Laura acreditava em vida perfeita, mas viu seu mundo desabar após dois desastres acontecerem em sua vida, fazendo-a perceber que nada é tão perfeito, nem ela mesma. O que não esperava era encontrar em seu caminho Ian e Daniel, que fariam sua vida...
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XX Parte
*Narrativa de Daniel
As horas voaram, não vi o tempo passar. Não dormi nenhum segundo sequer. Revivi todo passado em uma noite.
"Havíamos começado uma nova etapa na empresa que Mark havia fundado, depois de alguns anos trabalhando com ele e lutando para que o projeto alavancasse, tivemos um resultado extraordinário e como recompensa do esforço e dedicação fomos convidados a sócios da empresa. Ela trabalhava conosco, era secretária do Mark e consequentemente se tornou nossa. Era linda, extremamente sedutora. Tinha cabelos cor de cobre, olhos cinza como de um gato, sempre atento, alerta. Com a sociedade passamos a viajar mais, dificilmente ficávamos os três na empresa. Comecei a notá-la, pois ela se fazia notar, usava roupas provocantes, maquiagem forte, passava sempre em frente a minha mesa deixando algo cair no chão, ajeitando o cabelo ou com uma caneta ou lápis nos lábios. Sabia seduzir, e tinha a beleza, o corpo e inteligência para o fazer. Troca de olhares, conversas maliciosas, toques propositais no elevador, provocações diárias que só alimentavam o desejo que começava a sentir.
Em uma noite a sós no escritório, tendo que trabalhar até um pouco mais tarde a pedido do Mark para o fechamento de um projeto importante ela se aproximou, foi ardilosa e direta no que queria. Primeiro pediu que a ajudasse a pegar um arquivo que não conseguia alcançar, já em frente ao arquivo, parou de frente para mim, se encostando no armário me puxou pela gravata, segurei-a pela cintura e nos beijamos, a joguei em cima de uma das mesas e ali transamos.
Com o passar dos dias, toda aquele joguete que ela fazia, toda a sedução, acabei me envolvendo. Ela se divertia vendo como me deixava louco, quando passava por mim com o botão da blusa aberto deixando a mostra parte do seio quando todos estavam na empresa e nada podia ser feito. Já quando estávamos a sós, não a deixava escapar em nenhum instante, em qualquer lugar a qualquer hora em que nos encostávamos, pegava fogo. Era divertido, todo aquele perigo, o medo de ser descoberto, todo o jogo, pois uma regra imposta por Mark era que não houvesse nenhum tipo de relacionamento dentro da empresa, e todo aquele clima deixava tudo mais intenso. A cada dia me sentia mais envolvido por ela, louco de desejo.
Durante uma viagem de negócios que fiz com o Ian para visita a um cliente, em uma conversa de amigos, comentei sobre Elizabeth. Vi seu rosto mudar, se fechar completamente, ele me ouviu calado, e sério, quando terminei, exaltado ele me contou.
- Não acredito que aquela filha da puta está jogando com os dois.
- Com os dois?- Indaguei incrédulo.
- Estamos saindo já faz um tempo e aquela vagabunda brincando comigo!
A conversa foi bastante exaltada, e mesmo sabendo que não havia culpa de nenhum dos dois pela situação, acabamos discutindo. Porém após esfriarmos os ânimos conseguimos conversar, e nos entender.
