são as coisas, pessoas e aventuras, e a frase, a frase é o salto.

Quando saímos quase todas as lojas já estavam fechando.Passamos por uma que vendia as mais diversas pranchas de surf. Entrei, olhando uma a uma. Não entendia muito de prancha, o vendedor me orientava conforme ia dizendo como era a pessoa para quem seria a prancha. Olhei uma, era preta com desenhos de ondas diferentes, em um tom de azul que me fizeram lembrar seus olhos. A escolhi, espero somente que ele goste!

Voltamos, os meninos não estavam, fui tomar um banho, queríamos sair, comemorar meu "renascimento". As meninas estavam empolgadas, Camila, como sempre tinha até a festa em mente! Era uma comemoração em um restaurante, mas essa, de acordo com ela, seria mais dance, não tão típica.

Me arrumei com a roupa nova que compramos, coloquei uma calça jeans escura, que era bem justa no corpo, um tomara que caia, estilo marinheiro, branco com listras azuis e um pequeno detalhe vermelho no meio do bustolindo, que modelou mais meu corpo. Camila fez questão de me maquiar, me deixando com uma maquiagem estilo pin-up, olhos bem tracejados, com uma sombra bem leve, pouquíssimo blush,e pra finalizar, um batom vermelho vivo, um cordão prateado com um pingente de concha, e brincos em linhas prateadas, que caiam junto dos cabelos até o ombro que ficavam bem discretos, mas davam um toque todo especial.

Depois de pronta, me virei para o espelho grande, fiquei estática em frente a ele. Nunca me achei bonita como diante daquele espelho, naquele momento.

- Laura, você ficou um arraso! - Camila disse. Ninah que entrava ficou parada olhando com cara de espanto.

- Lalinha!- Fez uma pausa, me rodando enquanto olhava. - Já era tempo de mostrar o que você tinha guardado dentro de tanta caretice!! A propósito, os meninos já estão esperando na entrada. Eles vão tomar um susto!

Duality - Paixão em Fernando de Noronha.Onde histórias criam vida. Descubra agora